Clubes aproveitam crise da CBF para criação de Liga
0
0

Clubes aproveitam crise da CBF para criação de Liga

Os clubes da Série A do Brasil se mobilizam pela criação de uma liga própria, independente da CBF. Os cartolas aproveitam o momento de fragilidade da entidade máxima do futebol brasileiro, envolvida em mais um escândalo e com presidente afast...

João Oliveira
1 min
0
0

Os clubes da Série A do Brasil se mobilizam pela criação de uma liga própria, independente da CBF. Os cartolas aproveitam o momento de fragilidade da entidade máxima do futebol brasileiro, envolvida em mais um escândalo e com presidente afastado. A tentativa é a primeira desde o fim do Clube dos Treze, que surgiu pregando protagonismo e união dos times e terminou implodida em briga política e financeira. União, aliás, estava no nome da primeira competição organizada pelos clubes: a Copa União, em 1987. Pelo lado da CBF, o desafio é encarar esta investida ao mesmo tempo em que tenta se restabelecer internamente e cuidar da Seleção Brasileira em ano de Copa América, Olimpíadas e Eliminatórias.

Reprodução do documento, assinado pelos clubes, de intenção da Liga brasileira
Reprodução do documento, assinado pelos clubes, de intenção da Liga brasileira

A experiência do Clube dos Treze traz pontos positivos e negativos. A Copa União de 1987 foi sucesso de público e abriu de vez as portas ao mercado publicitário. Antes mesmo da experiência da Premier League, a mobilização dos clubes brasileiros surgia como esperança de novos tempos em nosso futebol. Na época, a CBF não tinha condições financeiras de bancar o Campeonato Brasileiro. Os clubes assumiram a responsabilidade e organizaram a competição nacional. Antes mesmo do fim daquela temporada, a CBF tentou retomar o controle e resultou na confusão entre Flamengo e Sport, que todos já conhecem.

Mais de 30 anos depois os clubes têm nova chance de, enfim, assumirem o comando de seus principais campeonatos. Os erros do passado devem ser estudados e evitados. A iniciativa ainda não tem cara de ruptura com a CBF. É provável que no primeiro momento aconteça uma tentativa de composição com o órgão nacional e a busca de um novo modelo de organização de calendário e distribuição de forças políticas. As federações estaduais não têm mais seus torneios regionais em alta conta, mas ainda são ativos importantes no cenário. Na prática, possuem mais poder de voto nas decisões dentro da CBF.

Para a CBF, pode ser uma chance de se “livrar” da organização interna dos principais campeonatos e focar no seu produto mais lucrativo: a Seleção Brasileira. É preciso avaliar se a perda do protagonismo e liderança estão no radar da entidade. Ninguém gosta de perder, mas pode ser a hora de diminuir os riscos e evitar uma derrota maior em caso de ruptura pelos clubes.