Ponto final, anunciou a voz no ônibus. Pela janela do segundo andar do coletivo já era possível ver uma rua completamente tomada por gente nas calçadas. Sem querer, estávamos exatamente aonde queríamos estar. Gustavo havia sido informado por ...
Ponto final, anunciou a voz no ônibus. Pela janela do segundo andar do coletivo já era possível ver uma rua completamente tomada por gente nas calçadas. Sem querer, estávamos exatamente aonde queríamos estar. Gustavo havia sido informado por algum conhecido que naquele bairro tinha uma rua que era totalmente dominada pelo comércio. Para quem é do Rio, pode comparar com o Saara mais organizado, não muito, um pouco só. Essa fonte havia dito a Gustavo que lá, talvez, iríamos conseguir algo. As lojas eram praticamente todas de estilo alternativo de roupas, música, artes, decoração, etc. Tudo muito fora do padrão. Bem legal. O espírito do rock e do punk ainda sobrevive naquela região. A caminhada seguia e, apesar de bem bacana, não avistamos nada que se encaixasse no nosso objetivo. Aquilo estava me deixando ansioso. |
“Se nessa rua não tem uma loja mais psicodélica, em nenhuma outra no mundo vai ter. Calma”, falou Gustavo percebendo a minha aflição. Dito e feito. |
Quase no final da rua avistamos não uma, mas sim duas com potencial. Uma vendia tudo que você possa imaginar para festas eletrônicas, pelo menos essa foi a definição que eu consegui fazer daquele estabelecimento. Nunca vi nada igual, nem antes e nem depois daquele dia. A segunda loja era simples de entender, o próprio nome já deixava bem clara a sua intenção e o público alvo: “All about weed”, ou “Tudo sabre maconha”, traduzindo ao pé da letra. Entramos na segunda, é lógico. De fato havia tudo para se fumar maconha. Sedas com sabor, filtros luminosos, isqueiros de todos os tipos e cores, boings, paipes, roupas com estampas de maconha, roupas e tênis feitos da fibra da folha da erva, pipoca com gosto de maconha, pirulito com gosto de maconha e todas outras guloseimas que você pode imaginar com o sabor da danadinha. O vendedor nos mostrava cada item daquele para nós bem estusiasmado, ele via em nós três potenciais bons compradores. Talvez a nossa empolgação ao entrar no recinto tenha lhe dado essa ideia. Acontece que nada daquilo era o que procurávamos. Por entender nada do que o jovem inglês falava, Cláudio perdeu a paciência primeiro. |