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Ele tinha, eu sabia. Só precisava pegar a confiança dele. Foi nisso que trabalhei nos minutos seguintes. Contei a ele quem éramos e o que estávamos fazendo na cidade. Aproveitando o wifi da loja, mostrei a ele vídeos no canal da seleção brasi...

BeeJM
7 min
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Ele tinha, eu sabia. Só precisava pegar a confiança dele. Foi nisso que trabalhei nos minutos seguintes. Contei a ele quem éramos e o que estávamos fazendo na cidade. Aproveitando o wifi da loja, mostrei a ele vídeos no canal da seleção brasileira no Youtube, ele riu quando me viu. Mostrei a ele a minha passagem de volta marcada para a noite daquele mesmo dia. E no final, mandei a real.

“Eu sei que você pensou que a gente poderia ser policial. Eu entendo, eu pensaria a mesma coisa se estivesse no seu lugar. Mas você viu aí quem a gente é”, falei apontando para o celular. “Brow, a gente só quer um baseado do bom”, conclui. Ele sorriu, concordou com a cabeça, pediu um minuto e foi falar com outro cara que estava atrás do balcão. O cara ouvia tudo e olhava para nós com uma cara desconfiada. Eles não pareciam entrar em um consenso. Com o celular na mão, o vendedor voltou e pediu para eu colocar algum daqueles vídeos de novo. Entendi que o outro cara era quem iria decidir a parada, precisava convence-lo sem nem falar com ele. 

“Vou colocar o vídeo mais pica pra esse filho da puta ficar de cara”, comentei com os moleques enquanto fazia a busca. O vendedor arregalou os olhos e riu quando o video começou a rodar. Ele era um cara engraçado. Magrelo, branco como um leite azedo, loiro, alto e todo desengonçado. A feição do gerente mudou como da água para o vinho quando viu o que estava passando. 

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