A jornada é feita de renúncias
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A jornada é feita de renúncias

Phelipe do MADH
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Primeiro de tudo, eu quero te pedir perdão pelos meus erros ortográficos e de digitação.

Escrevo essa news, na quinta-feira anterior a esse e-mail.

São 22:05.

Foi um dia pesado de trabalho, algumas muitas reuniões com cliente, casa pra cuidar e um pouco de exercício pra conta não ficar muito alta quando eu ficar mais velho.

Então, me de um desconto. Prometo melhorar a cada texto publicado aqui.

Também, quero dizer que essa (e as próximas newsletters) serão regadas da mais profunda verdade e sinceridade.

Em tudo.

Nas dicas, nos desabafos, nos ensinamentos e nas reflexões.

Se você é freelancer como eu, eu sei, tá foda.

Que ano.

Mas se algo pode te consolar, é que eu estou aqui, disposto a dar a mão pra ti e te conduzir a um tempo de reflexão, ideias e muita, muita coragem.

Eu escrevo essa newsletter ouvindo a seguinte playlist. Se você quiser ter a experiência de ler essa news ouvindo esse som, fique a vontade.

https://open.spotify.com/playlist/5NnaJkg2M3m8LippTu17ey?si=h_SMB8s-Rzia4kTCxVZUXQ


Feito o disclaimer...

A jornada é feita de renúncias.

Esse é o título dessa primeira news.

E o que eu quero dizer com isso?

Era Julho desse ano, estávamos de malas prontas para ir pra China. Afinal, eram 6 meses nos preparando em meio a uma pandemia.

Enquanto muitos sofriam a dor da perda de familiares, nós estávamos na euforia e expectativa de mudar de país. E justo o país em que toda essa loucura se iniciou.

Eu sei, estar feliz por uma mudança em meio a tanta tristeza parecia ser privilégio de fato. E era.

Ah, se você caiu aqui de paraquedas, assisti esse IGTV que eu fiz no meu insta que eu explico melhor...

~Segue no @jornadafreelancer...~

Descobrir que não conseguiríamos embarcar aquele mês foi um baque.

Não só foi um baque, como pendurou a nossa vida por tempo indeterminado.

Pior do que viver na expectativa, é viver na expectativa e no LIMBO.

Nossa casa, quase, totalmente vazia, com uma incerteza que só se prolongava.

Meus contratos com clientes, incerteza se a Bárbara (minha esposa) receberia seu salário mesmo trabalhando de longe...

Sério, foi difícil. E ainda está...mas posso dizer que nos acostumamos com a incerteza.

E então, as renúncias começam...

Atendia 2 clientes nessa época. Tinha outros no pipeline.

Estava surtando de ansiedade.

Literalmente.

Não conseguia entregar muita coisa, pois eu acordava todos os dias e via tudo vazio aqui em casa.

Via minha esposa angustiada.

Via meus clientes me cobrando.

Eu via (ouvia) meus pensamentos me cobrando. Dizendo que eu era um bosta e que não conseguia fazer nada direito.

˜francamente Phelipe, você não consegue dar conta de 2 clientes, uma mudança ~que não acontece~ pra China, sua casa, sua família...você já passou por coisa pior e foi mais forte hein...˜

Era exatamente isso que eu ouvia de mim mesmo todos os dias.

Agosto...

Surtei de vez.

Renunciei um cliente. Renunciei todos os meus projetos paralelos. Renunciei voluntariado.

Renunciei DINHEIRO. No meio de uma pandemia.

Ou era isso ou eu provavelmente estaria tomando tarja preta agora.

E então...

Mas teve algo que tracionou tudo isso...

Entre julho e agosto eu comecei a ler um livro que a terapeuta da minha esposa indicou, chamado Essencialismo: A disciplinada busca por menos do Greg McKeown.

E posso falar?

Além da terapia, foi esse o livro que me deu coragem pra renunciar tudo.

Eu perdi dinheiro, perdi parte de uma audiência que eu estava construindo de um podcast que estava performance bem e dando certo, deixei de vender um curso que eu sei, seria um game change no mercado freela.

Enfim, eu perdi. Pra ganhar nova perspectiva de vida eu tive que perder. Renunciar.


“Essa é a coisa mais importante que eu deveria fazer com meu tempo e meus recursos neste momento?”

Amigo, que livro! COMPRE. https://www.amazon.com.br/Essencialismo-Greg-Mckeown/dp/8543102146
Amigo, que livro! COMPRE. https://www.amazon.com.br/Essencialismo-Greg-Mckeown/dp/8543102146

Foi essa a frase que me arrebatou nas primeiras páginas do livro quando comecei a ler.

Como disse, foi entre Julho e Agosto que comecei a ler esse livro.

E sinceramente ele me fez entender que, eu estava querendo fazer malabarismo, equilibrar prato, tocar guitarra, assoviar e ainda resolver um cubo mágico, tudo ao mesmo tempo enquanto eu supostamente me mudava para o outro lado do mundo.

Só isso, já começou a me fazer pensar:

˜Mas que bosta eu tô fazendo com o meu tempo e a minha vida? Eu não tô usufruindo nada. Eu tô vivendo tudo pelas beiradas.˜

POW.

Outro trecho do livro me pegava enquanto tentava fazer tudo, vivendo toda essa loucura.

“Quando nos permitimos parar de tentar fazer tudo e deixar de dizer sim a todos é que conseguimos oferecer nossa contribuição máxima aquilo que realmente importa”

E então...outro...

“É necessário parar constantemente para se perguntar: ‘estou investindo nas atividades certas?’”

Não era nem a quarta página do livro acho e a minha cabeça dizia para eu prestar atenção no que estava lendo pois aquilo era uma mensagem.

Esse livro, Essencialismo, nada mais explica que a vida, basicamente, pede por menos.

Quanto mais esforço, desnecessário, quanto mais SIM pra tudo e pra todos, mais merda vai ser a sua vida.

E essa estava sendo a minha vida, não necessariamente uma merda, porém um cocozito, digamos...

Sem medo de magoar meus clientes que estavam comigo em outros projetos...

Parei. Cancelei contrato. Sumi.

“Saí vazado”, como falo e brinco com uma das pessoas que tocavam um cliente que cancelei contrato comigo.

Eu precisava olhar pra dentro.

Eu era um freela doente.

Um freelancer doente ensinando outros freelancers a serem saudáveis e bem sucedidos?

Isso tava errado.

Agosto e lá vou eu, pausando tudo.

Com um puta peso na consciência, de estar deixando clientes, projetos que investi UMA GRANA pra construir.

Voltando a ganhar na faixa de 5k mês (sim, parece muito, mas SP é caro meus amigos...).

Mas pelo menos essa grana garantia o que eu chamo de SMV do freela (O salário mínimo viável).

Ele bancava meus custos operacionais e de aluguel e tava tudo certo.

Tinha um pé de meia pra alguma emergência e minha esposa ia receber da empresa da China.

Então, de alguma forma, eu podia tomar essa decisão de ficar só com um cliente e não pegar mais nada.

Sei, mais uma vez que isso, é privilégio.

Mas o fiz. Renunciei.

E foi a melhor coisa que eu fiz.

Precisei, claro, começar a tomar remédio de ansiedade, porque mesmo parando com tudo, parei tarde. Renunciei tarde e a saúde já tava pedindo a conta, pesadamente.

Mais frustrações da viagem vieram.

E tudo bem, a gente se conforma com ela uma hora.

Afinal, esse ano, o planeta terra todinho tirou certificado de pós-doc em decepção & sofrimento

Ficou longo esse texto, né? 
Se você chegou até aqui, parabéns, tem mais...

Pega outro café aí...

Nos últimos 4 anos me considerei um freela mega bem sucedido.

Na família, com grana. Tinha meses que tirava 30k, outros 15k.

Mas, quando a ansiedade e depressão vem por conta do não saber parar...

Dinheiro e todos os super projetos viram métricas de vaidade.

E elas te engolem.

Eu aprendi que...

Eu precisava resolver algumas coisas comigo mesmo (aooowww minha terapeuta Milena) e precisava dedicar mais tempo pra mim.

Juro. Nunca joguei tanto videogame como nos últimos 4 meses.

Nunca fiz tanto NADA como nos últimos 4 meses.

Trabalhava 6h-8h por dia e depois ia fazer um monte de coisas que me davam na telha.

E eu escolhi permanecer assim.

Agora eu escolho de fato AQUILO que é essencial na minha vida.

É essencial ter mais de três clientes agora?

Eu preciso?

É o melhor que posso fazer com o meu tempo agora?

Eu me faço essas perguntas pra praticamente tudo.

Por exemplo: agora faz sentido eu voltar com os projetos do jornada freelancer? Sim, faz.

Porém, com consciência.

Eu não vou me matar mais.

Eu vou produzir se for gostoso pra mim.

A empatia excessiva estava me matando (exagerado, eu sei).

Mas é isso.

As minhas escolhas hoje são mais madura, e eu me coloco em primeiro lugar.

E bom, eu queria escrever muito mais e colocar muitos outros aprendizados que eu tive com o livro essencialismo e todo esse período de autoconhecimento.

Mas, eu vou pedir pra você comprar esse livro e ler.

E eu faço um compromisso com você.

Se você comprar o livro e ler ele todo...eu quero marcar um papo contigo e saber o que você aprendeu e quais foram os seus insights.

Eu quero fazer essa troca contigo.

Ok?

Era isso que eu tinha pra falar.

Se você gostou, maravilhoso.

Se não gostou, o unsub é livre.

Viva a liberdade de viver não se preocupando com a opinião dos outros, freela. Viva.

Renuncie a qualquer coisa que tira o seu foco, a sua saúde e a sua felicidade.

Com parcimônia, claro. (Aaaooowww terapia!!)

A jornada exige renúncias.


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