ENSAIO 01 - SOBRE INIMIGOS INVISÍVEIS
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ENSAIO 01 - SOBRE INIMIGOS INVISÍVEIS

Existe uma porra de um vírus invisível. E não estou falando de pandemia, covid e essas merdas que estamos cansados de ouvir tem há dois anos.

Junior Medeiros
3 min
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Existe uma porra de um vírus invisível. E não estou falando de pandemia, covid e essas merdas que estamos cansados de ouvir tem há dois anos.

A questão não é o vírus, e sim a invisibilidade. As pessoas gostam de atribuir seus medos e limitações a barreiras que elas mal sabem onde começam ou onde terminam, resumindo de um jeito chulo e sincero... todo mundo quer uma desculpa.

Todo mundo quer algo para culpar. Eu sou assim... nasci assim... me criaram assim. Mas falar da síndrome de Gabriela é fácil demais, é só dizer “apenas pare...” “apenas mude...” e ignorar toda a dificuldade que existe nesse processo. É óbvio que difícil não significa impossível, e por isso não deve haver a desistência, mas ainda é *difícil*

Mas a questão do inimigo invisível é, eu sei que tem um muro me limitando, mas não quero enxergar  o muro que está me limitando, pois à partir do momento que eu o enxergo, ou eu tenho que pular, e eu tenho medo do que está além do muro, ou eu  me odeio e aceito que sou amigo da minha própria ignorância. Afinal... ô burro, o muro ta ali, e você não vai pular? Por quê... tá com medinho?

Tô, to com medinho pra caralho... porra.

Inimigos invisíveis podem ser limitantes de outra forma também, podem ser espantalhos. Visível o bastante para ser um espantalho para bater, mas invisível o bastante para você não explicar o porquê ele é seu inimigo e onde especificamente ele está. Não tá em lugar nenhum, está na crença popular.

Criar um fantasma sobre os judeus, e dizer que eles são especuladores demoníacos liberais endinheirados é fácil, difícil é provar que são eles que estão roubando os empregos da “pura raça ariana”

Justificar qualquer atitude autoritária com estamos nos defendendo dos comunistas ao mesmo tempo que fecha fronteiras de mercado, nacionaliza a porra toda, barra especuladores e mata sonegadores... Você combate o comunismo, mas copia seu modelo? Justifica pra Deus e o Mundo que “camarada” é muito diferente de “anauê”

Mais recentemente o ‘’Não pode falar mal se não o PT volta’’ e  logo mais o “Não pode falar mal se não o bozo volta”. Volta mesmo? Talvez, mas sem isso, o que sustenta sua narrativa, e o que te diferencia dos demais?

Você percebeu que em momento nenhum eu afunilei o meu debate, que eu usei de espantalhos que batem em espantalhos para defender um conceito do qual eu nem expliquei direito? Isso tem um motivo. Contraditoriamente por trás desse texto tem um gigante muro invisível . E por que eu faço isso? Porquê se eu for torná-lo científico, um parágrafo sobre análise política serão dez, um parágrafo sobre inimigos invisíveis vai ter que virar uns dez sobre “O mito da caverna de Platão” E se no meio do caminho eu descobrir que estou errado.

E se no meio do caminho eu admitir que estou com uma preguiça intelectual e que eu só quero mitar e lacrar para todos os lados?E se no meio do caminho... sendo científico... eu tiver que apagar o texto todo, e começar tudo de novo?

E o pior... e se eu descobrir que estou errado, e tiver que mudar de opinião?

Você acha que é mesmo uma metamorfose ambulante?

Você acha que é mesmo uma metamorfose ambulante?