MERCADO DE CARBONO REGULADO VIRA PAUTA PRINCIPAL DO G20 SOBRE “Industrialização verde”
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MERCADO DE CARBONO REGULADO VIRA PAUTA PRINCIPAL DO G20 SOBRE “Industrialização verde”

A proposta focada em produzir energias limpas e atribuir um meio termo entre o crescimento econômico e a baixa emissão de gases virou o foco do MMA em 13 de julho, após acordo assinado entre Brasil e Japão.

Junior Medeiros
5 min
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A proposta focada em produzir energias limpas e atribuir um meio termo entre o crescimento econômico e a baixa emissão de gases virou o foco do MMA em 13 de julho, após acordo assinado entre Brasil e Japão.

No último encontro de ministros do meio ambiente do grupo internacional de finanças públicas, G20, pautas foram levantadas sobre “Industrialização verde”, o foco da situação do Brasil estava na “descarbonização da economia”, principalmente, em relação aos resíduos sólidos e microplásticos.

Durante a reunião focada em sustentabilidade sem sacrificar a economia, Joaquim Leite e  e secretário Marcus Paranaguá, representantes brasileiros da conferência,  trataram da criação do mercado regulado de carbono, da manutenção de resíduos sólidos, e se comprometeram a alcançar a sua parte na  neutralidade climática em 2050, junto com o setor privado.

MERCADO REGULADO OU CRÉDITOS DE CARBONO

A Ideia da regulação do Mercado de Carbono se dá através de “Créditos” concedidos através de do estado (ou outras organizações ambientais) para pessoas ou empresas que reduziram a sua emissão de gases do efeito estufa. Esses valores certificados  representam 0,1% do mercado de títulos.

Cada crédito de carbono no Brasil varia de 12 até 365 reais, enquanto no dólar é de US$2,00 por tonelada não emitida.

No mercado de ações, atualmente vale 73,26, e entre 12 até 16/09, as ações dos créditos de carbono cresceram em 10,59%

Mas como exatamente funciona?

- Em três passos - Explica o professor Vanzela - Primeiro uma empresa que emite gases paga outra que gera créditos para neutralizá-los; depois, o carbono emitido é compensado; e por fim, cada tonelada de C02 não emitida é gerada um crédito de carbono.

-  As organizações pagas para fiscalizar a emissão e gerar os créditos funciona por uma parceria público-privada, além de que, qualquer pessoa ou empresa (cpf ou cnpj) pode adquirir ou investir, com pouca burocracia.

Resumindo, cada crédito de carbono representa uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida  no efeito estufa; cada crédito vale dois dólares, setenta pontos no mercado de ações, e 10 dólares por Hectare; o governo federal e a fundação “Verra” regulam esse mercado, no entanto, não é possível investir diretamente em CO2, por ser uma classe de ativos muito restrita, e por valer muito pouco, poucas empresas investem pesado nesses créditos.  - Explica o engenheiro agrônomo e professor universitário, Luiz Sérgio Vanzela.

As duas pautas principais do evento do G20 foi para ampliar, e aumentar o valor, desses créditos e para apresentar políticas de resíduos sólidos.

RESÍDUOS SÓLIDOS.

Em 2 de Agosto de 2010, a Lei de Política Nacional de resíduos sólidos foi implantada, (L12305) A lei exige que seja de responsabilidade dos Municípios a gestão e reciclagem dos próprios resíduos sólidos. De acordo com ela,  as cidades terão de estabelecer metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, e atualmente há em pauta um projeto de lei que incluiria na L12305 a regra que os municípios reciclem 90% dos próprios resíduos.

Cada município possui o próprio plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, e no dia 20 de julho de 2022, a cidade de Valentim Gentil aprimorou o próprio plano e a reunião de implementação contou com o professor entrevistado.

“Resíduo sólido é tudo aquilo que sobra do consumo humano e não vira estado gasoso:  Papel, papelão, vidro, plástico... mas diferente do lixo, os resíduos descartados por aqueles que não precisam podem ser matéria prima para um novo produto”

(...)

É necessário entender que integração de resíduos sólidos não necessariamente é reciclagem. Integração une reciclagem e reutilização, mas principalmente reutilização. (...) A reciclagem vem se mostrando insuficiente no Brasil, e é por isso que cada vez mais os planos de resíduos sólidos tem se ampliado.

Nossos oceanos possuem mais de 150 milhões de toneladas de plástico, e a grande maioria do plástico produzido não é reciclável,  existem sete símbolos de identificação de resina nos produtos plásticos, e desses sete, apenas dois (PET E PE-HD) são recicláveis. No Brasil, apenas 1,3% do plástico gerado no Brasil é reciclado, e a média mundial é de 10%.

Uma das razões disso, além das financeiras, é que a cada reciclagem o plástico se degrada, podendo ser apenas reciclado duas ou três vezes, e diante disso outras  opções têm sido cogitadas.

Marcas como a Nike, Puma e Adidas possuem uma linha de “tênis sustentáveis” o Ultraboost 22, por exemplo é 50% feito de ilhas remotas.

Desde a reunião do G20 O Brasil passou a implementar três novas políticas de limpeza: o Lixão Zero, que encerrou 20% dos lixões, o Recicla+, que instituiu um crédito de reciclagem  e o “Recicla” aplicativo e site feito para ajudar a encontrar e identificar os lugares certos de descarte de resíduos sólidos, ferramenta ainda pouco usada nos planos municipais de resíduos sólidos; e uma política de proteção de florestas, a “Programa de Pagamento por Serviços Ambientais Floresta+”

Ainda não se há notícias sobre a mudança de atuação do Ministério do Meio Ambiente nos “Créditos de Carbono” que foi a pauta principal.