OS PERRENGUES E EXPERIÊNCIAS NA ENFERMAGEM – _____ comenta
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OS PERRENGUES E EXPERIÊNCIAS NA ENFERMAGEM – _____ comenta

OS PERRENGUES E EXPERIÊNCIAS NA ENFERMAGEM – ****comenta

Junior Medeiros
5 min
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(Nota: Essa matéria foi resultado de uma entrevista feita durante uma coletiva de imprensa da faculdade, serve de única função o aprendizado sobre coletivas de imprensa e a prática da transcrição imediata)

Nota 2: O nome das instituições e do entrevistado foram ocultados para proteger a privacidade do entrevistado)

O atual coordenador de emergência e urgência do ****, ************, comenta em uma coletiva de imprensa que deu para a turma do 2º ano de jornalismo da ****, o processo e a experiência de vida que passou sendo enfermeiro, como e quando decidiu ir para a área administrativa, algumas histórias “engraçadas” que enfrentou na sua função, e sobre seus futuros projetos de solidariedade indígena que ele tem com a *******.

********* se formou em Enfermagem na *** e atuou por muitos anos fazendo ocorrências pela ******** e região. Muito foi perguntado sobre a sua vida social e lazeres, **** respondeu com “Minha vida é trabalho” também diz que como todo enfermeiro ele cuida demais das outras pessoas e às vezes acaba esquecendo de cuidar de si mesmo, e após um gatilho particular da vida, decidiu que deveria aproveitá-la mais, no entanto, ainda não realizou essa promessa.

Ao ser perguntado como ele lidava com tanta pressão e se havia algum tipo de preparo psicológico prévio, antes ou depois do curso, **** respondeu que não. “Apesar de que teve durante o curso uma matéria chamada: Psicologia aplicada a enfermagem; não passou disso

**** alegou também que na verdade vai de cada enfermeiro particularmente procurar tratamento psicológico por conta própria, e diz que muitos parceiros da profissão não aguentaram a pressão, alguns desistiram por conta da depressão.

O coordenador também contou ter se tornado uma pessoa mais fria por conta do ****, tanto no emprego quanto no dia a dia. “Não que fosse da minha vontade ser uma pessoa mais fria, mas aconteceu. Pelo lado bom, por ter tido uma rotina de tantas ocorrências graves e gráficas, no dia a dia eu consigo lidar com tudo de uma forma mais centrada e racional” Também conta que não dá para simplesmente ligar e desligar uma chavinha do pessoal-profissional e que os dois acabam se misturando às vezes.

Ao ser perguntado qual foi a ocorrência mais complicada de sua vida, ele respondeu a pergunta citando um período todo, período esse que virou sua vida de ponta cabeça, a Pandemia. Além de estar sempre em estado de alerta, e ter que ficar longe da família, ele perdeu um grande amigo para a covid-19.

Seu amigo do serviço, que costumava a trabalhar até demais, foi positivado com covid 19, o homem chegou a ser internado na UTI por duas semanas, e saiu da internação, mas acabou por não resistir pouco tempo depois. O pior é que nesse período em que o ******* ficou positivado, ele perdeu o seu filho, também para a covid e perdeu o nascimento de seu neto, eventos dos quais ele não ficou sabendo.

“Foi de longe o caso mais difícil pra mim”

O período da pandemia em particular foram os dois anos mais difíceis e atípicos para *****, e também comenta sobre a desvalorização que algumas pessoas tem com a classe médica “Quando eu vejo alguém ainda falar que é só uma gripezinha da vontade de dar um murro na fuça.” Disse também que só quem perdeu algo ou alguém na pandemia sentiu a pandemia de verdade. Além de amigos, ****também perdeu a vida social, mas ganhou uma vontade de mudar a sua vida.

Quando estive mais tranquilo eu postei um textão desse tamanho no ****** (gesticulando com as mãos), por me desgastar demais, por trabalhar demais, e com isso perder a cabeça e a felicidade junto. Prometi que descansaria mais, aproveitaria mais a vida, passaria mais tempo com a minha família e o meu namorado. Porém o tempo passou e eu acabei de sair de uma reunião que fiquei o dia todo

***** foi perguntado, o motivo de ter escolhido a enfermagem como profissão, e disse que foi por conta das situações que passou na vida. “Não quis ficar esperando, quis agir” Então formou-se **** em **** e começou a trabalhar na faculdade, em **** fez pós graduação em urgência e emergência, em **** mais uma pós, dessa vez em saúde coletiva, e em *****foi convocado para trabalhar na prefeitura de ************.

***** sempre foi um homem ambicioso, e sua maior ambição agora é se dedicar ao projeto *******. O ******  é um projeto voluntário que cuida da saúde dos índios, verifica seus quadros, possíveis doenças, imunidade, etc. “As missões indígenas estão cada vez maiores, e  é o mínimo que a gente pode fazer, afinal, essa terra é deles” diz. “Eles parecem que esperam a nossa chegada, e a partir do momento em que estamos lá, eles tem mais esperança de ajuda, muitas vezes eles necessitam de cuidados, mas os órgãos competentes são negligentes, e eu quero ampliar essa ajuda.

Atualmente, ***** cuida da parte administrativa da *******, e do trabalho na prefeitura de **********. Não há tantos casos que precise de conhecimento do enfermeiro no **** , e que ele cuida da preparação de viaturas, das escalas, da parte mais tranquila. Mas ainda assim, sua vida não deixa de ser acelerada.

Sua maior ambição atualmente é a ******, e ele acredita que nela é que será seu futuro na saúde. Faz cinco anos que ele começou no projeto, e dois que faz parte da diretoria. Uma de suas ambições como diretor, é também viabilizar a implantação de um sistema educacional para os indígenas.

Apesar dos perrengues e situações complicadas, **** é uma pessoa alto astral, com a cabeça erguida e com inúmeros projetos de vida. Apaixonado pelas pessoas que ama e sempre disposto a lutar pela saúde, e cuidar do próximo, mesmo que para isso, às vezes se esqueça de olhar para si.