A delicadeza e efemeridade da vida

If I die tomorrow I’d be alright because I believe that after we’re gone the spirit carries on.

O que é a vida? O que é a consciência? O que é a alma? são alguns dos questionamentos mais complexos da nossa realidade. Poucas palavras ou um simples parágrafo são incapazes de sintetizá-los. Eu mesmo poderia tentar a sorte, entretanto, não garanto uma resposta assertiva.

Durante a infância, temos o privilégio de não entender as perdas da vida. É a fase a qual devemos aprender os valores reais e desenvolver uma predisposição pela nossa integridade espiritual. Pela falta de maturidade, dificilmente algo nos afeta e isso é fundamental para os anos seguintes.

Conforme amadurecemos, começamos a entender o funcionamento da vida, em essência. Questionamos, o tempo inteiro, o que é correto e o que é errado. Nesta reflexão, principalmente se aquilo que aconteceu era realmente para ocorrer ou se poderia ser evitado.

Uma de nossas maiores desilusões é assimilar que muitas situações estão fora do nosso controle e capacidade. A morte é, de longe, a principal e a mais amarga delas. Fatalidades acontecem, independente do que façamos ou da nossa vontade. Aceitar tal fardo torna-se o desafio mais avassalador de todos. Feridas na alma são as mais complicadas de serem cicatrizadas. É o ciclo da vida e, quase sempre, é injusta.

De uma perspectiva mais filosófica, há séculos buscamos responder algumas clássicas perguntas: Qual nosso propósito? Por que estamos aqui? Qual o valor de uma vida? Para onde vamos ao morrer? A explicação é bem mais meticulosa do que o esperado. Posso afirmar que a vida é apenas um passar. Obviamente, tem sua importância. Todavia, devemos nos desapegar do que é material e do que é passageiro. Nossa alma é imortal. Bens materiais e prazeres, não. O espírito torna-se inabalável quando estamos cientes do nosso propósito e servimos a um bem maior. Nada engrandece mais a alma do que a sensação de ter feito a diferença.

De uma maneira mais acessível, celebremos o que foi realizado em vida. Os momentos gratificantes e singulares proporcionados. Memórias felizes. A serotonina liberada e a felicidade espontânea presente. Sorria. Recomponha-se. Assim como te trouxe alegria, você também pode ter sido a razão do sorriso. Saiba que onde quer que este ente querido esteja, sempre estará torcendo por ti e vivo dentro de você. Mantenha as memórias, mantenha cada momento para mantê-los vivos.