O profano caos da pós modernidade

Permita-me uma sincera conversa mais elevada. Caso dê tudo errado, tornar-se-á um gnóstico. Caso contrário, serás um católico mas não serás mais o mesmo.

O sentido da vida é algo intrínseco à humanidade. Rege todas as nossas relações, nos define e dita-nos como viveremos nossas vidas. É uma filosofia a qual acredito com veemência e que tudo, absolutamente tudo, possui um propósito, por mais aparentemente inexistente.

A verdade é que a modernidade é muito mais antiga e complexa do que imaginamos. Afirmo, com certa eloquência, que começou no século XVI. Valores são perdidos ou distorcidos há séculos e, de praxe, tal fato foi completamente planejado. Consequentemente, desenvolveu-se a ideia de que os tempos antigos eram melhores, o que é uma falácia. O cerne principal é: se antigamente era melhor, como chegamos à degradação atual?

Ao analisarmos a década de 90' e início dos anos 00', tempos que a degeneração tornou-se ainda mais escancarada, percebemos que a cultura e narrativa já eram bem sombrias. Várias propagandas e programas de TV já exibiam claramente sinais de degradação moral, cultural, filosófica e espiritual. O caos em que vivemos atualmente é apenas uma consequência de uma engenharia social acromática.

Se perguntares a algum parente mais velho, com certeza este responderá que “Aqueles tempos eram bons. Nos divertíamos sem o mimimi do politicamente correto e as frescuras da modernidade. A geração atual é nutella. Não sabe fazer mais nada”. Devo ser sincero ao concordar que a afirmação acima carrega algumas verdades, entretanto, a pergunta central está longe de ter sido respondida. Prossigamos.

Esmiuçando o parágrafo anterior: sim, o politicamente correto e a modernidade sepultaram a nossa falência moral. Infelizmente, já éramos assim a 30 anos atrás. A internet e a informação descentralizada e onipresente apenas expuseram a ditadura da hipocrisia da narrativa dominante inquestionável e o tribunal do linchamento virtual das redes sociais. Indivíduos mais conscientes têm medo de abordar suas verdadeiras opiniões. Entendo isso perfeitamente, pois também evito ao máximo exteriorizar as minhas. É um tema extremamente complexo, extenso e profundos.

Absolutamente nada é mais doloroso do que a simples verdade: a responsabilidade é da geração anterior. Em outras palavras, seus pais são produtos dos seus avós, que foram resultados dos seus bisavós e você é fruto dos seus progenitores. A cada nova linhagem, mais da essência moral e humana é perdida. Tradicional e moderno poderiam ser muito bem substituídos por bem e mal que a semântica continuaria exatamente a mesma (um pensamento um tanto quanto maniqueísta, mas descreve a nossa realidade).

Todavia, apesar do pior cenário possível diante nossa imaginação, jamais percamos a Fé. Ajudemos quem pedir e estiver ao nosso alcance. É a única maneira de sonharmos com tempos melhores para nossos filhos (em suma, mais provável para nossos netos e bisnetos), pois quem crê de verdade, nunca estará sozinho e perdido.