#Vida - Olho no olho e tecnologia
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#Vida - Olho no olho e tecnologia

Amanda Zeni Beinotti
3 min
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A inovação e a tecnologia são parte de uma das revoluções industriais mais importantes que esse mundo já viveu. Não apenas pelas mudanças e fatos inimagináveis que trazem, mas pela exponencialidade. As três primeiras revoluções (máquina a vapor, eletricidade e transformação digital), foram impactantes - por isso o nome revolução, claro, contudo a revolução que estamos vivenciando tem um - grande - toque diferente.

Essa transformação está afastando a humanidade - e a humanização. Está colocando - já colocou - uma tela, um óculos, um computador entre as pessoas. A conexão de internet vai tão rápido quanto nossa atenção para com quem está à nossa frente. A distração e a falta de interesse advém da falta de estímulos constantes numa conversa tranquila.

Ouvi a música de Elis Regina no comercial de 70 anos da Volkswagen, cantando que ainda fazemos as coisas como os nossos pais, confirmei algo que venho pensando há tempos. Pode vir a tecnologia que for, mas nada substitui o olhar nos olhos, o tocar das mãos, o pé na grama e a água do mar.

Seguimos fazendo as coisas como os nossos pais. Há mais de 40 anos, quando essa música foi lançada, também faziam as coisas como as gerações anteriores. Isso porque no fim, seguimos sendo humanos, os mesmos de anos atrás. Pode ser que as ideologias tenham mudado, que se entende e se fala de forma mais aberta sobre muitas coisas, mas continuamos sendo humanos com as mesmas necessidades que os nossos pais.

Seguimos nascendo, crescendo, procriando e morrendo. Caramba, que maluquice que chamamos de vida. Ela passa rápido. À medida que vamos crescendo e notando as coisas que os adultos nos alertavam quando éramos crianças, cai a ficha de que estamos crescendo.

Quando o pensamento de “na minha época era assim…” chega... Realmente a época de brincar na rua, se preocupar com o que ia fazer a tarde e nem pensar em contas acabou há um bom tempo. Mas, ahh… ainda há muito que aprender - e viver.

Claro que toda a tecnologia vem com o objetivo de facilitar os nossos trabalhos e nos permite ter uma flexibilidade que antes não existia, mas independente da fase, a vida vai passando e não podemos nos permitir viver perdendo cada precioso minuto que temos, olhando a uma tela observando a vida dos outros, só consumindo, consumindo e consumindo.

Por isso, não podemos deixar de lado a nossa parte humana. O que realmente nos faz humanos. As nossas relações e sinceras conexões desde que nascemos, com desconhecidos que se tornam conhecidos, amigos, família e amores ao longo da vida.

O olho no olho não é banal, porque esse também é nosso combustível e modus operandi como animais que somos. Os olhos são a porta de entrada da alma. A intensidade de viver também começa por aí. O olhar é um dos sentidos mais accurate que temos. Você olha e, instantaneamente, vê. Espero que a vida não nos permita aceitar viver de conexões rasas e que aproveitemos a viagem que é conhecer a alma de alguém.

Espero que tenham gostado dessa edição. Se puder, me conta o que achou!

Com carinho,

Amanda Zeni.