Por que deixar quieto se você gosta tanto?
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Por que deixar quieto se você gosta tanto?

Preciso voltar a escrever, pensei. O Natal já passou, as férias acabaram há um mês. Já não há mais desculpas. Ah, falta tempo. Realmente, sua rotina não está das mais fáceis, mas no tempo livre, as horas no Instagram não corroboram com essa i...

Amanda Zeni Beinotti
5 min
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Preciso voltar a escrever, pensei. O Natal já passou, as férias acabaram há um mês. Já não há mais desculpas. Ah, falta tempo. Realmente, sua rotina não está das mais fáceis, mas no tempo livre, as horas no Instagram não corroboram com essa informação. Ta bom. Mas, o que volto a escrever? Tem tantos estímulos, experiencias novas e conhecimento de explodir o cérebro entrando minha biblioteca que não sei por onde começar. Melhor deixar quieto. Mais uma vez? Mais uma coisa que você vai deixar quieta? Por quê? Por que vai deixar quieto isso se gosta tanto? Tem tanta gente mais inteligente que eu dissipando conteúdo, não sei se o meu seria tão agregador. Ah, agora vamos nos comparar com o mundo inteiro? Verdade, com um Elon Musk no mundo oferecendo conteúdo, é melhor não conversarmos sobre tecnologia. O que você tem é medo. Medo? Medo de falhar, de não agradar, de ser julgada, de que não leiam. Talvez. Medo de que te achem privilegiada. Ou melhor, sem consciência do seu privilégio na construção das mensagens. Pode ser. Tirando o fato que tenho mil coisas para fazer.

É assim que funcionam os diálogos comigo. Eles duram semanas. Eu e eu mesma discutindo dias antes de sentar e começar a escrever esse texto. Realmente, pode ser que eu esteja aqui falando – escrevendo para a - com a parede. Pode ser que pela minha atual realidade o meu conteúdo tenha um viés internacional. Pode ser, pode ser, pode ser... Há tantas possibilidades que acabam nos engolindo ao invés de nos mandar para frente.

Um dia, já cheguei a sonhar que me levantava, fazia café, trocava de roupa, ia até a academia, treinava, voltava a casa e começava a me trocar para trabalhar. Foi tão real que eu acordei no susto sem entender direito o que havia acontecido. Como eu fui, mas ao mesmo tempo estou de pijama como os cabelos pro alto?

É essa a sensação que eu tenho. São tantas ideias que parecem tão reais e possíveis que, de tanto negociar comigo mesmo, elas vão se amontoando no canto da espera. Espere a que coloque a primeira marcha e saia por aí. Arrancar o carro é a parte difícil. Depois, passar de 2ª a 3ª parece um mínimo detalhe. Mas, aí está o que diferencia quem sonha e faz de quem só sonha. Nada se materializa, nada sai do papel. E o mundo ou qualquer um que passe pela frente é o culpado da realidade ao acordar daquele sonho tão real.

Nesse momento, lembrar da sensação de cumprir com os compromissos e com cada desafio que foi posto à frente, está tão longe. Resgatá-la é como brincar de cabo de guerra. É preciso puxar com toda a força do mundo, olho no olho do adversário, atento na linha limite do chão até onde a corda pode ir, estrategicamente pensando em que momento você pode dar um tranco nele e sair comemorar. É uma gincana de escola, que define as suas habilidades físicas e sociais.

Relembrar a sensação é uma gincana da vida, que define as suas habilidades físicas, sociais e intelectuais. Define se ter a sensação no corpo novamente te impulsiona a senti-la de novo. Mesmo sabendo que há um caminho dividido em etapas que é preciso percorrer para alcançar a linha de chegada. Nesse momento o adversário do cabo de guerra é você mesmo.

Sendo o meu adversário eu mesma, esse ano eu coloquei na cabeça que o meu eu contrário não vai vencer. Já venceu muito. A preguiça, a gula e os exageros já venceram vários cabos de guerra por aqui. Mas, esse ano o nível subiu. Pulou 5 casas e agora o bicho pegou.

Coloquei o ano como marca temporal, em razão da loucura de férias que tive, mas, sinceramente, não acredito que num estralo de dedos e um pedido de ano novo, as coisas mudam. Se fosse fácil assim, eu já estava milionária. As coisas estão mudando aos poucos porque eu quero e eu estou fazendo acontecer. Um dia de cada vez, sem pressa. Sem pressa, porque vai ser para a vida toda. Eu quero ver o que acontece se eu não desistir.

Com isso, começamos a segunda temporada dessa newsletter. A primeira deixou com um gosto de quero mais e me fez ver isso daqui como outra forma de contato com o mundo exterior e de guardar as memórias que estou criando, mas também um primeiro passo de coisas maiores que estão por vir que envolvam comunicação.  

Entendo que o formato não será o mesmo, textos assim, sobre episódios específicos da vida serão mais comuns. A inovação também seguirá como uma das linhas principais. Reflexão e inovação. Sou feita e respiro isso atualmente.

Espero ser cada vez mais consciente dos meus sonhos e do que preciso fazer para que se realizem. O papel aceita tudo. Empurrado por desafio, a execução é mais dura.   

Boa semana a todos vocês! Um forte abraço!

Estou a ouvidos, pelo Instagram e Whatsapp, para críticas e comentários sobre a edição de hoje - @mandazeni.