Provando o valor da ideia
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Provando o valor da ideia

Depois da semente, as raízes vão crescendo, se espalhando e apoiando o que cresce para fora da terra. Não há como negar aquela raíz. Cada uma é única. Assim como não podemos negar as nossas raízes, antepassados e tudo o que aconteceu para estarmos aq

Amanda Zeni Beinotti
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As vezes eu faço planos e as vezes a vida me surpreende. No texto passado falei que tinha planejado uma introdução sobre um tema e acabei, por coisas que foram acontecendo no dia a dia, falando sobre outro. Essa semana aconteceu o mesmo. Era sobre demissão silenciosa e vou falar sobre as oportunidades que a vida nos dá. 

Na semana passada, eu estava em Curitiba, feliz da vida com a rotina doida, vendo meus amigos de lá, trabalhando no escritório presencialmente, jantar para lá e vinho para cá. No sábado voltei para Araras e na madrugada de terça-feira vim para o litoral.

Deixei para escrever de última hora, por incrível que pareça, dessa vez foi de propósito. Queria ouvir o barulho das teclas com o barulho do mar. Devo dizer que isso está no top 10 de coisas inspiradoras.

Mas, vamos lá. Parece que de um tempo para cá, venho levando e vendo a vida de um jeito mais leve. Não 100%, ainda existe uma metade estressada. E nessa de ver a vida mais leve, começo a enxergar oportunidades e uma razão de ser para cada passo que vou dando. 

Cada passo, conversa, trabalho, ideia...

Para cada uma dessas coisas, a razão de ser é a colheita do que plantamos, o regar do que está crescendo e o plantio do que ainda colheremos. Cada semente é um mundo de possibilidades no nosso plantar.


Intraempreendedorismo

As sementes plantadas dão frutos. É preciso decidir se dividir os custos e os frutos ou se assumir tudo sozinho. 

Existe um movimento nas redes sociais, pelo menos no lado onde estou dessas redes, que endeusa o empreendedorismo de uma forma irreal. Como se fosse fácil e o único caminho. Talvez meu ranço dessa palavra tenha vindo daí. Sentir na pele as dificuldades do empreendedorismo e entender que essa palavra é subestimada e utilizada ao léu. 

Empreender não é fácil. Não é porque você gosta de fazer uma coisa que ao empreender você só fará ela. Muito pelo contrário.

Vamos ao exemplo. Você gosta muito de fazer doces e começa a vender na faculdade. É preciso: montar o cardápio, descrever os custos, precificar os produtos, divulgar o cardápio, criar as redes sociais, mandar por Whatsapp para todos que você conhece, receber os pedidos, calcular ingredientes, forminhas, caixinhas etc., comprar ingredientes, materiais, formas etc., controlar os pedidos, organizar a cozinha, lavar louça, secar, utilizar a louça de novo, esperar esfriar, enrolar os docinhos, ter uma forma de transportar, achar troco, criar um pix diferente da sua conta, oferecer a todos.... ufa! Poderia fazer uma newsletter só dessa lista. E, antes de acabar uma semana, já começa a pensar na outra. Eu só estou falando de uma pessoa que vende doces na faculdade. Imagine uma operação muito maior. 

Quando essa operação muito maior existe, a empresa precisa de funcionários para apoiar nas entregas já existentes e desenvolvimento de novas. 

Quando há oportunidade para dar ideias e executá-las, podemos dizer que há espaço para o intraempreendedorismo. 

Existe tipos, conceitos e artigos sobre o tema, mas aqui não falamos de forma acadêmica. Falamos do que já vivemos. 

Do lado do dono, há a vontade de fazer o negócio expandir, mantendo a qualidade, o nível e a cultura, mas falta tempo e braço. Do lado do funcionário, há a vontade fazer parte do crescimento de um negócio, vestir a camisa, criar e testar novas ideias, mas não há vontade de sair de onde está. 

Unindo o útil ao agradável, os dois se unem e criam projetos juntos. Uau! Que fácil! Ah não, desculpem, mas a palavra intraempreendedorismo não vai ser banalizada também. 

Do lado de quem dá as ideias e quer fazer acontecer, já notei:

01. a seriedade com que cada ideia deve ser tratada;

02. defender a ideia merece uma grande preparação e estudo dos perfis de quem aprovará - ou não;

03. não adianta dar a ideia se não puder executar;

04. os clientes internos são os mais exigentes; e

05. é você quem precisa provar o valor dessa ideia

um plus: é na tentativa e erro que a ideia vai se concretizando.

Essa vai para quem tem o perfil de empreendedor, que gostaria de começar o seu escritório, estudar novas áreas, implementar ideias diferentes...

Realmente é preciso sair de onde você está para que tudo isso aconteça? Há espaço para crescer internamente? Há oportunidade para falar? Talvez pequenas mudanças no trabalho do dia a dia já possam ser vistas como inovadoras e internamente te vejam como a pessoa que soluciona um determinado problema. 

Eu falo aqui sem medo nenhum: o empreendedorismo não é a única via - se e somente se o lugar que você estiver proporcione um caminho, ainda que você precise abrir a porteira. 

Vejo muita gente com medo de conversar sobre ideias com seus pares ou superiores. São nessas conversas que os pensamentos se misturam e grandes coisas podem surgir. 

Aqui vai um exemplo pessoal que resume alguns anos em 1 parágrafo. Eu sempre insisti na ideia de legal design e visual law no escritório. Fiz alguns modelos, quebrei a cabeça com os programas de design e sugeri muitas e muitas apresentações e documentos. Passaram a enxergar com outros olhos. Hoje estamos montando o time disso! É aos poucos, com calma, mostrando segurança e que "dá pé". 

Outros exemplos de intraempreendedorismo para vocês olharem: botão de curtir do Facebook, Gmail, McLanche Feliz... Sem querer, acabei de perceber que o link é de uma matéria da PUCPR, onde pude aguçar um pouco o meu tino empreendedor, fundando grupo de estudos, tentativa de fundação de empresa júnior.. enfim.


Pílula da reflexão

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Depois da semente, as raízes vão crescendo, se espalhando e apoiando o que cresce para fora da terra. Não há como negar aquela raíz. Cada uma é única. Assim como não podemos negar as nossas raízes, antepassados e tudo o que aconteceu para estarmos aqui hoje, vivos e saudáveis.

As histórias se cruzam e vão formando vidas e caminhos para cada um - e eu acho isso muito doido e legal de refletir.

Talvez seja preciso abraçar as raízes, entender que independente de como for, deram frutos ou apenas folhas... mas cresceram. 

Cresceram por um motivo maior, para que as nossas vidas continuem se cruzando e que o mundo continue sendo mundo

Eu acredito em vários pontos de algumas religiões e vou misturando para formar a minha crença, mas, se me permitem, finalizo com uma frase que acredito e gosto muito:

“Ele possui as chaves do incognoscível, coisa que ninguém, além dele, possui; Ele sabe o que há na terra e no mar; e não cai uma folha (da árvore) sem que Ele disso tenha ciência; não há um só grão, no seio da terra, ou nada verde, ou seco, que não esteja registrado no Livro lúcido”

Talvez hoje eu tenha ido longe demais na reflexão, mas vocês vão se acostumando. 


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Valeu e até a próxima!

Amanda Zeni Beinotti.