Sanhaço e honra
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Sanhaço e honra

O ir e vir do pássaro é responsável por fazer florescer a mata. Alimentar a coragem e aceitar e honrar a responsabilidade que nos é entregue. Entender que os 18 já passaram e os 20 e tantos, nas condições normais de temperatura e pressão, são o momen

Amanda Zeni Beinotti
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O soldado que é safo desenrola todos os bizus e não se intimida com os sanhaços

Sanhaço.

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Ouvi a expressão de uma ex-PM. A mesma palavra que dá o nome a um pássaro, significa situação de instabilidade e pressão no linguajar da instituição.

Na semana que passou, aprendi que prefiro viver no sanhaço a viver na calmaria. Nessa idade, o movimento faz parte da dança das nossas vidas. Aquelas águas calmas são necessárias por alguns dias, mas é preciso se acostumar com a pressão e com as mudanças que acontecem na vida.

O ir e vir do pássaro é responsável por fazer florescer a mata. Alimentar a coragem e aceitar e honrar a responsabilidade que nos é entregue. Entender que os 18 já passaram e os 20 e tantos, nas condições normais de temperatura e pressão, são o momento perfeito para dar o máximo, ganhar cancha e encher a bagagem de experiências. 

É preciso se movimentar. Entender o sanhaço e se adaptar. 

O sanhaço que identifiquei é muito aplicável ao trabalho. Eu prefiro mil vezes trabalhar sob pressão a trabalhar com muito prazo. Assim que aprendi. 


A carreira começa nos bancos da faculdade

Desde 2016, quando entrei na faculdade e no estágio, ouço que a nossa carreira começa nos bancos da faculdade. 

Parece que nos meus 17-18 anos os conceitos profissionais não estavam tão claros. Sim, estou começando o estágio. Sim, estou num escritório. Mas, como assim? Como assim você diz para uma adolescente de 17 anos, caloura, querendo festa e experiências de faculdade que a vida profissional já começou?

Lembro de uma cena como se fosse ontem. O famoso banho de lama da PUCPR dos meus calouros ia acontecer um dia a tarde, seguido de uma integração no bar. Eu estava no escritório, com várias tarefas, sabendo que não daria tempo de chegar para a festa. 

Perguntei a uma das meninas que me treinava: "Emanu, olha isso, todo mundo lá. Fala pra mim que perder a festa e estar aqui vai valer a pena.". Sem titubear, ela me falou que não tinha dúvidas que valeria. Seria ela vidente?

Não só valeu a pena, como hoje eu agradeço ter perdido várias das festas que queria ir, porque eram no horário do estágio - não que eu não tenha ido em festa durante a faculdade... longe disso, eu batia carteirinha. 

Mas, o ponto aqui é. Qual é a sua imagem perante os seus colegas?

Aqueles que estão na sala de aula, nas festas ou nos estágios. 

É difícil reverter aquela imagem que foi se construindo durante os 5 anos da faculdade. Hoje, depois de ouvir muito da minha mãe e participando de processos de contratação, vejo o tamanho do valor do nosso nome. 

Pense em alguns de seus colegas. Quais são as características que você lembra instantaneamente ao lembrar do nome? Veja só. Essa imagem foi e é construída dia após dia na faculdade. 

Garanto que a maioria das características não tem a ver com o conhecimento técnico. Essa pessoa dormia todas as aulas? Mas trabalhava? Estava todos os dias no bar? Era educada? Atrapalhava o professor? Era dedicada? Fazia atividades para além da sala de aula?

Uma infinidade de perguntas para refletir. 

E a razão dessa reflexão é - seus amigos e colegas de estágio e de faculdade serão os seus clientes e eventualmente até seus sócios. 

São inúmeras as histórias que já ouvi sobre isso. Eu mesma já atendi uma empresa na qual uma amiga era do jurídico interno. Já ouvi que um advogado foi indicado pelo seu ex-chefe, diretor jurídico, para outra empresa, amigas de faculdade que apresentaram outras ao chefe e hoje são sócias, colegas de faculdade são assessores juntos...

Curitiba, por exemplo, apesar de ser capital, parece uma cidade de interior. Principalmente na comunidade jurídica. Todos se conhecem.

A partir do momento que você começa a aparecer dentro dessas instituições jurídicas e empresariais com os advogados que te ensinam, a sua imagem passa a ser vinculada com a deles de alguma forma - e a deles com a sua. 

É preciso honrar o seu nome - e o deles. 

O Dr. Carlos, fundador do escritório, ensinava seus aprendizes dessa forma e, de "geração em geração" me foi passado que, nas palavras de uma das sócias do escritório, a Manuela, "as escolhas que fazemos enquanto estudantes influenciam diretamente nosso futuro como advogados". 


Pílula da reflexão

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Parece-me que a vida é para ser vivida. A cada dia escrevemos a nossa história e direcionamos o caminho a onde pretendemos ir, mesmo sabendo que em questão de segundos tudo pode mudar. 

Nessa terça, minha prima parte para fazer faculdade nos EUA. Escrevendo umas palavras a ela, lembrei de quando fui embora do Brasil. 

É uma enxurrada de fase nova. Apesar de parecer óbvio, não é tanto quando você tem seus 16 anos - idade que fui morar em Tenerife. 

Você pode até ir embora do Brasil, mas a sua mente vai junto. Ela, os pensamentos e os sentimentos. 

Na sua mala, cabe tudo aquilo que tem dentro de você e ainda abre espaço para o que vem. Por isso, é preciso ser duro consigo em alguns momentos. Os pensamentos precisam de limites. 

Pode ir morar no Japão, se você não cuidar do seu psicológico, de nada vai adiantar.

Assim como as palavras, a mente tem um poder inimaginável. 


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Valeu e até a próxima!

Amanda Zeni Beinotti.