Precisamos de mais gente que crie valor e acumule fortunas com inovações e bons serviços, resolvendo em massa problemas da humanidade, satisfazendo desejos e ambições humanas. Precisamos de mais bilionários como Jeff Bezos.
"Ressentimento e hostilidade contra pessoas que conquistaram grandes realizações são falhas humanas das mais comuns. O ressentimento contra conquistas é mais mortal que a inveja da riqueza." | ||
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Numa tarde de terça-feira, quatro pessoas se lançaram num foguete para o espaço. Passaram 11 minutos flutuando sobre a Terra, desfrutando a sensação única de ver o planeta de fora dele, e voltaram sã e salvas. Entre os quatro tripulantes estava Wally Funk, astronauta que não foi para o espaço nos anos 60 por ser mulher. | ||
O feito extraordinário do bilionário Jeff Bezos, que pagou o passeio, é resultado de um cérebro coletivo que acumulou ideias, inovações e descobertas. É fruto de um sistema de especialização e troca que faz milhares de pessoas cooperarem voluntariamente. Esse mesmo sistema tornou a humanidade capaz de criar vacinas transgênicas em poucas semanas e fez o mundo bater os melhores índices de longevidade, paz e prosperidade de todos os tempos. | ||
Mas teve gente que não gostou e problematizou o turismo espacial. | ||
Na Folha de S. Paulo, Ana Carolina Amaral considerou a aventura de Bezos uma amostra de escapismo e ostentação num “mundo profundamente desigual, à beira do colapso climático e ambiental e ainda atravessando uma pandemia”. Segundo ela, “o capricho dos bilionários deliberadamente joga dinheiro para o espaço”. | ||
Não: ninguém jogou dinheiro para o espaço. Ao bancar viagens espaciais dos últimos dias, Jeff Bezos, dono da Amazon, e Richard Branson, da Virgin, dividiram sua riqueza. Transmitiram milhões de dólares para engenheiros, físicos, matemáticos, técnicos, motoristas, camareiros de hotéis, pedreiros, ajudantes e jornalistas. Ao contratar pessoas altamente qualificadas, puxaram o salário delas para cima. O dinheiro ficou aqui na Terra – e aumentou o retorno de quem investe em educação científica. | ||
A colunista também disse que “a disputa dos bilionários sinaliza que suas fortunas não estão a serviço deste mundo (embora o contrário seja bastante evidente)”. | ||
Não, não é nada evidente. Ninguém é obrigado a servir a Tesla, a Virgin ou a Amazon (ainda menos num país com desemprego perto de zero, como os EUA). | ||
Está na moda criticar bilionários, como se a riqueza deles viesse da exploração de funcionários e consumidores. De fato há bilionários que enriquecem por meio de propinas e contratos superfaturados – como nós, no Brasil, sabemos bem. Mas não é o caso de Bezos, que se tornou bilionário porque serviu os outros, facilitou a vida das pessoas, criou um ponto de encontro entre milhões de pequenos comerciantes e consumidores. Isso ajudou o mundo mais que suas doações de caridade (a maior de 2020) e os milhões que investe para combater mudanças climáticas. | ||
Outro grande exemplo é John Rockefeller. Quando ele criou a Stantard Oil, em 1870, o galão de querosene custava 26 centavos; 20 anos depois, o galão caiu para menos de 7 centavos – por causa das melhorias no refino e transporte do querosene. Rockfeller se tornou o primeiro bilionário do mundo porque aprimorou e barateou um combustível. (E ainda salvou milhares de baleias, pois conquistou o mercado do óleo de baleia.) . | ||
Precisamos de mais gente assim, que crie valor e acumule fortunas com inovações e bons serviços, resolvendo em massa problemas da humanidade, satisfazendo desejos e ambições humanas. Precisamos de mais bilionários como Jeff Bezos. | ||
A reportagem da semana. A revista New Yorker deu uma reportagem aterrorizante sobre o "Projeto Kentler". No começo dos anos 1970, financiado pelo Senado alemão, o psicólogo Helmut Kentler mandou meninos abandonados de Berlim Ocidental para lares adotivos administrados por pedófilos. De propósito. O psicólogo acreditava que a adoção daria oportunidade a crianças traumatizadas terem uma figura paterna, e uma oportunidade para os pedófilos serem pais amorosos. Esse bizarro experimento durou até os anos 2000. Para quem lê em inglês, a reportagem está aqui. | ||
O livro da semana. Saiu no Brasil a tradução do "Cynical Theories", delícia de livro para entender o pós-modernismo que mergulhou as Ciências Humanas na atual loucura politicamente correta. Os autores, Helen Pluckrose e James Lindsay, são dois dois mais inteligentes críticos da cultura identitária - "woke", como dizem os americanos. Mostram como as lentes pós-modernas embaçaram a vista dos acadêmicos, fazendo-os acreditar que o mundo todo se resume a relações de poder e opressão. | ||
Um abraço e bom fim de semana! |