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Hoje é o Dia de Memória do Holocausto, observado na data de liberação do campo de Auschwitz, 27 de janeiro de 1945. Aproximadamente 6 milhões de judeus e outros grupos étnicos, além de opositores políticos, foram assassinados em massa pelos nazistas. | ||
Mais do que nunca, é importante lembrar o que levou ao genocídio: a mentalidade revolucionária, a busca da engenharia social desde cima, com base nos mais altos ideais. Em retrospectiva, fica fácil apontar Hitler e o nazismo como representantes do que há de pior no ser humano. | ||
Mas se qualquer um de nós vivêssemos nessa época, qual seria a nossa postura diante do movimento? Diferentemente do que é colocado, Hitler não hipnotizou o povo alemão, levando-o ao genocídio e à autodestruição, mas sim deu vazão ao seu ressentimento e busca por vingança. | ||
Suas reformas e seu capitalismo de estado produziram forte crescimento econômico. Seu governo socialista era farto em oferta de todo tipo de bolsa e auxílio para a população. Seus discursos públicos falavam em paz e unidade. O discurso de ódio era apresentado de forma lateral. | ||
Quem se opunha ao movimento era, na melhor das hipóteses, preterido socialmente. Na pior, seria perseguido e morto. Já aqueles que abraçavam o nazismo poderiam ascender socialmente e sentiam-se parte de um movimento, com um propósito "elevado" de construir o império de mil anos. | ||
A perseguição a um grupo específico funcionava como uma ferramenta de união nacional e de autodesculpa para o fracasso nas guerras anteriores, já que se de fato a raça ariana era "superior", como poderia ter sido derrotada? O vitimismo sempre é muito atraente. | ||
A verdade é que se qualquer pessoa fosse transportada para aquela época, a chance maior seria dela participar da "loucura das massas", ao invés de se colocar em oposição ao movimento revolucionário, pois essa é a natureza humana. | ||
Por isso é tão importante o esforço para lembrar, dia após dia, do mal que o ser humano é capaz, pois nós somos falhos e podemos facilmente nos envolver com ideais potencialmente catastróficas, que produzirão sofrimento, guerra, pobreza e morte. | ||
É salutar que os crimes do nazismo sejam sistematicamente lembrados e condenados, mas é inaceitável que os crimes do seu irmão gêmeo, o comunismo, não tenham o mesmo impacto e não são nem mesmo conhecidos por boa parte das pessoas, especialmente os jovens. | ||
Enquanto o nazismo usava a desculpa da raça, o comunismo na sua forma original utiliza a desculpa da classe social para perseguir adversários e eliminá-los, para criação de uma "nova era" e de um "novo homem", não por acaso, dois termos utilizados por nazistas e comunistas. | ||
Não podemos esquecer que o próprio regime nazista aprendeu a tecnologia dos campos de concentração dos comunistas, uma realidade abafada até hoje, além da cooperação entre os dois regimes na década de 30, até meados da Segunda Guerra. | ||
Por ter participado da guerra contra os nazistas e ter emergido como força vencedora, além de ocupar um espaço no coração de intelectuais de miolo mole, os crimes dos comunistas, que produziram muito mais sofrimento e mortes que os próprios nazistas, quase nunca são lembrados. | ||
Foram de 20 a 60 milhões de mortos na antiga União Soviética, de 50 a 100 milhões de mortos na China de Mao, e de 5 a 10 milhões em outros países pelo mundo. Infelizmente, ao invés de condenações, o comunismo ainda recebe apreço de intelectuais, artistas e outros influenciadores. | ||
O marxismo sofreu mutações, e se apresenta hoje na forma da política de identidade. "Minorias" seriam exploradas pelo sistema, controlado por "homens brancos ricos e héteros", que operariam sistematicamente para explorar tais mulheres, negros, índios, gays, etc... | ||
Substitua "homem branco", por "judeu", ou por "burguês" e será difícil observar grandes diferenças na retórica utilizada hoje pelos revolucionários em relação à retórica utilizada por nazistas ou comunistas, no passado. | ||
Para quem acredita que exagero, saiba que a morte dos judeus nas câmaras de gás, ou de kulaks nos Gulags soviéticos não aconteceram da noite para o dia. Tudo começa como uma ideia, que vai envenenado a mente das pessoas, como Dostoievski apresentou brilhantemente em "Demônios". | ||
Não estamos observando, nas últimas décadas, o crescimento sistemático dessa ideia de "opressão às minorias"? À definição do "valor" das pessoas pela sua raça, sexo ou mesmo inclinação sexual? E a vilificação de outros com base nos mesmos critérios? | ||
Temos que lembrar que hoje a tecnologia permite o controle absoluto de cada ser humano no planeta. Campos de concentração e Gulags não precisam mais assumir a forma de prisões físicas. Num apertar de botão, é possível acabar com a vida de uma pessoa, e mantê-la presa para sempre! | ||
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Mais do que nunca é preciso desenvolver a consciência dessa ameaça e afastar o espectro do extremismo ideológico que justifique a perseguição por motivos políticos de quem quer que seja. O Estado de Direito serve justamente para garantir os direitos individuais básicos. | ||
Quando a Lei precisa ser reinterpretada para justificar perseguições, ou novas leis precisam ser criadas para esse fim, sabemos que estamos no limite da civilização e já entramos em território de risco, a antessala da barbárie. E não é exatamente isso que estamos observando? | ||
Sob a desculpa de "lutar contra mentiras", ou aplacar o "discurso de ódio", pessoas que buscam manter de pé a civilização estão perdendo seus direitos, enquanto revolucionários, os verdadeiros mentirosos e propagadores de ódio, concentram cada vez mais poder. | ||
Acordemos enquanto é tempo. O mundo opera em ciclos, infelizmente os tempos totalitários estão de volta. Vamos permitir que mais um mar de sangue inunde o planeta, em nome da "justiça social"? Ou, na melhor das hipóteses, que sejamos escravizados pelos "virtuosos"? |