Dando nome aos bichos e a malandragem do Marketing de Conteúdo
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Dando nome aos bichos e a malandragem do Marketing de Conteúdo

Se uma coisa não tem nome, ela existe?

Leo Leite
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Se uma coisa não tem nome, ela existe?

Sim! Vamos falar de jogos ilícitos.
Sim! Vamos falar de jogos ilícitos.

Diversos estudos mostram que dar nome influencia diretamente na maneira que percebemos o mundo. 

Ter um nome é tão importante, que a forma mais simples de capturar a atenção de alguém é chamando pela palavra que, geralmente, mora na sua identidade. 

"Oi "insira aqui seu nome"! Tenho uma mensagem para você..."

No entanto, nesse texto não vou falar do velho truque de colocar o nome em mensagens para clientes, quero ir além e explicar como você pode diferenciar seu produto, metodologia ou projeto apenas usando palavras. 

Preparado, FULANO? 


O ano era 1892 quando o barão João Batista Drummond precisava salvar o Zoológico do Rio de Janeiro do total ostracismo. 

Apesar da exuberância dos animais, os cariocas não passavam nem perto da atração e a tradicional rifa surgiu como solução de marketing para o problema.

A dinâmica era simples: quem comprava o ingresso para o Zoológico, participava da rifa no mesmo dia. 

O que diferenciava essa rifa era a forma de sorteio. No lugar de números, o público escolhia entre 25 bichos listados no Zoológico e, ao entardecer, o bicho sorteado era anunciado. 

Nascia assim o malandro Jogo do Bicho!

O Jogo do Bicho começou 3 anos antes da empresa John Deere lançar sua própria revista, em 1895.

Essa publicação é reconhecida como a primeira iniciativa de Marketing de Conteúdo, mesmo o nome "Marketing de Conteúdo" ter sido cravado somente em 2001 , quando a Penton Custom Media começou a usar esse termo.

A ideia de fazer um jogo contextualizado para o Zoológico não seria uma espécie de Marketing de Conteúdo? 

Mas uma vez te pergunto: Se uma coisa não tem nome, ela existe?


Mas não escrevi esse texto para defender bicheiros (sou azarado e não é muito minha praia).

O ponto que você precisa entender é a importância de dar nome não só para marcas  e produtos, mas para a ideia por detrás deles. 

Por exemplo, se você tem uma loja de bolos e quer fazer com que seu bolo de cenoura chame atenção, busque identificar características que possam ser nomeadas. 

Bolo de cenoura de 3 texturas:

  1. O macio da massa
  2. O cremoso da cobertura
  3. O crocante do granulado

Pronto! Você já tem o nome da "metodologia" por detrás do bolo de cenoura. 

Marketing de Conteúdo existe faz tempo, mas só depois que alguém observou, organizou e deu um nome para essas características, foi possível ampliar sua ideia. 

Vamos para mais um exemplo...

Quando a Volkswagen do Brasil lançou abastecimento com etanol, gasolina ou a mistura dos dois, deu o nome de FLEX.

Não era apenas o nome do modelo, era o nome de uma metodologia que revolucionou o mercado do país. Parece bobo, mas funciona... inclusive para você. 

Mas como você pode aproveitar desse jeito simples de gerar atenção e autoridade?

Observe como o que você está promovendo funciona. Existe alguma mecânica, processo ou novidade que pode ser "envelopado" em um nome?

Se você está vendendo uma planilha de custos, consegue identificar alguma fórmula do excel que é diferencial do seu produto e pode ser nomeada?

Se seu projeto possui uma etapa que você desenvolveu, ela possui um nome diferente ou é apenas "etapa 2". 

A malandragem de nomear é perceber coisas, padrões e analogias que já existem mas são reconhecidas. 

Afinal, se uma coisa não tem nome, ela existe?