O Instagram não quer ser levado a sério... e você deveria fazer o mesmo.
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O Instagram não quer ser levado a sério... e você deveria fazer o mesmo.

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Leo Leite
3 min
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Nesse artigo de apenas 3 minutos você vai encontrar:

  • Dicas para não sofrer com a nova postura do Instagram,
  • Um alerta para quem trabalha com escrita persuasiva na plataforma,
  • Um jeito japonês para lidar com tudo isso.
Joan Cornellà , 2021
Joan Cornellà , 2021
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O Instagram não é mais sobre fotos, é sobre vídeos. Mais especificamente sobre vídeos no estilo TikTok. 💃

Finalmente a rede social falou abertamente como funcionam seus algoritmos e deixou muito claro os planos do Instagram para privilegiar conteúdos que geram "entretenimento".

Entre nós, não há nada de novo nessa declaração. Há tempos os especialistas em Instagram já dão sinais que o caminho para alcançar mais gente estão nos Stories e nos Reels. 

No entanto, a postura oficial da empresa e a declaração pró entretenimento indica que os algoritmos irão ainda mais longe para privilegiar vídeos que você assiste de forma exaustiva (dancinhas, memes e virais). 

Obviamente, veremos soluções para fotos e carrosséis que trazem elementos de engajamento e para os grandes especialistas em Instagram essas mudanças são um convite para ir mais além. 

Aposto que mais e mais pessoas irão defender a junção de entretenimento com informação para aproveitar melhor do algoritmo. 

Só tem um porém... fazer isso gerar resultados é difícil para um caramba!

Os elementos de persuasão não mudam só por causa de uma rede social. Pertencimento, reciprocidade, urgências e todos os outros gatilhos continuam aí. 

Quando uma rede social decide focar mais em gatilhos de comunidade e novidade, aspectos como escassez e antecipação precisam de um cuidado redobrado para não serem apagados. 

Os especialistas em Instagram sabem que, além de dançar conforme a música do algoritmo, é preciso complementar a parte do entretenimento com informação que quebre objeções e torne o interesse pelo produto maior que o interesse pelo conteúdo. 

No entanto, os mais inexperientes no mercado caem na ideia que tudo agora é entretenimento e acabam  esquecendo que curtida não paga as contas. 

"Legal a sua dancinha, mas o que exatamente você vende?" Disse o seguidor desavisado. 

No longo prazo, o foco excessivo nesse tipo de entretenimento pode deixar sua audiência ainda mais preguiçosa de consumir conteúdos mais profundos, reduzindo o tempo para você apresentar  todos os argumentos necessários para uma venda.

Historicamente, textos e vídeos mais longos tem melhor taxa de conversão. Como manter essas taxas em um universo onde os vídeos são feitos para gerar entretenimento instantâneo?

Nos momentos de crise, as melhores respostas surgem dos fundamentos. No nosso caso: funil de relacionamento com o cliente. 

Inclusive,  uma forma de encontrar essa solução é indo para o outro lado do mundo...

Essa semana estava vendo um vídeo sobre como o estúdio de animação japonês Ghibli (aquele que fez a A Viagem de Chihiro) cria suas animações. 

O mundo ocidental sempre foi fascinado sobre como os filmes do estúdio tocam em assuntos muito complexos como morte, meio ambiente e dualidade para crianças. 

Diferente da Pixar, que possui em um mesmo roteiro mensagens que só adultos entendem, o estúdio Ghibli não segrega seu roteiro, dando para os pequenos o desafio de lidar com os mesmo assuntos. 

A viagem de Chihiro,  Hayao Miyazaki, 2001.
A viagem de Chihiro,  Hayao Miyazaki, 2001.

Essa postura resulta em uma experiência muito mais rica. (Experimenta assistir qualquer filme do estúdio com uma criança, é muito legal ver a reação delas).

"Tá Leo, mas o assunto não era o Instagram?"

Sim... prometo que tem uma ligação entre os filmes japoneses e o Instagram.

Quando perguntaram ao criador do estúdio Ghibli, Hayao Miyazaki, qual era a fórmula para tratar de assuntos tão espinhosos com crianças, ele explicou que só exigia o pensamento mais abstrato lá para o meio do filme. 

Ou seja, um roteiro com início sem barreiras de intepretação, bem simples. Pouco a pouco, os temas vão adensando e no final... você sai completamente transformado. 🐉

Não é só entretenimento!

O Hayao Miyazaki é um dos principiais críticos de animações americanas que só investem em conteúdo sem barreiras e como elas empobrecem a relação que esse conteúdo tem com quem assiste. 

O mesmo ocorre com o conteúdo que você está produzindo. 

Eu posso passar o resto da minha vida fazendo dancinhas e fotos divertidas no Instagram para gerar mais seguidores, mas no fundo eu sei que você que chegou até aqui, lendo todo esse conteúdo é (e sempre será) meu seguidor mais fiel e meu lead mais qualificado. 

Óbvio que teremos exceções, mas como profissionais devemos olhar o padrão e entender como nosso perfil se comporta. 

Cada vez mais o Instagram se posiciona como uma ferramenta do mais raso nível do funil e não sei como eles vão conciliar a opção de compra dentro do aplicativo sem dar espaço para quebrar objeções. 

Entenda os algoritmos, use para atrair leads frios, mas tenha claro que o Instagram não quer ser levado a sério... e isso inclui seu negócio.