É como diz o ditado
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É como diz o ditado

Dê grandes poderes para uma pessoa para saber como ela lida com as grandes responsabilidades. Filme de super-herói já se prova ficção quando uma pessoa se responsabiliza pelos seus poderes, né? Já a realidade chega de voadora no peito dizendo...

Lígia Colares
3 min
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Dê grandes poderes para uma pessoa para saber como ela lida com as grandes responsabilidades. Filme de super-herói já se prova ficção quando uma pessoa se responsabiliza pelos seus poderes, né? Já a realidade chega de voadora no peito dizendo que ninguém se importa com isso não. Com grandes poderes, vem grandes somas de dinheiro público para gastar como quiser.

Ok, isso começou tudo menos uma newsletter de fim de ano. Não me julguem, apesar de tudo hoje ainda é segunda feira. Mas nessa ultima semana do ano estou tendo um tempo livre para ler, dormir e assistir coisas!

Eu gosto de personagens que saem do estereótipo básico. Uma das primeiras coisas que me prendeu em Mestre da chamas, do Joe Hill, foi que a personagem principal é uma mulher grávida que decide arranjar um espaço seguro para seu futuro filho.  Claro que uma epidemia de combustão espontânea também tem seus atrativos...

Assisti Navillera, na Netflix, e o personagem principal é um senhor de 70 anos, aposentado, que decide finalmente fazer o que sempre sonhou, treinar balé. Vim de uma família que sempre dizia que depois dos 50 anos já estava velho demais, e sei que uma parte inconsciente de mim se assusta com a ideia de envelhecer, então a história me tocou em pontos frágeis. Tem cenas lindíssimas, mas preparem os lenços.

Também estou finalizando Aniquilação, de Jeff Vandermeer. Além de toda a vibe de suspense, de ser um livro conhecidamente weird, a escrita ser super envolvente e ao mesmo tempo angustiante, a personagem principal é uma bióloga mais velha, antissocial, que prefere bichos a pessoas. Não sou eu quem vai julgar.

E o último filme que me impactou tal qual um meteoro foi o Não olhe para cima, também na Netflix. Acho que dois minutos de google você vai encontrar todas as possíveis interpretações do filme, então só queria dizer que queria achar menos comum cientistas em colapso mental. Esse filme me deixou irritada, mas principalmente triste. Eles ficam numa linha muito tênue entre o absurdo e o real, sabe?

Ou, melhor, a realidade está numa linha tão tênue com o absurdo e ficção que nada daquilo parece inventado. Se pesquisar bem, com certeza alguém em algum lugar já usou aquela mesma frase, expressão ou situação. Existe alguma palavra para o sentimento de dividir o mesmo oxigênio com pessoas que estão se esforçando diariamente pela nossa extinção?

Eu ainda não encontrei, mas enquanto essas palavras não vem, fica aqui meu sincero desejo de um final de ano com um pingo de paz e sossego que a gente merece. Eu vou continuar aqui minha maratona, pq tenho uma temporada toda do bruxão pra assistir! E que 2022 traga um pouco mais de esperança para nossos corações brasileiros.

Descrição de imagem: Foto colorida em ambiente escuro. Em primeiro plano, uma mão segurando uma vela faísca acesa. Ao fundo, fora de foco, várias lâmpadas coloridas.<br>
Descrição de imagem: Foto colorida em ambiente escuro. Em primeiro plano, uma mão segurando uma vela faísca acesa. Ao fundo, fora de foco, várias lâmpadas coloridas.