E esse frio, heim?

Esses últimos meses estão sendo bem perturbadores emocionalmente. Ao mesmo tempo em que tem um monte de coisa acontecendo (virei tia!) e tudo mudando muito rápido, esse frio horroroso me dá vontade de ficar 26 horas por dia deitada na cama só esperando o verão chegar - sim, sou #TeamVerão, meu corpo não sabe lidar com temperaturas abaixo de 20° C, e minha atual moradia tem tubulação direta com algum extremo polar, certeza.

A morte está sempre presente. Uma perda que causa comoção geral no twitter só me lembra das outras milhares de mortes, uma contagem horrorosa que só cresce e a gente finge que não vê, por inércia, apatia ou puramente pela saúde mental. Cada morte deveria ser sentida, cada vida deveria ser celebrada, cada perda deveria causar comoção no país inteiro.

Ao mesmo tempo, ver tanta gente querida se vacinando me dá uma felicidade que eu nem sabia que podia existir no Brasil 2021. Receber pequenas boas notícias me traz gotas de esperança, apesar de represar milhares de sentimentos dentro de mim, desse mais de ano e meio trancada em casa virando chacota até de pessoas próximas por levar a pandemia “a sério demais”.

Sentimentos que são constantemente pauta de terapia, até. Passei uma vida toda ouvindo que não posso desejar mal para os outros porque pode voltar em dobro pra mim. O que me libertou foi entender que todos os sentimentos são importantes e válidos - e que se meu ódio realmente pudesse afetar alguém, uma família miliciana estaria completamente pulverizada nesse momento.

O interessante é perceber que, num mundo em que as pessoas precisaram aprender sobre o outro para enfrentar uma pandemia, eu precisei aprender mais sobre mim para sobreviver ao outro.

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Em tempo, fiquei muito surpresa e alegre com o número de inscritos. Por causa do primeiro texto que enviei, recebi um baita elogio, inclusive. Muito obrigada por estar aqui <3

Espero que esteja tudo bem aí, não esquece de ir tomar a sua vacina (as duas doses!) e usar máscara.