Aos poucos as coisas vão voltando ao normal.
Aos poucos as coisas vão voltando ao normal. | ||
Máscaras não são mais obrigatórias em grande parte do país, o que faz criar uma nova espécie de ser humano: aquela que continua de máscara, mas com o nariz para fora. Eu teria uma opinião sobre isso, em 2020. | ||
Os espaços públicos voltaram a ficar cheios. Festas clandestinas não são mais tão clandestinas. Completos estranhos voltaram a dividir o metro quadrado com outras 22 pessoas - que saudade de gostar de um show mas não conseguir ir, não é mesmo? | ||
A ironia sempre está presente, agora com uma cara diferente, marcas de pff2 nas bochechas. Mas as conversas estão diferentes. Será que nos acostumamos tanto a falar sozinhos nas redes sociais, performar nossos personagens, que desaprendemos a escutar, a perguntar como o outro está? | ||
Saio na rua, máscara sendo meu último refúgio, e meu eu muito diferente encontra o mundo voltando ao antigo normal. O muito que me deixei para trás talvez ainda não seja o suficiente, mas só terei tempo de pensar nisso no intervalo entre o trabalho e os boletos para pagar. | ||
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Voltei pouco aqui esse início de ano. Tenho a sensação de que as decisões difíceis que eu tomo não são nada de diferente das que todos reclamam no twitter. | ||
Pensei em milhares de assuntos para abordar aqui, tenho as referências guardadas, mas eu funciono assim, no fluxo e no intervalo de tempo. | ||
Fiquem bem, continuem usando máscaras em locais fechados, e regularizem seu título de eleitor! |