Uma ode à normalidade
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Uma ode à normalidade

Aos poucos as coisas vão voltando ao normal.

Lígia Colares
2 min
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Aos poucos as coisas vão voltando ao normal.

Máscaras não são mais obrigatórias em grande parte do país, o que faz criar uma nova espécie de ser humano: aquela que continua de máscara, mas com o nariz para fora. Eu teria uma opinião sobre isso, em 2020.

Os espaços públicos voltaram a ficar cheios. Festas clandestinas não são mais tão clandestinas. Completos estranhos voltaram a dividir o metro quadrado com outras 22 pessoas - que saudade de gostar de um show mas não conseguir ir, não é mesmo?

A ironia sempre está presente, agora com uma cara diferente, marcas de pff2 nas bochechas. Mas as conversas estão diferentes. Será que nos acostumamos tanto a falar sozinhos nas redes sociais, performar nossos personagens, que desaprendemos a escutar, a perguntar como o outro está? 

Saio na rua, máscara sendo meu último refúgio, e meu eu muito diferente encontra o mundo voltando ao antigo normal. O muito que me deixei para trás talvez ainda não seja o suficiente, mas só terei tempo de pensar nisso no intervalo entre o trabalho e os boletos para pagar.

Descrição de imagem: Foto colorida em tons marrons de uma pessoa usando uma máscara de couro que tampa o rosto todo, com um respirador na boca, e duas lentes redondas nos olhos para conseguir enxergar. A máscara fica amarrada na cabeça pela parte de trás. Remete a um escafandro moderno.<br>
Descrição de imagem: Foto colorida em tons marrons de uma pessoa usando uma máscara de couro que tampa o rosto todo, com um respirador na boca, e duas lentes redondas nos olhos para conseguir enxergar. A máscara fica amarrada na cabeça pela parte de trás. Remete a um escafandro moderno.

Voltei pouco aqui esse início de ano. Tenho a sensação de que as decisões difíceis que eu tomo não são nada de diferente das que todos reclamam no twitter.

Pensei em milhares de assuntos para abordar aqui, tenho as referências guardadas, mas eu funciono assim, no fluxo e no intervalo de tempo.

Fiquem bem, continuem usando máscaras em locais fechados, e regularizem seu título de eleitor!