PRODUZIR COM BARULHO? SIM E DÁ CERTO.
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PRODUZIR COM BARULHO? SIM E DÁ CERTO.

Felipe Moreira Castro
3 min
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Som plugado, olhar concentrado e mente pulsando 100% na madruga! ( <i>foto Lívia&nbsp;Moreira</i>).
Som plugado, olhar concentrado e mente pulsando 100% na madruga! ( foto Lívia Moreira).

E tal qual um culto religioso, uma seita onde se segue rituais, o escritor, (esse que vos fala, incluído) tem os seus rituais tradicionais de trabalho. Aqueles que são fundamentais para a vida e a fé deste, especialmente naquilo que ele está fazendo.  

Eu tenho os meus rituais (não vou elencar aqui não), que pode crer, todo escritor que se preze tem. Falando sério, não vou garantir por todo mundo, mas pelo o que já ouvi falar e creio grande parte dos escritores tem. E um deles, que acabei descobrindo por acaso, por influência de um broder, foi estudar/trabalhar com música.

Durante muito tempo achava que esse lance de estudar/trabalhar ouvindo música era tipo coisa de pirado, impraticável, sabe. Eu por muito tempo era (e em certa medida ainda sou) adepto do tradicional estudo calmo e solitário. Mas como por conta de várias situações, como arrumar locais calmos e com condições para estudar de boa, fora a correria da vida adulta, estudar ficou difícil, com o barulho da cidade, da rua, da escola da faculdade, até mesmo em casa.

Quem mora na Bahia pagodeira e arrochadeira sabe...

Aí um amigo meu (valeu manim!) comentou que gostava de estudar ouvindo música e tal... Mesmo cético, ouvi com atenção ele me explicando seu processo e fui ficando cada vez mais curioso (p.s: eu gostava de trocar ideia sobre modos de estudar e tal. O cara é phoda e me ajuda até hoje), e vendo que o cara estudava para caralhas , e tinha a situação parecida com a minha aí pensei “vou ver esse negócio. Vamos lá testar”    

Fui, e por incrível que pareça deu certo. Também, vamos combinar, não foi tão difícil quanto imaginava que ia ser. Foi só pegar um pouco mais de concentração (aí sim tive que dar uma esforçada), direcionar ela certinha para manter ela sob rédea, e escolher músicas que, por exemplo, me permitam se concentrar tanto a ponto de só focar no que tá na frente.

Com isso uma parte da mente (aquela que insiste em se distrair) fica ocupada com a música. E a outra voltada para o trabalho/estudo.  

O ideal é que seja algo musical que não afete a sua concentração. Obviamente cada um tem seus gostos, mas músicas que não quebrem a harmonia e que não distraiam a mente (já que as potenciais distrações de fora são o que a gente quer evitar, não é?) são as que recomendo a todos.

 Hoje posso fazer minhas coisas em qualquer lugar hoje e sem me preocupar. O “meu barulho pessoal”, o dos meus fones, é o barulho positivo que aumenta a minha concentração (pois obriga a direcionar o foco), muda a velocidade e a reação (pode ir mais rápido ou devagar, aí é com você) e quando você treina isso pode usar uma capacidade maior a seu favor, sem que isso seja algo difícil e cansativo.

É mais uma questão de direcionar, e usar de maneira certa (e inteligente) a sua mente e a energia que ela tem. Sem se cansar, ficar confuso e/ou desorientado.

E vai por mim, tem um antes e depois disso. Quando você começa a estudar/trabalhar sem música pode virar um hábito, um caminho sem volta.

O autor do texto aqui está há seis anos nessa. E seguindo.