Sempre por perto
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Sempre por perto

Ele pegou em sua mão, olhou em seus olhos com um olhar penetrante e indecifrável. Ela corou, não sabia o que fazer e mesmo que quisesse desviar o olhar, não conseguia deixar de olhá-lo. Quase como uma cena em slowmotion, o rosto dele foi se a...

Igor Leão
2 min
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Ele pegou em sua mão, olhou em seus olhos com um olhar penetrante e indecifrável. Ela corou, não sabia o que fazer e mesmo que quisesse desviar o olhar, não conseguia deixar de olhá-lo. Quase como uma cena em slowmotion, o rosto dele foi se aproximando do seu e quando menos esperava, mas desejando secretamente aquilo, ele a beijou. Seus lábios colaram no dele e corresponderam ao doce gosto de seu beijo apaixonado.

Com toda calma e elegância ele se levantou e, segurando as mãos dela, foi conduzindo sua amada ao centro do ambiente em que estavam. Colocou uma das mãos em sua cintura, trazendo-a para mais perto de si, e sem tirar os olhos dela, começou a movimentar-se em passos ritmados por uma melodia que só os dois conheciam, cada passo era cadenciado com as batidas do coração dela.

Um silêncio ensurdecedor lá fora, mas ali dentro dava para ouvir os corações batendo, a respiração ansiosa e ofegante de ambos, o barulho dos pés que suavemente seguiam passo a passo o ritmo daquele momento.

Com um gesto inesperado, ele a pegou no colo e como o noivo que carrega a noiva para as núpcias, ele a conduziu romanticamente até o sofá e a deitou com todo o cuidado e carinho que podia ter com ela.

Com os olhos presos nele, ela aguardava o próximo ato. Ele a beijou novamente e como um encanto de ação reversa ela adormeceu instantaneamente em um sono feliz e apaixonado.

De repente um barulho em meio àquele silêncio a acordou. Ela abriu os olhos e o procurou pela sala sem entender, porém tudo o que encontrou foi o seu livro caído ao lado do sofá. Quando pegou o livro do chão, viu cair de suas páginas a última carta que ele havia escrito para ela e seus olhos puderam ver, com esperança, as últimas palavras dele no final da carta: “Não se preocupe, estarei sempre por perto!”.

Ela chorou de saudade, suas lágrimas mancharam parte da carta e, quase como um ritual, deitou novamente no sofá, abriu o livro em uma página qualquer, colocou a carta dentro dele e lendo tentou adormecer, para quem sabe assim poder encontrá-lo novamente em seus sonhos.