SINAL DE ALERTA
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SINAL DE ALERTA

Na vida há fatos incontestáveis. E, gostemos ou não, amigo leitor, eles existem, nos circundam, e como qualquer bom enxerido, vez ou outra, fazem questão de dar as caras. Surgem impávidos ante os nossos olhos. Nenhum disfarce pode sujeitá-los...

Lucas Luiz
3 min
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Na vida há fatos incontestáveis. E, gostemos ou não, amigo leitor, eles existem, nos circundam, e como qualquer bom enxerido, vez ou outra, fazem questão de dar as caras. Surgem impávidos ante os nossos olhos. Nenhum disfarce pode sujeitá-los, possui uma única saída; encará-los com coragem. Ignorar os problemas não os atenua, ao contrário, enfraquece a nós; impedindo-nos o crescimento saudável.

Os efeitos do excesso de pensamento positivo estão aí, em toda parte podem-se atestá-los, mas no futebol, alimentado pelo pedigree clubista, eles berram. O corinthiano sobrevive da expectativa desde o ano passado. A chegada de nomes de peso impôs sobre a fiel um filtro da realidade, e dali para frente apenas se enxergou, ou melhor, se quis enxergar, o lugar mais alto do pódio.

De lá para cá, o acúmulo dos insucessos foi varrido para debaixo do tapete. Houve sempre uma boa desculpa ou um grande vilão. Sylvinho pagou pela empolgação. O trabalho demonstrava-se apático, bem verdade, incapaz da evolução necessária para os voos mais altos, mas aqui, em simultâneo, ignoraram-se outros tantos desajustes.

A chegada de Vítor Pereira apenas reforçou o sentimento de outrora, na ânsia de um Corinthians forte como no passado, quase como um desses slogans nacionalistas baratos. Nem as derrotas nos clássicos foram capazes de moldar as perspectivas, devolvê-las ao seu lugar. Foi necessário um péssimo jogo, com um péssimo empate, contra um péssimo adversário, aliás, os reservas do péssimo adversário, e, uma classificação agridoce para nos colocar os pés no chão.  O meu também, querido leitor, corinthiano qual sou, sofri junto deste mal de romantizar em excesso a realidade.

Contudo, chegada a hora, as circunstancias são ensurdecedoras em demasia. O alvinegro está em construção. O elenco tem carências evidentes. Times em construção oscilam. Elencos desequilibrados imploram por uma prioridade clara. A questão fundamental passa a ser a transparência. Compreender o peso das renúncias e definir o foco principal. Impossível, hoje, ao atual Corinthians, sem reforços pontuais, abraçar as três competições.

O português dá indícios a todo instante da falta de fôlego dessa equipe. No primeiro semestre até tornou possível empurrar com a barriga, atingir os objetivos nas canelas, mas a coisa se transmutará por completo. O sinal de alerta foi ligado.

Repete-se constantemente a máxima batida de como a Taça Libertadores da América tende a ser traiçoeira. Os exemplos se empilham. Eis outro fato inconteste.  

Se há urgência em poupar os pulmões para subir às alturas, que seja feito!  O corinthiano entenderá. O Timão já esteve pela altitude sem o oxigênio necessário nessa edição da competição... E, bom, conhecemos a dor de cabeça.