Kevin Durant: um maníaco que ultrapassou todos os limites
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Kevin Durant: um maníaco que ultrapassou todos os limites

Lucas Ponciano
3 min
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Kevin Durant. Pode parecer um nome qualquer, mas não, é o nome que representa um dos maiores jogadores da história da NBA, esse cara é uma lenda do basquete, e se mostrou ser ainda mais depois dessa série de playoffs contra o Milwaukee Bucks pelas semifinais da Conferência Leste, foram sete jogos, e sete jogos espetaculares, não só dele, mas das duas equipes como um todo, eu diria que foi uma das melhores séries da história, os Bucks passaram de fase, vão fazer mais uma final de conferência, mas nada apaga o que Durant fez nessas partidas.

O camisa 7 teve médias de 35.4 pontos por jogo, 10.5 rebotes, 5.4 assistências, 1.5 roubos de bola, 1.1 tocos, 50.9% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 35.3% de aproveitamento nas bolas de três pontos. Foram médias simplesmente extraordinárias, completamente absurdas, o que esse cara jogou foi brincadeira, poucos podem ou puderam fazer isso em toda história da liga, foram atuações históricas.

Durant é um maníaco, um exterminador nato, mata bolas de onde quiser, de qualquer lugar da quadra, e a qualquer momento do jogo, é um dos jogadores mais imarcáveis de todos os tempos, um cara de 2,08m de altura mas com uma habilidade, mobilidade e agilidade de um jogador de 1,90m, coloca o marcador para dançar e humilha o adversário, é praticamente impossível parar o cara, você pode até contê-lo a um baixo percentual de acerto nos arremessos, mas ele não vai deixar de marcar uma quantidade incrível de pontos, se essa marcação acontece, ele passa a arremessar muito mais, utilizando de toda sua força física para tal, e para a gente, só resta assistir essa aula e ver a pontuação aumentar cada vez mais.

No jogo 5 da série, eu nunca tinha visto uma atuação tão dominante assim de um jogador na pós-temporada, foi comparado aos desempenhos de Michael Jordan em finais, LeBron James carregando os Cavs e Heat, Magic Johnson substituindo Kareem Abdul-Jabbar e Larry Bird comandando os Celtics, uma lista bem tranquila né? Durant anotou um triple-double histórico, foram 49 pontos, 17 rebotes e 10 assistências na conta do homem, poucos jogadores tiveram um jogo tão magistral quanto esse, no fim da partida, qualquer arremesso estava caindo, toda bola era rede, impressionante, não teve um que não ficou maluco vendo aquilo, eu fiquei incrédulo, nunca tinha visto algo tão fascinante.

KD doutrinou nesses playoffs, o time não ajudou como era esperado e ele foi eliminado, mas o mais impressionante eu ainda nem comentei, quando ainda jogava pelo Golden State Warriors, Durant fazia sua terceira final seguida com a franquia em 2019, desta vez enfrentando o Toronto Raptors, não mais o Cleveland Cavaliers, os quais travaram batalhas mortais com Golden State durante anos. No jogo 5 das finais, realizado no Canadá, Kevin Durant aterrissou de mau jeito e rompeu o tendão de Aquiles, um notícia terrível tanto para os fãs de basquete, quanto para os torcedores dos Warriors, que posteriormente viram os Raptors vencendo a série e conquistando o título, muito por conta dessa lesão.

Essa ruptura é de longe a lesão mais devastadora do basquete, ninguém que a sofreu voltou a jogar como antes, Tracy McGrady, Derrick Rose, DeMarcus Cousins, Dominique Wilkins e Kobe Bryant são os casos mais famosos, apenas Wilkins voltou ao alto nível, mas nunca como antes, quando foi cestinha da NBA e frequentemente estava no all-star game e nos principais times da temporada.

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Um estudo médico em 2013 revelou que, dos 18 jogadores de basquete que sofreram lesões no Aquiles em um período de 23 anos (1988-2011), sete nunca retornaram ao campeonato, já os outros perderam uma média de 56 jogos e se depararam com uma queda notória de performance da primeira para a segunda temporada após a volta.

O que torna Kevin Durant ainda mais histórico do que já é, foram mais de 550 dias sem uma partida oficial, ele teve que reconstruir seu estilo de jogo, teve que se adaptar a tudo novamente, e mesmo depois disso tudo, voltou como se nada tivesse acontecido, na sua primeira temporada de volta às quadras, teve médias de 26.9 pontos por jogo, 7.1 rebotes, 5.6 assistências, 1.3 tocos, 53.7% nos arremessos de quadra, 45% do perímetro e 88.2% nos lances livres na temporada regular, já nos playoffs foi melhor ainda, 34.3 pontos, 9.3 rebotes, 4.4 assistências, 1.6 tocos, 51.4% nos arremessos de quadra, 40.2% nas bolas triplas e 87.1% nos lances livres.

Uma história de superação incrível e que qualquer fã de basquete vai se lembrar para sempre, Kevin Durant é (e sempre será) um dos maiores da história desse esporte, é uma lenda viva. É um privilégio ver esse cara em quadra.

Por Lucas Ponciano, jornalista mirim.