"Cruella" – Comentário
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"Cruella" – Comentário

Lucas Tameirão
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Emma Stone é Cruella, a estilista de moda que se torna a icônica vilã de <b><i>101 dálmatas</i></b>.
Emma Stone é Cruella, a estilista de moda que se torna a icônica vilã de 101 dálmatas.

Sinopse: A história de origem de Cruella, a icônica vilã do filme 101 dálmatas, como uma estilista de moda que descende à psicopatia durante o movimento punk da Londres dos anos 1970.

Diretor: Craig Gillespie

Ano de lançamento: 2021

País: EUA


Comentário: Basicamente, Cruella é o resultado que se espera de um filme sobre psicopatia produzido pela Disney. Porque, assim, não há nada de particularmente errado com essa moda de se fazer filmes de "origem" dos vilões mais icônicos da cultura pop, e acredito ser possível alcançar narrativas muito interessantes a partir dessas premissas (o sucesso de Coringa, de Todd Phillips, que o diga). Mas, enquanto um filme como Coringa está disposto a se "sujar", a assumir a psicopatia do seu protagonista como a conclusão inevitável da sua jornada de descendência à insanidade (e toda a vilania resultante disso), Cruella insiste em esquivar-se de tal necessidade. O resultado é um filme que se sabota, que opta por ficar na intenção da vilania ao invés de abraçá-la efetivamente, como deve fazer. Assim, o longa de Craig Gillespie só parece ser malvado, só parece trabalhar a possibilidade de podridão moral do mundo da moda, que estimula a manifestação do lado mais obscuro da humanidade da sua protagonista, só parece abraçar a atitude punk do contexto da narrativa; mas, quando precisa de fato "cruzar a linha", sempre se retrai e se apoia em conveniências narrativas bem óbvias. Afinal, embora não deixando de ser um filme sedutor, Cruella é como os dálmatas que aparecem no filme: late alto, mostra os dentes e se faz de agressivo, mas, na verdade, é inofensivo, dócil.


Nota no Tameirômetro: 4 / 10

Onde assistir: Disney+