"Janela indiscreta" – Comentário sobre o filme
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"Janela indiscreta" – Comentário sobre o filme

Sinopse: Um fotógrafo com a perna quebrada, em seu apartamento, acredita ter presenciado de uma vizinha pelo próprio marido, e usa da sua câmera para evidenciar ainda mais os eventos que ele acredita serem evidências para a sua acusação.

Lucas Tameirão
1 min
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James Stewart é L. B. Jefferies, um fotógrafo com a perna quebrada em seu apartamento que acredita ter presenciado o assassinato de uma vizinha pelo próprio marido.
James Stewart é L. B. Jefferies, um fotógrafo com a perna quebrada em seu apartamento que acredita ter presenciado o assassinato de uma vizinha pelo próprio marido.

Sinopse: Um fotógrafo com a perna quebrada, em seu apartamento, acredita ter presenciado de uma vizinha pelo próprio marido, e usa da sua câmera para evidenciar ainda mais os eventos que ele acredita serem evidências para a sua acusação.

Direção: Alfred Hitchcock

Ano de lançamento: 1954

País: EUA


Comentário: Tal qual o protagonista de Jimmy Stewart, é de maneira discreta que Hitchcock atrai o olho do espectador e, de pouquinho em pouquinho, vai fazendo-o se sentir parte integrante da narrativa, uma voz ativa na trama que vai se construindo na tentativa de incriminar um vizinho de ter assassinado a própria esposa... até que, em dado momento, o filme “percebe” o espectador, e este, agora desprovido de sua “discrição”, vê-se mais vulnerável do que esperaria se achar. Janela indiscreta, portanto, não deixa de ser um receptáculo daquilo que torna Alfred Hitchcock talvez o cineasta mais importante da história. A maneira com que ele conduz o olhar do espectador pelo cenário pressupõe a noção de que há algum significado a ser extraído das imagens; portanto, o espectador fica atento, adota uma atitude analítica em sua absorção daquilo que as cenas literalmente apresentam. Quando o elemento do crime é introduzido na narrativa, a “análise” se torna “investigação”, e o espectador, tal qual o protagonista, se perceberá tentando também fazer as vezes de cineasta e tentará ver tudo aquilo que corrobora com a construção do enredo central, a da ocorrência de um assassinato. Quando o antagonista olha diretamente para a lente da câmera (portanto, fica olho a olho com o próprio espectador), no entanto, a percepção do artifício, da mise-en-scène, é o que potencializa a tensão. A partir disso, fico com só duas questões na cabeça: primeiro, que assistir esse filme na sala de cinema deve ser uma experiência e tanto. E, segundo, fico pensando se Hitchcock tinha alguma noção de estar fazendo um filme tão estilisticamente relevante para o cinema ou se, afinal, toda a sua obra é só um produto do seu gênio impossível. Afinal de contas, Janela indiscreta pode parecer um filme despretensioso numa primeira visita, mas, quando se esbarra na sua genialidade, ele, o filme, só cresce.


Nota no Tameirômetro: 10/10

Onde assistir: Google Play (para alugar)


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