"O nascimento de uma nação" – Comentário sobre o filme
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"O nascimento de uma nação" – Comentário sobre o filme

Sinopse: A relação entre duas famílias, uma nortenha e uma sulista, antes, durante e após a Guerra Civil que levou à abolição da escravatura nos Estados Unidos. O ódio de um dos filhos da família sulista levou ao surgimento da Ku Klux Klan.

Lucas Tameirão
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Lillian Gish (no centro com casaco preto) interpreta a filha de um líder político nortenho abolicionista que se apaixona pelo filho de uma família sulista, este que é ninguém menos do que o fundador da Ku Klux Klan
Lillian Gish (no centro com casaco preto) interpreta a filha de um líder político nortenho abolicionista que se apaixona pelo filho de uma família sulista, este que é ninguém menos do que o fundador da Ku Klux Klan

Sinopse: A relação entre duas famílias, uma nortenha e uma sulista, antes, durante e após a Guerra Civil que levou à abolição da escravatura nos Estados Unidos. O ódio de um dos filhos da família sulista levou ao surgimento da Ku Klux Klan.

Direção: D. W. Griffith

Ano de lançamento: 1915

País: EUA


Comentário: Uma das cenas finais de O nascimento de uma nação encapsula bem o legado desse filme: a cena em que Lynch, o feioso político mestiço, evidentemente o antagonista da situação, embriagado de "vinho, desejo e poder", persegue Elsie Stoneman, a "donzela indefesa", filha do líder político abolicionista, vivida pela lindíssima Lillian Gish, que foge em desespero do encalço do homem, enquanto uma montagem paralela nos apresenta a guerra que se passa nas ruas e o pai da moça, o tal líder abolicionista, percebendo a enrascada em que meteu a si mesmo e a sua família, até que o galante protagonista entra, estrondosa e corajosamente, na sala para salvar a sua amada. Uma cena clássica do cinema hollywoodiano; o último senão é que o protagonista em questão é o fundador e o primeiro líder da Ku Klux Klan. Pois é, meu caro leitor. A importância histórica de O nascimento de uma nação para o cinema, no que se tem à sintetização da técnica cinematográfica, então ainda muito rudimentar, em uma linguagem de expressão estética coesa e discernível, é inestimável. Contudo, o fato de o filme acomodar o seu espectador à narrativa que glorifica o surgimento da Ku Klux Klan não deixa de ser um símbolo da grande ironia ambígua que é Hollywood: nos proveu de grandes narrativas e, nada obstante, contribuiu para a transmissão das mais abjetas e mais hostis intolerâncias da sociedade ocidental.


Nota no Tameirômetro: Este filme não será avaliado.

Onde assistir: YouTube (procurem pela versão do canal "Khalbrae")


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