"Oitava série" – Comentário sobre o filme

Sinopse: Kayla, uma jovem garota, passa pela constrangedora fase da pré-adolescência, com todas os seus altos e baixos, enquanto tira das suas experiências importantes aprendizados sobre a vida.

Direção: Bo Burnham

Ano de lançamento: 2018

País: EUA

Comentário: Um estudo de um dos mais caros personagens da nossa era contemporânea digitalizada: do jovem pré-adolescente (ou, melhor dizendo, da jovem pré-adolescente, muito embora a maioria das experiências da protagonista transcendam a barreira dos sexos), no meio dessa fase entre a infância e a adolescência, com todas as suas surpresas e aspirações, bem como as suas inseguranças e desilusões. Kayla, a nossa protagonista, é um tipo bem específico de pré-adolescente: é aquela que, por um motivo ou por outro, não se encaixa nas "normas" de popularidade das pessoas da sua idade, e, por isso, é auto-consciente das suas diferenças em relação aos outros; afinal, é isso o que a faz se afogar nessa espiral de inseguranças e ansiedade, especialmente no que se tem ao contexto social. E, sendo ela uma "vítima geracional" da Internet, tudo isso é potencializado ao ponto da dissociação. Mas o que mais me chama a atenção em Oitava série, afinal, é como o filme mescla a banalidade da pré-adolescência com um discurso existencialista até bastante profundo: Kayla, em seus tropeços e timidez, tira das suas experiências, das mais agradáveis às mais angustiantes, os mais estimados aprendizados sobre a vida, sobre si mesma e sobre o que é essencialmente importante para si, e, de pouquinho em pouquinho, essa estranha, por vezes constrangedora e, enfim, espinhosa fase da vida torna-se uma experiência de grande catarse pessoal.

Nota no Tameirômetro: 8/10

Onde assistir: Telecine Play

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