50 anos do marco da Consciência Negra no Brasil
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50 anos do marco da Consciência Negra no Brasil

Num dia como hoje, um sábado 20 de novembro, mas em 1971 (período da ditadura militar), intelectuais e ativistas do Grupo Palmares, que havia sido fundado em julho do mesmo ano com o objetivo de promover estudos sobre história, artes e outros...

Mattheus Camargo
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Zumbi dos Palmares
Zumbi dos Palmares

Num dia como hoje, um sábado 20 de novembro, mas em 1971 (período da ditadura militar), intelectuais e ativistas do Grupo Palmares, que havia sido fundado em julho do mesmo ano com o objetivo de promover estudos sobre história, artes e outros aspectos culturais, particularmente em relação ao negro e ao mestiço de origem negra, se reuniram no Clube Náutico Marcílio Dias em Porto Alegre para homenagear Zumbi dos Palmares.

Após contarem e ouvirem histórias de Palmares, surgiu então a ideia de estabelecer o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi, como novo marco para celebrar a história do povo negro, visto que a legitimidade do 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea como referência do povo negro era muito contestada, pois todos sabemos que a Princesa Isabel não era bem uma militante abolicionista e o marco ignorava a história de luta do povo negro por liberdade, glorificando uma aristocrata, e foi nesse contexto que surgiu a ideia de festejar a memória de Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares.

Zumbi nasceu em 1655, no estado de Alagoas, filho de Sabina, sobrinho de Gamba Zumba e Gana Zona e neto da lendária princesa africana Aqualtune, filha do rei do Congo e guerreira que liderou 10 mil homens lutando contra o exército português, Zumbi traz em seu sangue a luta. Embora tenha nascido livre, foi capturado aos sete anos de idade e entregue a um padre católico, do qual recebeu o batismo e foi nomeado Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre nas celebrações de missas. Porém, aos 15 anos, voltou a viver no Quilombo dos Palmares, o maior e mais longevo quilombo do nosso país, onde assumiu a liderança em 1678 e pelo qual lutou até a morte, em 1695. 

Passados 50 anos deste encontro que resultou no marco memorial do povo negro, o Senado aprovou um projeto de lei (PLS)482/2017, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que converte o dia 20 de novembro em feriado nacional. O projeto ainda precisa ser votado na Câmara dos deputados.

Zumbi é um dos grandes líderes de nossa história, símbolo da luta contra a escravidão, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no Brasil.  Zumbi vive a cada direito conquistado pelo povo negro e morre a cada negro assassinado pelo racismo.