O fim das angels na Victoria's Secret
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O fim das angels na Victoria's Secret

É isso mesmo. Após tantos anos, a Victoria's Secret está deixando de lado as angels, modelos que compõem a identidade da empresa há anos. 

Maria Clara Rocholi
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É isso mesmo. Após tantos anos, a Victoria's Secret está abandonando as tão amadas e odiadas angels, modelos que compõem a identidade da empresa há anos. 

Desde 2010, elas foram responsáveis por impulsionar o sucesso estrondoso da VS. Eram verdadeiras estrelas. Bonitas, sexys, magras e com contratos milionários. No entanto, com o passar dos anos, o padrão rigoroso de magreza imposto às angels passou a ser bastante questionado pelas novas gerações.

<i>Imagem/Reprodução: Victoria's Secret Fashion Show</i>
Imagem/Reprodução: Victoria's Secret Fashion Show

O efeito disso foi bem claro: o faturamento despencou. Somente em 2018, as ações reduziram em 48%. A falta de representatividade fez com que o desfile anual perdesse o apreço do público. E, coroando a sequência de desastres, a ascensão de marcas mais inclusivas, como a Savage x Fenty - da Rihanna -  deixou a Victoria's Secret no chinelo.

<i>Imagem/Reprodução: Savage x Fenty collection</i>
Imagem/Reprodução: Savage x Fenty collection

Precisou chegar nesse ponto para que, assim, a direção percebesse a necessidade de uma reformulação nas práticas convencionais. No lugar do tradicional casting, pelo qual já passaram as brasileiras Gisele Bündchen, Alessandra Ambrósio e Adriana Lima, foram contratadas sete embaixadoras para integrar um novo comitê.

Intitulado VS Collective, o maior objetivo do grupo é encabeçar mudanças positivas dentro e fora da marca. As sete mulheres, todas fora do padrão comum, irão compartilhar suas histórias por meio de um podcast da própria Victoria's. A ideia é mudar o foco de lugar: não mais a aparência, mas sim a trajetória de cada uma.

O time inicial é composto pela esquiadora chinesa Eileen Gu, a futebolista Megan Rapinoe, a jornalista Amanda de Cadenet, a atriz Pryianka Chopra Jonas, as modelos Adut Akech, Paloma Elsesser e a brasileira Valentina Sampaio, a primeira trans a posar para a empresa, em 2019.   

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Aliada a essa atitude, também foi anunciada uma reorganização das posições de liderança. Além do ex-CMO (chefe de marketing) Ed Razek, idealizador da estratégia das angels, ter deixado o cargo em 2019, Lex Wexner, futuro CEO, também saiu no início de 2020, após escândalos de abuso de seu amigo próximo Jeffrey Epstein.

Quem assumiu o cargo de chefe executivo foi Martin Waters, que tem trabalhado de maneira afirmativa para deixar o sexy de lado e incluir os desejos femininos como o principal motor de vendas da marca. Dessa forma, foram anunciadas a criação de linhas de maternidade e um forte de apoio à institutos de prevenção ao câncer de mama.

Mas, o questionamento maior é: será que essas medidas não estão atrasadas demais? Antes, o mercado de lingeries era visivelmente dominado pela VS que, após, repetidas vezes, optar pela não inclusão, assistiu de camarote a sua derrocada. Agora, todo esse rebranding aparenta muito mais uma forçada estratégia de mercado que de fato algo no qual a marca acredita.



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