Quanto mais eu vejo... menos eu quero
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Quanto mais eu vejo... menos eu quero

Sabe quando você quer comprar uma roupa nova ou acha aquela peça jogada no fundo do armário e pensa: será que se eu comprar ou usar isso, eu estou fora de moda? Vem entender o porque sentimos isso cm tanta frequência e como agir diante de uma situaçã

Maria Clara Rocholi
3 min
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Esses dias li um artigo sobre a rápida saturação das tendências de moda. Agora nem me lembro mais onde foi ou quem escreveu, mas sei que, desde então, não parei de pensar no assunto. Vem comigo! 

Com a pandemia, mais do que antes, as redes sociais dominaram o mundo por completo e, quase que naturalmente, os influencers digitais seguiram essa tendência. Por conta disso,  fenômenos de influência global foram revelados e até mesmo os que já  eram conhecidos ganharam ainda mais destaque.

E quando falamos disso é claro que a  primeira pessoa que vem à mente é a própria Juliette. Se você vive em outro planeta e não sabe de quem estou falando, ela é a campeã do BBB21. Entretanto, os 1,5 milhões na conta não eram suficientes, a advogada conquistou o coração dos brasileiros e hoje já soma mais de 31 milhões de seguidores, somente no Instagram.

Já da pra perceber o tamanho do impacto dela né? Pois bem, como se isso não bastasse, simplesmente tudo que a garota encostou, a partir de então, esgotou nas lojas, desde a roupa da final do reality até um tênis usado no aeroporto em um dia qualquer. Bem, bom para ela né? E para gente? O que isso nos diz?

<i>Da esquerda para a direita: o macacão da final, um tênis usado no aeroporto e o vestido escolhido para a live com Gilberto Gil- sim, TODOS esgotados.</i>
Da esquerda para a direita: o macacão da final, um tênis usado no aeroporto e o vestido escolhido para a live com Gilberto Gil- sim, TODOS esgotados.

É bem simples, se todo mundo compra a mesma coisa, todo mundo se veste igual. E isso não vale só para a Juliette. Ela é um ótimo exemplo, porém, a capacidade das mídias sociais em gerar um desejo insaciável nos consumidores vai muito além disso. 

Seja no Tiktok, Instagram ou  Twitter, a impressão que temos é a de padronização estética. Qualquer foto parece mostrar um estilo só, estilo esse que é ditado pelos tão adorados influencers. Para piorar, tudo isso fica ainda mais aparente quando levamos em conta as novas gerações, crescidas com as referências atuais e imersas no mundo da tecnologia.

Diferente do que você pode achar, isso não se limita apenas ao virtual. Em shoppings, restaurantes ou cinemas, o traje é o mesmo que domina as mídias sociais: calça wide leg ou saia estilo tenista, um cropped neutro ou um suéter, tênis Jordan e uma bolsa baguete. Às vezes você pode se deparar com um coturno, anéis de acrílico ou um patchwork, mas tudo já está incluso no uniforme.

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No entanto, essa é a moda do momento, mas é bem provável que não seja mais nos próximos meses. Por vermos uma determinada peça o tempo inteiro, rapidamente nos cansamos e ela é deixada de lado para dar lugar a uma nova tendência. À medida que o vício nas redes sociais avança e esse ciclo se renova mais depressa, o que estava em alta no início do ano já não é mais o queridinho agora. Deu para pegar o "quanto mais eu vejo, menos eu quero"?

Mas muito se engana quem pensa que acabou. Esse processo faz com que as as peças se tornem descartáveis. Agora sim: consumismo, geração exagerada de lixo, endividamento, e por aí vai. Por isso, antes de decidir por fazer uma compra nova, se atente b0em ao motivo do desejo por aquela roupa, acessório ou sapato: realmente é o seu gosto e estilo ou você só viu tanto que agora quer comprar?

Por fim, aqui vem a pergunta de um milhão de dólares: só porque saturou significa que você não pode usar mais? Claro que não! Isso não significa que a peça em questão é feia, apenas vimos tanto que cansou e, por isso, ela pode não ser mais tão deslumbrante aos olhos de uns como antes era. Lembre-se sempre de que todos nós somos livres para usarmos o que quisermos.