Método fônico e crianças com dislexia
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Método fônico e crianças com dislexia

Mariane Assis Dias
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Em 1990, Goswami e Bryant apontaram que um dos mais importantes achados da psicologia moderna foi a descoberta da forte relação entre a consciência fonológica das crianças e seus progressos na aprendizagem da leitura. E esse conhecimento é ainda mais necessário e urgente para crianças que apresentam alguma dificuldade ou disfunção na leitura, por exemplo, nos casos de crianças com dislexia. Seabra e Capovilla (2011) resumiram os principais padrões de disfunção da leitura a partir dos trabalhos de Morais (1995) e Seymour (1987), os quais podem ser: dislexias periféricas e centrais. Sendo que nas dislexias periféricas os distúrbios ocorrem na análise visual ou no reconhecimento de palavras, enquanto que nas centrais encontra-se a maior recorrência dos quadros disléxicos referente à dislexia fonológica (67%).

A maioria das crianças com dislexia tem dificuldades significativas para aprender a mapear símbolos alfabéticos aos sons e adquirir a capacidade de decodificação fonológica (letras-sons). Nesse caso há dificuldade da leitura pela rota fonológica onde ocorre a conversão dos segmentos ortográficos (grafemas) em segmentos fonológicos e forma-se um todo fonológico que ao ser associada com a sua representação semântica tem-se uma palavra conhecida ou para o leitor em desenvolvimento ou uma pseudopalavra. Para as crianças acometidas pela dislexia fonológica a instrução fônica sistemática que alimentará a rota fonológica de leitura não é apenas importante, mas extremamente necessária, pois essas crianças sozinhas terão enorme dificuldade em compreender a relação letra-som. Pois, a maioria das crianças disléxicas sofre de distúrbio no tratamento dos fonemas e da consciência fonêmica. Sendo que a maior parte das estratégias eficazes de reeducação para essas crianças visa aumentar a consciência fonêmica com a ajuda de manipulações das letras e dos sons.

Uma das estratégias de intervenção para essas crianças é, por exemplo, a apresentação de palavra próximas cujo significado ela conhece, como mala e bala e evidencia-se que a troca de uma letra por outra é suficiente para passar de uma palavra à outra, assim como pode mostrar como o mesmo fonema pode formar outras palavras (Dehaene, 2009), ou seja, o desenvolvimento de habilidades da consciência fonêmica. Evidências têm demosntrado que o treinamento projetado para ajudar as crianças a adquirir consciência fonológica, sobretudo de consciência fonêmica e habilidades de mapeamento alfabético tem um efeito benéfico sobre a identificação de palavras, a ortografia e a capacidade de ler de um modo geral (Snowling & Hulme, 2013).

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