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É sobre isso que o livro “O Teste da Mãe” de Rob Fitzpatrick fala. Uma pegada muito prática, com exemplos de diálogos e dicas do que fazer em cada situação, é o que chamou minha atenção durante essa rápida leitura. | ||
Escutamos sempre que conversar com clientes é a melhor forma de entender suas dores/problemas para depois pensar em como resolver ou desenvolver um produto que resolva. O ponto central é como conduzimos essas conversas e como tiramos aprendizados dessa ação. | ||
É muito comum achar que devemos ter um formulário rígido, com regras e definições para conduzir todas as conversas da mesma forma, além de ter uma visão estatística de que precisamos de N (população infinita, N = 400) respostas para poder validar qualquer coisa - pelo menos foi isso que aprendi na graduação. | ||
A grande descoberta da vida é que você não precisa sempre seguir os conceitos que os famosos - leia-se pensadores ou vendedores de curso - nos falam. Devemos sempre pensar o que faz sentido no momento atual, no problema atual e no que queremos resolver. | ||
Faça boas perguntas | ||
Parece óbvio, mas é mais difícil do que parece. No papel conseguimos definir bem perguntas-chave para entender melhor o problema, porém, durante a conversa, acabamos direcionando para assuntos diferentes sem perceber. | ||
Precisamos entender o problema real e não a percepção do usuário. Portanto, esqueça perguntas como “o que você acha” ou “você compraria um produto assim” e tente aprofundar as situações que ocasionaram tal problema ou como foi resolvido, por exemplo, “me fala sobre a última vez que isso aconteceu” ou “como você resolve esses casos atualmente”. | ||
Pegou a ideia? De forma geral, perguntas que estejam relacionadas ao futuro, na maioria dos casos vão resultar em respostas positivas mas sem nenhum aprendizado. | ||
Imagine essa solução: um link que solicita ao cliente de uma agência todos os acessos das plataformas (Facebook Ads, Google Ads etc.) e, em poucos cliques, a agência consegue iniciar seu trabalho - reduzindo um eterno processo manual de permissões e logins. | ||
Nesse caso, não adianta eu questionar para o pessoal da agência se eles usariam a solução. Estou propondo reduzir horas de trabalho que ainda não contam como horas de serviço contratados, ou seja, deixando ela mais eficiente. Naturalmente diriam que sim pois parece interessante. | ||
Porém, ainda preciso entender se a solução faz sentido. Uma boa forma de começar é questionando sobre como a agência resolve esses onboardings hoje em dia ou algum exemplo recente de cliente com problemas para repassar os acessos. Nesse ponto, conseguirei entender a relevância do tema e até uma estimativa de onboardings por mês, justificando uma necessidade ou não interesse na solução. | ||
"Ao fazer boas perguntas, podemos evitar muitas ideias ruins antes que elas nos causem problemas. Mas ainda assim, às vezes não dá certo. Tudo bem. Vá até as pessoas que acreditaram e apoiaram você e agradeça. Se for interessante, peça desculpas." Rob Fitzpatrick | ||
Mantenha as conversas informais | ||
É uma conversa, não uma entrevista do Datafolha. Você precisa descobrir motivos ou fatos relevantes para aquele problema e não simplesmente “dar um check” na sua lista de nomes. A conversa informal deixa a pessoa mais confortável para falar e lembrar dos acontecimentos do passado. | ||
Talvez hoje, pela internet, seja mais complicado quebrar o gelo ou iniciar uma conversa mais informal como presencialmente em um evento. Mas tente começar falando com pessoas do seu redor, assim vai ficando mais à vontade e preparado para falar com um desconhecido. | ||
O próprio livro comenta sobre você definir 3 perguntas importantes e, assim que respondidas e exploradas, a conversa precisa terminar. Esse processo todo deve ser rápido e relevante para os dois. Entender as respostas e se sentir frustrado com algo diferente do esperado faz parte e é isso que irá te ajudar a desenvolver a solução (ou não) depois. | ||
Se você está desenvolvendo alguma ideia ou pensando em criar, o livro “O Teste da Mãe” é leitura obrigatória. Consegui mudar minha forma de pensar e conduzir conversas com facilidade e, com muita prática, estou colhendo aprendizados relevantes para minhas ideias de negócio, antes mesmo de começar qualquer linha de código. | ||
"A eternidade perdoará nossos erros terrenos. Todo mundo adora um empreendedor. Afinal, você está se colocando em risco para tentar tornar suas vidas melhores." Rob Fitzpatrick |