Sobre quem não tem culpa
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Sobre quem não tem culpa

Como minha proposta é falar sobre o cotidiano, não tem como não falar ainda sobre política, uma vez que o assunto ainda tem tomado conta em todos os lugares possíveis. Alguns pontos me chamaram a atenção, principalmente quando me refiro a com...

Matheus Mendes
4 min
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Como minha proposta é falar sobre o cotidiano, não tem como me abster sobre política (ao menos por enquanto), uma vez que o assunto tenha sido o principal em todos os lugares possíveis. Alguns pontos me chamaram a atenção, principalmente quando me refiro a comportamento, o que me faz acreditar que o verdadeiro problema está além da minha percepção e seja muito maior. Um dos exemplos mais evidentes (e mais sem noção), é o da seleção brasileira, que estreia esse mês na Copa do Mundo e ainda tem aqueles que não querem usar a camisa por identificação a um grupo político.

Nordeste: Faça um comparativo e tire suas conclusões sobre a região em relação aos votos de 2018 e 2022. Bolsonaro teve mais votos por lá, algo 3% maior, mesmo com a derrota mais ou menos ali em 70x30, houve um aumento. Apesar da vitória em todas as outras regiões, só SP, RJ e MG deram +7mi de votos pro seu adversário em comparação a 2018. A questão é que, tendo por base um predomínio histórico da esquerda durante todo esse tempo, não dá pra colocar a "culpa" no nordeste. Assim como eu falei da postura no meu artigo anterior, não é xingando, nem com preconceito que o cenário irá mudar. É entender que é normal a região destoar da maioria do país, onde o acesso a informação e questões básicas como saneamento, alimentação e saúde são mais restritos, é o resultado da negligência dos governos anteriores por décadas, pra não dizer séculos. O nordeste é mais vítima do que vilão, e não que quero sugerir que a verdade absoluta seria votar ao contrário, cada um tem sua visão de mundo e realidade, mas sim que somente isso explica a disparidade entre dois candidatos de forma unânime por uma região, algo fora da curva, tamanha a polarização dos dias atuais.

Extremidades: A manifestação dos dois lados é legítima, desde que não trave rodovias, cause desordem e prejudique o direito de ir e vir. Qualquer argumento contrário cai por terra, uma vez que vimos os dois lados se posicionarem. Extremidades tem nos dois lados, quem tá criticando aqueles que mandam "fazer o L" em qualquer situação ruim que aconteça daqui em diante, era quem mandava "fazer arminha" nesses 4 anos que passaram. Volto a trazer a questão do comportamento de volta ao centro do debate, louco tem pra todo lado, quem não leva isso em consideração, trata de modo seletivo todos os excessos que estão ocorrendo.

Segregação: Dias antes do 2° turno assisti um vídeo do Djonga falando sobre quem acompanha o trabalho dele e vota no Bolsonaro, como uma coisa sobre quem não "entendeu nada" sobre seu trabalho. Em uma entrevista na mesma semana ele declarou que o governo atual "naturaliza o discurso de ódio". Ora, pra quem prega "fogo nos racistas" (e eu entendo que é uma metáfora) como uma forma válida de não tolerar o preconceito e a segregação entre as pessoas (nesse caso por raça), porque segregar quem pensa diferente e escolhe outro candidato? É um discurso que pode ser visto de várias maneiras e eu aponto duas bem interessantes. A primeira é que a música como arte pode ser interpretada de várias formas, seja pela batida da música, da composição e entre outras, cada um enxerga de uma forma e tem admiração por determinado artista, seja lá por qual motivo ela decidir. Logo, independente da maneira que qualquer artista se manifestar, não é sinal que seus seguidores sejam/pensem da mesma forma. A segunda é do ponto de vista do negócio, afinal, vale a pena separar seus fãs e não aceitar o dinheiro de determinada fatia de seu público, que nem ao menos se sabe de quantas pessoas estamos falando? Fica a reflexão.