Com "mais explosão do que Courtois", Hugo coleciona falhas no Flamengo e encara as consequências da avaliação apressada
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Com "mais explosão do que Courtois", Hugo coleciona falhas no Flamengo e encara as consequências da avaliação apressada

No campeonato brasileiro de 2020 o Flamengo enfrentava um surto de Covid-19 em seu elenco. Faltavam jogadores para colocar em campo e até o treinador da época, o catalão Domènec Torrent, foi infectado.

Mauro Cezar Pereira
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Hugo, após o empate de 1 a 1 com o Palmeiras, quando surgiu - Foto: Alexandre Vidal/CRF/Divulgação
Hugo, após o empate de 1 a 1 com o Palmeiras, quando surgiu - Foto: Alexandre Vidal/CRF/Divulgação

No campeonato brasileiro de 2020 o Flamengo enfrentava um surto de Covid-19 em seu elenco. Faltavam jogadores para colocar em campo e até o treinador da época, o catalão Domènec Torrent, foi infectado.

Os dirigentes tentaram adiar a partida contra o Palmeiras, que não aceitou a ideia. Assim, os rubro-negros foram ao Allianz Parque com uma equipe repleta de garotos e contando alguns integrantes do time principal.

O auxiliar técnico Jordi Guerreiro ficou à beira do gramado e escalou esses jogadores de linha: João Lucas (Yuri de Oliveira), Otávio, Natan e Ramon; Thiago Maia, Gerson e Arrascaeta; Guilherme Bala (Richard Rios), Pedro e Lincoln (Lázaro).

No gol estava o quarto da posição: Hugo Souza, o "Neneca", que se consagrou como destaque naquele 1 a 1 ante o time de Vanderlei Luxemburgo. Foram grandes defesas feitas pelo goleiro até então desconhecido.

Hugo bate tiro de meta no jogo contra o Palmeiras em São Paulo  - Foto: Alexandre Vidal/CRF/Divulgação
Hugo bate tiro de meta no jogo contra o Palmeiras em São Paulo  - Foto: Alexandre Vidal/CRF/Divulgação

Rapidamente Hugo deixou de ser "Neneca", mas além de abandonar o apelido, também ficaram para trás as boas atuações, como contra o Athletico, no Paraná. Neste jogo chegou a defender um pênalti.

Os elogios eram fartos, o goleiro ganhou novo contrato e seus empresários o presentearam com carrão. Tite o convocou para conviver com a seleção brasileira e diziam que o Ajax desejava levá-lo para a Holanda.

A vida do quarto goleiro promovido se transformou instantaneamente, mas sequer havia transcorrido tempo o bastante para ser realmente avaliado. Então começaram suas falhas, em série, de forma assustadora.

Na estreia de Rogério Ceni como técnico, contra o São Paulo, no finalzinho da peleja, tentou driblar Brenner dentro da área. O atacante fez o gol da vitória tricolor, encaminhando a eliminação rubro-negra na Copa do Brasil.

Contra o mesmo adversário, na última rodada do Campeonato Brasileiro, o Flamengo só não perdeu o título porque o Internacional apenas empatou com o Corinthians. Foi uma noite desastrosa para Hugo, que falhou feio nos dois tentos da derrota por 2 a 1.

Entrando e saindo do time, ele chegou a ficar na reserva de Gabriel Batista quando o técnico era Renato Gaúcho Portaluppi. E não havia razão alguma para que o treinador fosse questionado por sua opção, tal a série de falhas.

Em janeiro chegaram o português Paulo Sousa com seu preparador de goleiros, Paulo Grillo. Encantados com o porte físico e o suposto potencial de Hugo, eles vêm prestigiando o goleiro. Talvez seja esse o maior erro da dupla.

O jovem arqueiro segue falhando. Em 2022 já errou contra Fluminense, Atlético Mineiro, Botafogo, Ceará, Sporting Cristal...Erros/frangos seguidos que resultaram em vaias incondicionais de parte dos torcedores. Ficou difícil.

Mas antes do equívoco da atual comissão técnica houve a pressa de parte da mídia que rapidamente fez Hugo ser catapultado à condição de goleiraço. Por poucos jogos. Até a Courtois foi comparado (vídeo acima).

Não, ele não é tudo isso. Pelo menos hoje, atualmente, até o momento. Um dia talvez seja, mas não existem indícios nessa direção. O oba-oba falou mais alto e agora Hugo precisa lidar com tal situação, mostrar, com o tempo, que goleiro será. Hoje sabemos que não está pronto para tal desafio.