De Cerezo a Karius e Andreas, erros graves em jogos grandes e a marca que fica para sempre
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De Cerezo a Karius e Andreas, erros graves em jogos grandes e a marca que fica para sempre

Copa do Mundo de 1982, Brasil e Itália empatam em 1 a 1. Aos 25 minutos de peleja Toninho Cerezo atravessa uma bola na frente da área. Paolo Rossi se antecipa, rouba a pelota, a conduz por alguns metros na direção da meta brasileira e fuzila ...

Mauro Cezar Pereira11/30/2021
3 min
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Andreas Pereira em ação na final da Libertadores: erro imenso  - Foto: Divulgação/CRF/Alexandre Vidal
Andreas Pereira em ação na final da Libertadores: erro imenso  - Foto: Divulgação/CRF/Alexandre Vidal

Copa do Mundo de 1982, Brasil e Itália empatam em 1 a 1. Aos 25 minutos de peleja Toninho Cerezo atravessa uma bola na frente da área. Paolo Rossi se antecipa, rouba a pelota, a conduz por alguns metros na direção da meta brasileira e fuzila Waldir Peres: 2 a 1.

Aquele tento (vídeo abaixo) não significou o fechamento do placar no já demolido Estádio Sarriá do Espanyol, em Barcelona. Adiante os brasileiros empatariam, mas a Azzurra chegaria ao triunfo por 3 a 2, novamente com o goleador italiano, carrasco do Brasil e herói daquele Mundial.

A seleção que encantou o mundo deixava a Copa e um dos maiores jogadores daquela geração ficaria marcado. Cerezo cometeu um erro grave, algo incompatível com um atleta de seu tamanho, com um meio-campista de tal qualidade. Sim, acontece. Aconteceu. Mas não acaba ali.

Claro que não foi de propósito, evidentemente foi criticado e apoiado, mas não há como negar. O lance que persegue até hoje o camisa 5 foi de inteira responsabilidade dele. Uma falha lamentável que tem preço, bem alto. Algo que disponibiliza imediatamente uma cruz a ser carregada.

Na final da Champions League 2017/2018 (vídeo acima) o goleiro alemão Loris Karius foi personagem, virou vilão. Cometeu falhas gravíssimas no jogo mais importante da temporada européia e o título perdido para o Real Madrid. Ele nunca mais vestiu a camisa do Liverpool.

Na final da Copa Libertadores Andreas Pereira se desconcentrou e perdeu a bola diante de Deyverson aos 4 minutos da prorrogação (vídeo abaixo). O atacante do Palmeiras não desperdiçou a oportunidade e assinalou o gol da vitória e do título. O meia virou pivô da dramática derrota do Flamengo.

Obviamente Karius não deixou o time inglês apenas pelos erros, ele é um goleiro fraco. Errava com frequência e foi bancado por Jürgen Klopp no maior erro de escolha do técnico germânico em toda a sua longa passagem pelos Reds, que já passa dos seis anos.

Cerezo não deixou de ser um atleta desejado, atuando em clubes importantes, destaque no Brasil e na Europa. Mas ficou marcado pelo lance de 1982. Inevitável, pela importância da partida. É triste constatar, ainda mais quando ocorre com personagens especiais como ele. Mas essa é a dura realidade.

Não há como tratar um falha de imensas consequências como se fosse algo facilmente perdoável, um tropeço que você simplesmente esquece, deixa passar, perdoa e ponto final. Por que esses erros marcam e ficam atormentando milhões de pessoas por muito tempo, afeta a muitos

O momento de desconcentração de Andreas foi de responsabilidade dele. Ninguém precisa perseguir o jogador por isso, evidentemente, mas é preciso tratar o erro com a dimensão que ele possui. Até para que o mesmo seja capaz de tirar lições realmente proveitosas de um momento tão terrível.

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