Justas ou não, reclamações de arbitragem mascaram a incompetência em Galo e Fla
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Justas ou não, reclamações de arbitragem mascaram a incompetência em Galo e Fla

Encerrado o jogo Atlético Goianiense 2 x 1 Atlético Mineiro, em Goiânia, o diretor executivo do clube de Belo Horizonte, Rodrigo Caetano, fez um pronunciamento. Como é característica do profissional ao longo de sua carreira, reclamou, com vee...

Mauro Cezar Pereira
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Encerrado o jogo Atlético Goianiense 2 x 1 Atlético Mineiro, em Goiânia, o diretor executivo do clube de Belo Horizonte, Rodrigo Caetano, fez um pronunciamento (abaixo). Como é característica do profissional ao longo de sua carreira, reclamou, com veemência, da arbitragem.

Raphael Claus na cabine do VAR em Atlético-GO 2 x 1 Atlético-MG - Foto: Pedro Souza/Divulgação/CAM
Raphael Claus na cabine do VAR em Atlético-GO 2 x 1 Atlético-MG - Foto: Pedro Souza/Divulgação/CAM

"Durante a semana, após o jogo contra o Santos, também tive a oportunidade de dizer que queríamos do VAR era critério. E critério é a única coisa que a gente não viu" - disse.

Ele estava inconformado com a não marcação de um pênalti contra a equipe da casa, no primeiro tempo, mesmo depois que o árbitro Raphael Claus foi até a cabine do VAR. "Aliás, critérios para uns existem e para o Galo não existe. Ontem (sábado) vimos um pênalti (para o Fortaleza, contra a Chapecoense) igual ao que aconteceu hoje (domingo). E hoje, no jogo da tarde, da mesma forma, Palmeiras e Internacional. Só o pênalti do Galo que não é marcado pelo árbitro. (...) Tivemos nos últimos jogos cinco pênaltis para darem dois".

A repetição sistemática das queixas contra a arbitragem constrói uma narrativa que, independentemente de ser verdadeira, ou não, objetiva ou subjetiva, vira "verdade absoluta" para alas de torcedores mais fanáticos. O curioso é que Caetano reclama frequentemente dos árbitros há mais de uma década. Foi assim no Vasco, Fluminense, Flamengo, Internacional e agora no Atlético. Será que os homens do apito não gostam dele?

Em campo, o time fez mais uma partida ruim. Nos dez últimos jogos pelo Campeonato Brasileiro, o Galo perdeu pontos em cinco, empatando quatro e perdendo para o xará goiano. Quando alguém reclama da arbitragem após uma atuação fraca, naturalmente esse tema assume a prioridade em muitos espaços na mídia e, consequentemente, ergue-se uma cortina de fumaça que ofusca o fraco futebol apresentado.

Da mesma forma, Renato Gaúcho Portaluppi reclamou da arbitragem longamente em sua entrevista coletiva após Flamengo 0 x 0 Cuiabá. Isso depois de dizer que não gosta de falar sobre o tema. Pois falou, e muito. Mas não reconheceu, não admitiu, não se aprofundou no assunto mais relevante: a (mais uma) fraca atuação de seu time ante um adversário retrancado. Perdeu para um Grêmio fechado e, mais uma vez, se mostrou incapaz tendo do outro lado um oponente que se defendeu ferozmente.

Os dois times, Atlético e Flamengo, comprovadamente têm elencos dos mais fortes do país. Subaproveitados, porque suas comissões técnicas não demonstram capacidade para tirar mais dos jogadores. E quando esse cenário se configura na cancha, com apresentações aquém e que resultam em placares desfavoráveis, essa deficiência fica mais clara, afinal, quando se vence mesmo jogado mal o resultado consegue ofuscar defeitos. Fato é que as queixas contumazes mascaram incompetência.