O incrível domínio do melhor técnico de futebol do mundo

Em 1º de dezembro de 2021 o Chelsea liderava o campeonato inglês com 33 pontos ganhos após 14 rodadas. Em segundo lugar aparecia o Manchester City, com 32 e, logo abaixo, em terceiro, o Liverpool, que somara 31 pontos até então.

Um mês depois o cenário havia se alterado radicalmente. Em dezembro, mês tradicionalmente complicado para as equipes que participam da Premier League, com muitos jogos em curtos intervalos, o time de Pep Guardiola mudou tudo.

Após os jogos realizados nos dois primeiros dias de 2022, o Manchester City se viu 10 (dez!) pontos à frente do Chelsea. E com 11 de vantagem sobre o Liverpool, depois de vencer o Arsenal no dia 1/1/2022 e ver os dois rivais empatarem no primeiro domingo do ano.

Uma virada incrível em meio a desfalques provocados pela Covid, além do desgaste natural com tantas pelejas em pouco tempo. Uma maratona do time azul de Manchester. Uma maratona de vitórias. São 11 consecutivas, 13 nos 14 últimos compromissos.

Ao todo, de 1º de dezembro a 1º de janeiro, o City fez nove partidas, uma pela Champions (já classificado, perdeu na Alemanha para o RB Leipzig por 2 a 1) e oito pela Premier League. Cinco como visitante e três atuando em seus domínios.

Venceu todas batendo Aston Villa (2 a 1), Watford (3 a 1), Wolverhampton (1 a 0), Leeds (7 a 0), Newcastle (4 a 0), Leicester (6 a 3), Brentford (1 a 0) e Arsenal (2 a 1). Uma sequência impressionante que fez o time dirigido por Pep Guardiola disparar na liderança.

Para que se tenha uma ideia, no mesmo período o Chelsea venceu três jogos em oito, empatando quatro e perdendo um. Ou seja, enquanto os Citizens faziam 24 pontos em 24 possíveis, os Blues somavam apenas 13, onze a menos, ficando 10 atrás na classificação.

Já o Liverpool teve sete compromissos no período, venceu os quatro primeiros, mas depois empatou dois e perdeu um. Total: 14 pontos em 21 disputados. Como tem um jogo a menos, pode reduzir a desvantagem para o líder de 11 para oito. Mas, lembre-se, era apenas um ponto a separá-los na classificação em 1º de dezembro!

"Pep é uma bênção para o clube. Ele elevou o nível de jogo até um ponto inesperado. Criou um futebol que não existia na Alemanha. Eu me curvo diante deste treinador, deste homem excepcional"

Os feitos de Guardiola em campeonatos nacionais são impressionantes. Se confirmar o título da temporada 2021/2022, será o quarto nos cinco últimos campeonatos de primeira divisão na Inglaterra, que tem a mais disputada liga de todo o planeta.

É um domínio incontestável. Números publicados pelo jornalista Rodolfo Rodrigues em sua conta no Twitter após os 2 a 1 (jogando menos do que o adversário, como o próprio treinador admitiu) sobre o Arsenal no primeiro dia de 2022 mostram sua força nos pontos corridos.

O Manchester City tem na Premier League, com ele como treinador, desde 2016, 211 jogos, 157 vitórias, 23 empates, 29 derrotas, 78% aproveitamento, 519 gols a favor, média de 2,46 por jogo; e 169 sofridos, 0,80. São três títulos, um vice, um terceiro lugar, em sua primeira temporada, a de adaptação. E é, disparado, líder em 2021/2022.

Alguém dirá, "mas não ganhou a Champions". Verdade, não a conseguiu com Bayern  Munique, quando não apenas dominou o futebol alemão, mas o revolucionou; tampouco com o Manchester City, perdendo a mais recente final para o Chelsea.

Mas infortúnios no mata-mata não ofuscam o domínio absurdo, a imposição sobre os demais que caracterizam os trabalhos de Guardiola nos certames de pontos corridos. Aqueles que mais exigem consistência, regularidade, e são menos sujeitos ao imponderável.

E com um elenco de bons e ótimos jogadores e apenas um craque, Kevin De Bruyne, que mereceu tal rótulo justamente depois de passar a jogar sob o comando do catalão. Sim, o City tem dinheiro, mas não reúne estrelas como Mbappé, Messi e Neymar.

Ele é mais do que o melhor técnico do mundo, mas o homem que divide o futebol neste século em duas Eras, antes e depois dele. Impressionante!