O que os argentinos dizem sobre o novo técnico do Atlético Mineiro, Antonio "El Turco" Mohamed?
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O que os argentinos dizem sobre o novo técnico do Atlético Mineiro, Antonio "El Turco" Mohamed?

Antonio "El Turco" Mohamed foi a surpreendente contratação do Atlético Mineiro para comandar o campeão brasileiro e da Copa do Brasil em 2022. Mas quais são suas características do treinador? Seus pontos fortes e fracos. Nas próximas linhas v...

Mauro Cezar Pereira
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Antonio "El Turco" Mohamed foi a surpreendente contratação do Atlético Mineiro para comandar o campeão brasileiro e da Copa do Brasil em 2022. Mas quais são suas características do treinador? Seus pontos fortes e fracos. Nas próximas linhas você lerá o que os argentinos têm a dizer sobre o novo comandante do Galo.


"Na Argentina, Turco Mohamed liderou três equipes, Huracán, Independiente e Colón de Santa Fé. Em todas essas equipes ele priorizou os jogadores e não o esquema tático, ou seja, se ele tiver que mudar seu esquema de acordo com os jogadores que tem, ele o fará sem problemas. Suas equipes pressionam alto na defesa rival e saem rapidamente em contra-ataques. Quando tem a posse de bola, tenta jogar diretamente na direção do gol rival. Se eu tiver que defini-lo em um estilo: seu jogo é muito direto, sua prioridade não é a posse de bola, mas o ataque. Ele se define como um 'resultante', então seu único objetivo é vencer", resume Cristian Del Carril, da rádio A Todo Ciclón, setorista do San Lorenzo.

O técnico Antonio "Turco" Mohamed, do Atlético Mineiro - Foto: Divulgação
O técnico Antonio "Turco" Mohamed, do Atlético Mineiro - Foto: Divulgação

"O Turco é um treinador com estilo bem particular. Não está fechado nem etiquetado em um modelo específico, pois é tem repertório bem variado, que adapta seu modelo às características de seus jogadores. Prioriza a conservação da bola (foge do jogo reativo), suas equipes são protagonistas, com linhas altas de pressão, e tem um enorme domínio de vestiário. Por onde passa conquista a torcida. Tem um agudo conhecimento do jogo, um trabalho que tem deixado marcas por onde passou", define Leo Samaja, coordenador de cursos (em português) para técnicos de futebol oferecidos pela Associação Argentina de Futebol (AFA).

"É um treinador bastante ofensivo, mais da escola (Cesar Luiz) Menotti. Ou seja, um jogo envolvendo o time dirigido por ele pode ser com muitos gols, a favor ou contra. A proposta que sempre vi do "Turco" é que ele vai para a frente com o que tem em busca da vitória, mesmo que isso lhe custe sofrer um gol. No México ele é ídolo, na Argentina também, do Huracán", enfatiza Alejandro Marinelli, das rádios FM UTN 94,3 de Córdoba e AM 740 de Buenos Aires, que acompanha o Talleres.

"Mohamed é um treinador ofensivo, que gosta de manusear bem a bola e prefere jogadores com muita dinâmica. Ele costuma arriscar", diz Vasco Gorrochategui, do "Esto es Racing".

"Aqui na Argentina foi muito medíocre. Acho um técnico inadequado para o Atlético de Minas Gerais, diante das aspirações que esse time tem. Não o vejo qualificado para ser o líder de um time que aspira a conquistar a Libertadores. E menos ainda gerenciar um vestiário com figuras importantes", analisa Ramiro Arias, que faz a cobertura do Boca Juniors no Boca Net.

"Joga ofensivamente, aposta na posse de bola. No Monterrey jogava muito assim e no Huracán ele sempre tentou o mesmo. Deve utilizar um 4-2-3-1 bem armado para ter a bola, ou então 4-3-3. Ele é um treinador que gosta de arriscar", explica Nadir Ghazal, de La Página Millonaria, que acompanha o dia a dia do River Plate.

"Seu estilo é ofensivo. Trata-se de um treinador obsessivo e com muita convicção, com estilo em demasiado ofensivo que provoca times desequilibrados. Expõe aos contragolpes do adversário, inclusive quando utiliza linha de três em sua defesa. Muita atenção à parte defensiva no Brasil, pois costuma lhe faltar solidez e o (Atlético) Mineiro é um clube que pode obter um crescimento, mas corre o risco de ter um ponto negativo com ele. No trato com o plantel, sabe se relacionar com os jogadores. Cria um vínculo próximo, tem empatia com o elenco. Isso é positivo e sua trajetória vai depender disso". Martín Blotto, que cobre o River Plate para o Diário Olé!

"Ele não tem um bom momento como treinador há muito tempo. Sua última experiência no Huracán foi muito ruim. Esteve próximo do Boca Juniors, mas depois foi descartado devido à chegada de Gustavo Alfaro, em 2018. Acho que seu melhor momento já passou e é surpreendente que tenha chegado a um grande como o (Atlético) Mineiro. É muito fraco defensivamente, tenta propor e ser o protagonista, mas suas equipes são muito fracas defensivamente. É muito desequilibrado, está longe dos melhores treinadores argentinos, e é um treinador caro para o futebol argentino, que não garante um futuro promissor", analisa Pablo Lejder, do programa de rádio “Código de Barras”.