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Os influenciadores digitais serão os novos bilionários.

Mauro Mendes
7 min
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Os influenciadores digitais serão os novos bilionários.

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O modelo de investimentos Media For Equity  trata-se de um modelo consolidado na Europa, especialmente Alemanha e Espanha, que proporciona às startups uma ampla ação de divulgação de seus produtos, aliado a todo suporte de gestão típicos de um Corporate Venture Capital, sem a necessidade de desembolso de caixa por parte das startups.

As interessadas precisam atender a alguns critérios iniciais como, por exemplo, ter foco no modelo B2C, estar com produto validado e pronto para escalar, pertencer a alguns segmentos de negócio de interesse (detalhes abaixo) e, preferencialmente já possuir um patamar mínimo de faturamento recorrente.

É um modelo consagrado e sólido, que traz uma solução para empresas B2C que sofrem a escassez de oportunidade do mercado de Venture Capital, focado em sua maioria em modelos B2B.

No Brasil têm se difundido principalmente através dos ´´digital influencers``, personalidades com grande apelo em suas mídas ( gado = número de seguidores) com grande potencial para permeabilizar a cultura organizacional através da ´´persona`` de sua base de influência, fato que há de se tomar muito cuidado, a persona dos seguidores deve estar em plena sinergia com a persona da empresa.

Vamos agora analisar 3 exemplos práticos de ´´Influenciadores digitais `` e celebridades que se tornaram literalmente sócio das marcas e ícones de transformação cultural:

1. DÉBORA SECCO .

A renomada atriz muito conhecida pelas novelas globais e apelo no mercado de cosméticos e beleza, acabou se juntando a SINGU, startup do empreendedor serial Tallis Gomes, fundador da Easy Taxi e g4 educação. A SINGU é um marketplace que conecta empreendedores do mercado de beleza aos clientes finais B2C , oferecendo diversos serviços desde cabelereiros (a) a massagistas. Com um serviço diferenciado e tickets médios acima do mercado, miraram na atriz Debora Secco a persona ideal para representar a marca e interagir com sua persona para juntos maximizarem a marca.

Modelo de parceria: Investimento de capital por parte da atriz / Participação na sociedade.

2. PAOLLA OLIVEIRA.

Como uma estratégia de “media for equity”, Paolla Oliveira, atriz que possui mais de 30 milhões de seguidores em seu Instagram, se tornou sócia de Lilly Estética em troca de publicidade.

A Lilly Estética é uma rede de 9 clínicas de estética que funcionam como clube de assinaturas. A empresa acaba de arrecadar 35 milhões de reais para acelerar a abertura de lojas e atender a demanda reprimida no mundo da pós pandemia.

Nessa rodada de financiamento, a Igah Ventures, gestora resultante da fusão da Joá Investimentos com a e.Bricks, avaliou a empresa em 265 milhões de reais.

Além disso, Paolla Oliveira também participou da capitalização. Seguindo o modelo “media for equity”, a atriz irá divulgar a marca em suas redes sociais em troca de se tornar a sócia da Lilly Estética.

Dessa forma, Paolla tem mais de 30 milhões de seguidores no Instagram e receberá ações em troca da exposição da empresa em sua rede.

A entrada de Paolla foi desenhada por Igah Ventures, que já usou um modelo semelhante em outros investimentos de marcas de consumo. Um exemplo foi quando a gestora investiu na Reserva em 2010 e colocou Luciano Huck como garoto-propaganda da marca Rony Meisler. Assim como, ao investir no Baby, a Angélica ficou responsável por aumentar a popularidade do e-commerce de produtos para bebês.

“Pela nossa experiência em consumo, as companhias que conseguem capturar taxas de crescimento elevadas e se consolidar são aquelas que têm uma marca muito forte e bem construída,” Luis Felipe Magon, o gestor da Igah, disse ao Brazil Journal. “E quando a celebridade é sócia, a contribuição e o envolvimento dela é muito maior.”

Lilly Estética

A Lilly Estética foi fundada por Nicole Sarantopoulos há 14 anos.

A empresa focou em tratamentos utilizando tecnologias de alto padrão, como ondas eletromagnéticas (ajuda a definir e fortalecer os músculos), radiofrequência (tratamento de flacidez e gordura localizada) e os chamados “lasers q-switched” ( para danos à pele e rejuvenescimento com efeito lifting) – sem falar na depilação a laser e no antigo “botox”.

Ademais, a clínica também lançou três clubes de assinatura, com mais de 10.000 assinantes, respondendo por 60% da receita. O Botox da Eli Lilly custa R$ 34,90 por mês, dando a você o direito de usar uma aplicação por ano. Já o o Lilly Depilação a Laser sai por R$ 99; e o Lilly Club, o mais caro de todos (R$ 149/mês), dá acesso a boa parte dos tratamentos da clínica.

Além disso, a empresa faturou R$ 12 milhões ano passado e espera fechar este ano com receita de R$ 53 milhões.

3. ANITTA.

Vai malandra! Aos 28 anos, sendo os últimos 10 de uma carreira consolidada como ícone pop e empreendedora, Anitta apronta mais uma. O Nubank anunciou hoje que a artista é a mais nova integrante de seu conselho de administração, tendo papel nas decisões estratégicas do futuro do banco digital. Pois é.

O anúncio confirma em parte um zum zum zum que rolou há algumas semanas, de que Anitta passaria a ser garota propaganda do Nubank num acordo no formato de media for equity – o famoso “me paga com uma participação na empresa”. Esse não será o caso. Você não a verá em nenhum anúncio do roxinho.

Na cadeira de conselheira, Anitta vai ajudar a empresa a aprimorar seus serviços e produtos participando de reuniões trimestrais com os outros membros do conselho e com o time de talentos globais da diretoria. A cantora será a terceira mulher no conselho do Nubank. Ela se junta a Anita Sands (mais uma!), professora da universidade americana de Princeton e ex-diretora de operações do banco suíço UBS, e Jacqueline Reses, ex-presidente da fintech Square e atual presidente do conselho consultivo econômico do FED, o banco central norte-americano.

“É muito chato e constrangedor não conseguir ter acesso a produtos financeiros. Muita gente na América Latina sempre viveu de emprego informal. Como essas pessoas vão ter histórico de crédito? Fiquei impressionada ao ver o trabalho do Nubank em fazer com que milhões de pessoas se sintam incluídas, podendo ter uma vida financeira melhor”, explicou a cantora em comunicado do Nubank.

Para o neobank, aliar-se à maior e mais influente artista do Brasil significa contar com sua expertise em construção de marcas. Anitta tem forte presença com o público jovem, é uma empreendedora extremamente bem sucedida que usou sua visão estratégica para expandir a carreira não só na América Latina e nos Estados Unidos, mas globalmente.

“Anitta tem profundo conhecimento do comportamento dos consumidores nesses mercados que tem explorado e tem muita experiência em estratégias de marketing vencedoras. Essas competências foram chave para a convidarmos para o Conselho. Nenhum outro conselheiro possui essa experiência”, diz David Vélez, presidente e fundador da empresa.

Ascensão roxa

Anitta que não é boba nem nada, se junta ao Nubank no momento de maturidade e contínua ascensão da marca. Com mais de 40 milhões de clientes, a empresa recentemente atingiu valuation de US$ 30 bilhões ao levantar mais US$ 750 milhões em uma extensão da rodada série G anunciada em janeiro. Agora o neobank é o 7º unicórnio mais valioso do mundo.

Depois de 8 anos, o Nubank mudou seu logo para uma versão mais leve e também expandiu sua oferta de produtos para além do cartão de crédito e a conta digital NuConta. Produtos de investimento, seguro, empréstimo pessoal e soluções de pagamento instantâneo foram agregados ao seu portfólio.

E você? Está pronto para efetivar esse tipo de parceria no seu negócio?

Mauro Fernando.