A dominação indireta das máquinas sobre os humanos
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A dominação indireta das máquinas sobre os humanos

Nas décadas de 80 e 90 diversas produções artísticas, principalmente japonesas, tratavam do impacto da evolução tecnológica na sociedade. Em Winspector, era relatado que com o avanço da tecnologia pessoas mal intencionadas poderiam usar as má...

Rafael Salles
3 min
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Nas décadas de 80 e 90 diversas produções artísticas, principalmente japonesas, tratavam do impacto da evolução tecnológica na sociedade. Em Winspector, era relatado que com o avanço da tecnologia, pessoas mal intencionadas poderiam usar as máquinas para cometer crimes. Para combater esses atos, a polícia tinha dois robôs protagonistas, Highter e Bikel e o agente especial Liuma Ogawa ou Fire, que se utilizava de uma armadura com diversos recursos tecnológicos.

Em 2020, no mundo real, a guerra entre a Armênia e Azerbaijão foi vencida principalmente pela utilização massiva de drones, importadas de Israel pelo Azerbaijão. Esses drones, que não são tripuláveis, acabavam com tanques armênios e abriam as frentes para a invasão territorial.

Em 2017, também no mundo real, o sistema de saúde britânico foi atacado por Hackers, que pararam o sistema de saúde e pediam pagamento em bitcoin para liberar arquivos e dados.

É pouco provável que a evolução tecnológica das máquinas possa torná-las conscientes ou dominantes, como em Matrix. Máquinas são programáveis, por mais que tecnologias, como machine learning, definam meios de auto aprendizagem, elas partem de uma premissa e estas são programadas por humanos.

É possível que máquinas mal programadas possam causar problemas para a sociedade, porém não são tão graves como os dois problemas descritos abaixo:

1 - A utilização das máquinas por pessoas mal intencionadas;

2 - A dependência do ser humano dos serviços oferecidos pelas máquinas.

No item 1 é fácil notar que isto já altera totalmente a vida da sociedade, era uma preocupação das séries artísticas da década de 80 e 90 e continua sendo hoje.

O item 2 é mais complexo, como no caso da invasão Hacker ao sistema de saúde britânico, tudo foi parado. Pessoas tiveram que evitar ir em hospitais até que o sistema fosse restabelecido. Com os avanços ainda maiores em tecnologias baseadas em Internet das Coisas, integrando hospitais, cidades, polícias, indústrias e outros, parar esses sistemas, podem causar um blackout completo de tudo o que fazemos e de todos serviços.

Muitos artigos científicos atuais descrevem meios para monitoramento de pacientes com doenças graves por meios de sensores e internet e também operações remotas, outros descrevem como os carros autônomos, utilizando GPS e centrais de comando, funcionariam com uma internet mais veloz. Existe ainda o conceito denominado de Smart Grid, que auxilia na distribuição de energia de uma forma eficiente, com o monitoramento de possíveis oscilações de energia e soluções de rotas alternativas.

Obviamente nem todos serviços vão funcionar exclusivamente com a internet, porém o senhor de idade que sofre de uma doença grave necessitará que seu coração, por exemplo, seja sempre monitorado e que essas informações sejam processadas para verificar se ocorreu alguma alteração do funcionamento.

Na mesma linha que o Winspector, o problema parte do mal uso da tecnologia. Nos próximos anos, o principal problema vai ser como lidar com a dependência dela.

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