A separação da Ciência e Filosofia
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A separação da Ciência e Filosofia

Questionamentos sobre ''de onde viemos?''  e ''para onde vamos?'' são a base central da vida humana. Diferente dos outros seres, o ser humano carrega na consciência que um dia tudo vai acabar e não sabemos para onde vamos.

Rafael Salles
3 min
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Questionamentos sobre ''de onde viemos?'' e ''para onde vamos?'' são a base central da vida humana. Diferente dos outros seres, o ser humano carrega na consciência que um dia tudo vai acabar e não sabemos para onde vamos.

A base de criação dos questionamentos surgiu a partir da filosofia e as possíveis soluções foram desenvolvidas a partir da ciência (matemática, física, química e biologia). A ciência é baseada no conhecimento empírico do problema, ou seja, na observação e experimentação. A filosofia parte de conceitos mais amplos que se orientam no pensamento lógico e análises conceituais.

Durante séculos, intelectuais que se dedicavam a ciência eram filósofos. Alguns exemplos são: Arquimedes, que desenvolveu os princípios da hidrostática, e René Descartes, com avanços na geometria analítica. A grande questão é, por que depois de Galileu Galilei a filosofia perdeu seu protagonismo em relação a ciência e seguiu um caminho mais voltado para as relações sociais humanas?

A resposta para essa pergunta pode ser respondida por dois fatores. Na mesma época que Galilei e Isaac Newton, que veio anos depois, desenvolviam seus cálculos que elucidavam grandes dúvidas do ser humano, como a lei da gravitação universal e a mecânica dos corpos, grandes mudanças ecoavam na mente de parte dos filósofos, o iluminismo. Os métodos determinísticos encontrados por Newton e Galilei traziam os questionamentos e as respostas sobre os problemas encontrados sem a utilização de preceitos filosóficos, que não serviam para avaliar os novos problemas. Números explicavam situações da física que os filósofos iluministas não poderiam fazer questionamentos pertinentes, porque não o conheciam, e nesse ponto houve a divisão.

A filosofia, ou os denominados filósofos, trocaram a ciência pelas relações sociais humanas, e a ciência, ou os denominados cientistas, abandonaram a filosofia. Segundo Stephen Hawking disse uns anos atrás, as questões ''para onde vamos?'' e ''de onde viemos?'' cabem hoje apenas a ciência. É complicado afirmar isso, considerando que a base da filosofia é o questionamento e sem a dúvida não existe ciência.

No século XX, Albert Einstein, com a teoria da relatividade geral, e principalmente Max Planck, na física quântica, mostraram que de fato os métodos empíricos tinham suas fragilidades. A física clássica desenvolvida por Newton, previa que todos corpos se comportavam de acordo com suas três leis: Inércia, Princípio Fundamental da Dinâmica e Ação e Reação. Logo, todos os objetos existentes seguem essas leis, porque foram observados e seguem a mesma verdade. As observações de Einstein e Planck previam novas ''verdades'' quando novas características eram avaliadas. Assim, as verdades são restritas aos casos observáveis. Isso torna as coisas muito mais complexas em um universo que a ainda não observamos nada.