Quando você ganha uma segunda chance.
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Olá, boa tarde. |
Me chamo Fabio, tenho 46 anos, sou casado com uma mulher incrível e pai de um casal de filhos, Lorenzo de 5 anos e Maria Júlia de 14. |
Somando a eles tenho em casa também minha sogra e duas gatinhas que são meus xodós! |
Trabalho com informática desde 1996 e por isso grande parte do meu tempo trabalhando é sentado. |
Sei que apresentações como estas podem parecer meio cansativas, mas por este ser meu primeiro texto se faz necessária para que entendam do que irei relatar aqui. |
Até meus 16 anos era um cara bem ativo (para não dizer maloqueiro mesmo, rs) que ficava jogando bola praticamente todo o tempo que estava em casa e não na escola. Graças a Deus vivi nos anos 80 então pude ter uma infância bem vivida, coisas do tipo de subir em uma árvore e imaginar que esta seria um foguete, rs. |
Além de jogar futebol, muitas outras coisas eu fazia também, bolinhas de gude, jogava taco (em alguns lugares este jogo chama-se Bete), bicicleta então, vivia fazendo manobras e pulando rampas e qualquer obstáculo que encontrava. |
Tinha videogame, claro que da época e me divertia muito com ele, mas não deixava ir para a rua com meus amigos e brincar como toda criança deve fazer. |
Por volta dos 15/16 anos além disso tudo começou a frequentar uma academia e fazer musculação e luta (Kickboxing), pelo menos por um breve tempo pois aos meus 16 anos comecei a trabalhar e pelo menos a academia dançou. |
Com isso, meu biotipo era de uma pessoa magra, sem excessos, mas depois que tive alguns fatores que vieram de uma só vez isso mudou. |
Estes fatores foram mudança de bairro e de emprego, pois com isso acabei perdendo contato com amigos e todas as minhas atividades foram interrompidas (como futebol, academia etc.). |
Como gastava muita energia comia muito também, e por ter interrompido minhas atividades isso teve um preço. Comecei a ganhar peso. |
Ao longo dos anos, meu peso foi subindo e passando dos meus 70 quilos para os 163 quilos. |
A empresa a qual eu trabalho com o início da pandemia, adotou o home office para todos os seus colaboradores e com isso acabou piorando este problema, visto que para me deslocar ao trabalho eu fazia uma caminhada de 1.7km para ir e outros 1.7km para voltar e além de meu peso também levava uma mochila com notebook, marmita etc. Mesmo com meu peso eu não sentia nenhum tipo de dor, apenas cansaço. |
Com isso, ganhei mais 10 quilos na pandemia chegando em julho de 2020 aos 173 quilos. |
Após esse peso adicional, mesmo não tendo esse deslocamento qualquer coisa que eu fazia me gerava dores terríveis em minhas costas e me atrapalhava dormir também, entre outras coisas. |
Nunca tive problemas com relação a aparência, mas quando esta situação começou a afetar minha saúde vi que precisava fazer algo. |
Com isso, iniciei os procedimentos para realização de uma cirurgia bariátrica. |
Por não ter muitos recursos e meu convênio pela empresa ser do tipo com coparticipação, tive que fazer as coisas com mais calma para que coubessem em meu orçamento. |
Então, depois de uma bateria interminável de exames, consultas e retornos, obtive em Novembro de 2020 a autorização médica para a realização da cirurgia, a qual marquei inicialmente para o dia 07/01/2021, período em que estaria de férias do trabalho e o tempo de recuperação não atrapalhasse meu retorno (afinal, tenho contas a pagar...rs) ......mas por um pedido do médico que estaria de férias nesse período a cirurgia foi adiada para 21/01/2021. |
Confesso que os últimos dez dias para a cirurgia foram os piores, estava muito nervoso e apavorado, com receio de que houvesse algum problema. |
Mas graças a Deus a cirurgia teve tanto sucesso que em nenhum momento após a cirurgia tive qualquer tipo de dor e após um dia no hospital tive alta para continuar me recuperando em casa. |
Porém, mesmo seguindo as recomendações e tomando todos os remédios que me foram receitados tive um problema em fevereiro. |
Acordei certo dia com uma pequena dor no peito, mas logo pensei que poderia ser por ter dormido todo torto (não seria a primeira vez) e por isso não dei bola, mas esta dor foi aumentando com o passar dos dias e chegou ao ponto de eu não conseguir trabalhar nem ter posição para dormir, sentar-se, etc. |
Assim falei com minha esposa e voltamos ao hospital, onde fiquei no Pronto Socorro na triagem e após uma ressonância pude ver a cara feita pelo médico seguida da frase "leva já pra UTI". |
Na ressonância viu-se que eu estava com embolia pulmonar nos dois pulmões e precisava de cuidados imediatos. |
A uti do hospital possui acomodações para acompanhante, mas devido aos cuidados (algumas vezes exagerados) com a pandemia não tive permissão para ficar acompanhado e fiquei sozinho durante os seis dias que lá fiquei passando inclusive meu aniversário (20/02) sem ninguém ao meu lado, mas ganhei uma chamada de vídeo com minha esposa e filhos cantando parabéns para mim, rs. |
Senti muitas dores, fui picado muitas vezes para coleta de sangue e medicação, mas meu pensamento não era o que poderia acontecer comigo, mas sim as causas para minha família. |
Mesmo não sendo praticante fervoroso, sempre converso mentalmente com Deus e a única coisa que pedi foi só mais um tempinho para não deixar minha família desamparada. Deixa só dar estabilidade para eles e depois pode me levar tranquilamente. |
Tive alta depois de 7 dias (seis de UTI e mais um no quarto) e desde então continuo tomando medicações (muito caras por sinal), fazendo exames e indo em consultas até que esse problema seja resolvido de vez. |
Enfim, foi um pouco da minha história e espero não ter cansado vocês. |
Grande abraço a todos. |