Quando a estratégia se sobressai ao esnobismo.
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Quando a estratégia se sobressai ao esnobismo.

Já podíamos ter uma ideia de como seria o desfecho da Final da Libertadores bem antes da partida mais importante do ano para os dois clubes começar, de um lado um profissional estrategista, estudioso, tão competitivo que segundo o mesmo "não ...

Thiago Meschke
3 min
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Já podíamos ter uma ideia de como seria o desfecho da Final da Libertadores bem antes da partida mais importante do ano para os dois clubes começar, de um lado um profissional estrategista, estudioso, tão competitivo que segundo o mesmo "não alivia nem para as filhas e sua esposa o chama de insensível". Do outro lado um profissional consolidado, treinador brasileiro detentor de muitos títulos, ídolo de muitos outros jogadores e também treinadores, ele que sabe comandar o vestiário como nenhum outro, aquele que tem a capacidade motivacional de recuperar a fase de muitos jogadores mas um pouco esnobe.

Uruguai, Montevideu, Estádio do Centenário. A tarde estava maravilhosa o estádio estava cheio a torcida do Flamengo era maioria, logo o clima de Final não poderia ser diferente.

Abel Ferreira, "podia" estar começando perdendo a Final por dois motivos antes mesmo do jogo começar, o primeiro deles como dito acima a torcida do Flamengo era a grande maioria no Estádio e antes do jogo começar um ilustre torcedor Flamenguista pediu sua namorada Palmeirense em casamento, estaria 2 a 0 para o Flamengo ?!

Não foi isso que vimos com 5 minutos de jogo, Abel Ferreira montou um time que foi a campo para vencer, um time fechado com uma estratégia que exploraria os atacantes velozes, escalou Mayke lateral direito contestado pela torcida no lugar de Marcos Rocha (suspenso) e esse mesmo Mayke recebeu um lançamento feito com maestria por Gustavo Gomez que apenas cruzou rasteiro para o meio da área e sozinho, Raphael Veiga o melhor meia em atividade no Brasil que era a vantagem de Abel Ferreira no jogo, bateu na bola com certa facilidade e venceu Diego Alves.

O quarteto ofensivo do Flamengo comandado por Renato Gaúcho tentava de tudo quanto era forma (pelo meio, pelos lados, pelo alto) vencer a parede alviverde montada com muita eficiência por Abel Ferreira, mas sempre esbarrava na ótima atuação de Gustavo Gomez, Luan e Weverton. Quem lê pensa que só deu Flamengo, mas pelo contrário, era o Palmeiras quem mais levava perigo ao gol do Flamengo tanto que a primeira chance real de gol do Flamengo foi apenas aos 43' do primeiro tempo com Arrascaeta com passe do Bruno Henrique.

Segundo tempo começa sem nenhuma mexida de ambos os treinadores. Flamengo começa melhor, mas sem uma estratégia definida fica claro que tudo tem que ser resolvido na habilidade individual dos jogadores já que o repertório de jogadas do <<malvadão>> deixou de existir faz tempo e o que acontece, em passe de Arrascaeta, Gabigol aos 73' minutos de partida "acha" um gol que leva o jogo para a prorrogação.

Com ambas as equipes jogando no seu limite físico, já que estamos no final de temporada, chega um momento do jogo que o corpo na corresponde mais o cérebro.. E essa "fatalidade" aconteceu com um dos melhores jogadores da partida, Andreas Pereira, um jovem jogador que ficará com essa imagem marcada em sua memória por muito tempo, recebeu uma bola e ao demorar para tomar sua decisão o herói improvável da noite Deyverson, acaba ficando com a mesma e com raiva fecha o caixão do Flamengo.

Foto: André Mourão/Foto FC
Foto: André Mourão/Foto FC

Restando 15' para o final da prorrogação o que restava ao Palmeiras era aguentar a pressão do Flamengo, para se consagrar com total mérito, Bicampeão da América!

Foto: Ricardo Moraes/AFP
Foto: Ricardo Moraes/AFP

E aqui fica o questionamento, Abel Ferreira conseguiu superar treinadores como Renato Gaúcho, Cuca, mas superou Jorge Jesus como treinador em sua passagem pelo Brasil?