Em busca de um sentimento coletivo.
Em busca de um sentimento coletivo. | ||
Nossa sociedade anseia por conquistas coletivas, entretanto, somos cidadãos naturalmente egoístas. Como lutaremos por algo que não desejamos verdadeiramente? | ||
Tenho me perguntado sobre isso nessa minha estada enquanto vereador... Como fazer as pessoas perceberem que as conquistas coletivas são mais importantes... Como as pessoas entenderem que não haverá caminho enquanto pensarmos apenas no nosso status quo? | ||
Como trocar as demandas pessoais que são cotidianamente solicitadas a mim, por uma percepção de que as bandeiras coletivas serão bem mais excepcionais e resolutivas para nós. | ||
Eu fico imaginando como seria melhor se todos pudéssemos fazer um pouco de nossa parte e daí acabo sempre voltando para o caso de Curralinho, em Mamanguape - PB. | ||
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É bem verdade que o sentimento é inacabado, ainda falta alguma coisa que se incorpore naqueles corações, algo que as faça entender que para que as mudanças significativas de lá acontecessem era necessário que uma mola propulsora de um sentimento coletivo tivesse vez. É necessário que a comunidade perceba o precioso presente que receberam, se organizem e cresçam enquanto comunidade para que não parem naquele lampejo de sorte, para que não sejam devolvidas ao passado do esquecimento. A experiência de Curralinho foi quebrantadora. | ||
Como que um secretário de saúde leva a prefeita e a secretária de finanças uma necessidade de melhorias habitacionais? | ||
Essas coisas que preciso fazer você entender caro leitor, se você chegou até aqui, talvez já esteja associando uma coisa a outra na mente para conseguir me responder, mas se estivesse inserido num contexto administrativo de caos, onde mal se tinha local para trabalhar e até onde, bem pouco tempo atrás, faltava tudo, para uma preocupação extra-muros como esta, perceberia que não se trata de uma coisa tão tangível facilmente. | ||
A OMS já dizia anteriormente no seu conceito de saúde (1946): "Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade". | ||
Ao saber dos problemas de Curralinho eu fiquei doente. A notícia aflitiva que chegava ao meu conhecimento era desafiadora e por isso não poderia menosprezar a violência com que ela chegava até mim. | ||
Não era possível que a pessoa não tivesse água para beber, água, mesmo que não fosse potável, mas que não fosse tão imprópria. Não era possível que essas pessoas morassem ao lado de um rio. Não era admissível que essas pessoas vivessem tão conformada mente de doações e ajudas do governo. | ||
"Precisamos fazer alguma coisa" | ||
E por enquanto ficaríamos sem resposta, até que as luzes na mente começassem a se acender. | ||
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Seríamos a partir daí cada vez mais a exceção. Vocês conhecerão muitas heroínas neste processo. |