Deveria fazer um livro. Ideia de um amigo.

Um amigo me perguntou o que eu estava achando da experiência de ser vereador. Parei um tempo pra pensar e percebi que não sabia responder.

É difícil responder, pois minha personalidade inquieta não se satisfaz por muito tempo. Acho que é até positivo a certo ponto, pra gente não se acomodar, mas fiquei encucado com a possibilidade de responder: Sim ou Não...

Preciso encarar que a atividade de Vereador exige duas características distintas, no papel, é algo que combina bastante com minha personalidade, gosto de ser organizado, de propor ideias, de opinar sobre aspectos dos serviços públicos, do emaranhado social. Enfim, gosto de refletir sobre melhorias dos serviços públicos ou, mais precisamente, da repetida piora dos mesmos. Entretanto, o que mais mexeu comigo foi não saber responder sobre a política. Ser vereador é uma coisa, ser político é outra, mas na realidade as duas coisas se interdependem, portanto, são indissociáveis. Então, neste sentido a resposta é Sim e Não.

Sim, pois Vereador combina bastante com minha personalidade, gosto de ler, de conversar, de propor. E Não do agir pensando  eleitoralmente, me joga numa vala que gostaria que não existisse em nossa sociedade, fazer o bem por um preço, com um retorno. Incrivelmente, quando me deparo com essas reflexões, relembro de uma entrevista que assisti há muitos anos, não sei dizer que canal e quem estava sendo entrevistada, mas a pessoa dizia que não existia o altruísmo verdadeiro, pois se fazemos o bem, pensamos conquistar no mínimo nossa autossatisfação. Ou seja, fazemos algo para ganharmos dinheiro ou irmos pro céu.

Tentei encontrar a entrevista para compartilhar com você que está lendo este texto, mas o que encontrei foi outro totalmente oposto:

Para o psicólogo Daniel Batson felizmente o altruísmo genuíno existe, e as notícias são calorosamente boas, pois se fossemos irremediavelmente egoístas não haveria motivos para tentar aumentar isso em nós, para sermos mais altruístas. Nós com certeza tentaríamos levar um pedaço de lamaçal por toda nossa vida e jamais conseguiríamos fazê-lo brilhar como ouro. Mas se há potencial, podemos elevar isto. Podemos ser mensageiros do bem dentro das instituições na qual trabalhamos no ambiente em que vivemos. Pessoas que motivam positivamente.

Mas o processo é lento e precisa ser pessoal para gerar transformação em massa, é cultura.

Sendo assim, gosto de pensar que minha ideia de fazer política, será considerada correta em um tempo, necessário para haver o movimento, como um movimento uniforme ou uniformemente variado da física. Estamos numa posição inicial, Sº, e chegaremos numa posição final S. A velocidade, entretanto é lenta. Minha missão e minha limitação é a mesma, a velocidade com que a sociedade passa por essa transformação.

Considerando, que no ambiente político há atores que tentam atrasar o processo ou confundir a opinião pública, encaremos os mesmos como fatores que tendem a desacelerar o processo.

Me empenhei bastante para obter uma boa votação no pleito de 2020 para justamente acelerar este processo em que é possível se fazer o correto, que o correto é reconhecido e assim podemos todos acreditar que a boa política está aí a nossos olhos. O pleito foi difícil, apesar da votação expressiva, mas muito mais difícil é continuar lutando pra fazer o melhor.

Estou me debruçando sobre a leitura dos potenciais crimes ambientais na região do Parque estadual Bica do Sertãozinho, pensando na possibilidade de estabelecer uma relação de protetor-recebedor, para incentivar a sustentabilidade da atividade de carvoaria, ou inibir a atividade naquele local. Enquanto busco escrevendo a inspiração para pensar em formular um Projeto de Lei, percebo que a melhor forma de escrever um livro é escrevendo. A melhor forma de lembrar de algo, é torna-lo físico e não apenas efêmero em nossas mentes.

Assim, se chegarmos na posição final S, no t correto, teremos percorrido na velocidade ideal e o resultado será perfeito.