A Moeda Comum do Mercosul é uma boa opção para o Brasil?
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A Moeda Comum do Mercosul é uma boa opção para o Brasil?

A matéria discute a possibilidade de adoção de uma moeda comum entre os países membros do Mercosul e os desafios e problemas econômicos que isso poderia causar.

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No início do novo governo, foi especulada a adoção de uma moeda comum entre os países membros do Mercosul. No entanto, este tema é polêmico e suscitou críticas e debates. A questão é se essa moeda seria funcional para as economias do bloco.

  1. Fato 1: A adoção de uma moeda comum faz sentido em áreas geográficas com grande fluxo comercial. No entanto, o Mercosul representa menos de 6% da corrente brasileira de comércio.
  2. Fato 2: A adoção de uma moeda comum faz sentido em áreas geográficas com muita mobilidade de mão-de-obra. No entanto, não há muita mobilidade de mão-de-obra entre os países do Mercosul.
  3. Fato 3: A adoção de uma moeda comum faz sentido em áreas geográficas com alta integração financeira. No entanto, os diferenciais de juros e regulações bancárias entre os países do Mercosul mostram que a integração financeira ainda está longe de acontecer.

O grande experimento empírico da zona do euro mostrou que a adoção de uma moeda comum entre os países requer simetria de choques e algum tipo de federalismo fiscal. Isso significa que as economias centrais devem fazer transferências fiscais (ou empréstimos subsidiados) para as economias do sul em caso de choques econômicos. No entanto, esses mecanismos não existem no Mercosul. Além disso, os países que desejam ingressar no euro precisam se submeter a longos processos de ajustes aos padrões do "Tratado de Maastricht" para alinhar políticas monetárias e fiscais.

Em resumo, a adoção de uma moeda comum no Mercosul não faz sentido econômico, uma vez que os países do bloco não possuem os fatores necessários para sua implementação eficaz. Além disso, é necessário levar em conta os desafios e problemas enfrentados pelos países da União Europeia ao adotar uma moeda comum, como a assimetria de choques econômicos, dificuldades econômicas para países do sul europeu comparado com as economias centrais do bloco e a falta de transferências fiscais (ou empréstimos subsidiados) das economias centrais para as do sul do continente.