A verdade entre o que esperamos ou o que nos espera
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A verdade entre o que esperamos ou o que nos espera

...discordo de Paulo Guedes. Seremos Argentina nos dois primeiros meses e não demoraremos seis meses para virar Venezuela

HS Naddeo
8 min
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Imagem Exército Brasileiro - Cabo Estevam
Imagem Exército Brasileiro - Cabo Estevam

Era dia 10, ou quem sabe 12, talvez 15, mais provável 20, com certeza antes do natal, mas a virada do natal seria ideal, mas ficou para 26, depois 27  dia 28 estava certo, tinha que ser hoje, quem sabe amanhã, mas não pode passar de sábado. Não faltaram movimentos, indícios, evidências, decretos, manejos, charadas, enigmas, boatos e fofocas. De concreto, porém, só a fé de centenas de milhares, até de milhões de brasileiros, crentes que uma virada de mesa aconteceria ou ainda pode acontecer. São 60 dias ininterruptos nas portas dos quartéis, abastecidos com mensagens de "confiem", "não saiam da frente dos quartéis", "o presidente não abandonará seu povo", e as ações esperadas, até agora, não se traduziram em fatos. Isso me lembra um tempo em que fiz terapia. Duas frases marcantes nesse período, uma escrita num pequeno cartaz no consultório: instantâneo só Nescau. A outra dita já nos estertores do processo terapêutico: final feliz só existe em novela.

Lembro que nos primeiros dias de manifestação fui até a porta do quartel aqui em Belo Horizonte, onde encontrei vários amigos também motivados a pedir que as Forças Armadas salvassem o Brasil. Em um dos diálogos uma amiga, Cândida o nome dela, me disse que Deus não deixaria o povo brasileiro passar pela desgraça de ter Lula novamente no governo. Minha resposta não teve a intenção de desmotivá-la, mas lembrei a ela que Deus permitiu que os hebreus ficassem por 40 anos no deserto para chegar à terra prometida, sendo que esse trajeto, feito a pé, pelo caminho certo, levaria apenas 10 dias para ser concluído. Não creio que Deus tenha castigado os hebreus fazendo com que andassem em círculos por 40 anos, mas fez o que fez para que aprendessem alguma coisa com aquilo, e que, hoje, sabemos que foi a maneira de forjar um dos povos mais disciplinados e obstinados que ainda andam no chão deste planeta.

Meu objetivo não é causar desmotivação ou afirmar que nada vai acontecer. Pessoalmente, acredito e acreditarei até o último minuto em uma virada, e só me darei por vencido se, subindo a rampa ou não, Lula venha a ser empossado como presidente da república mais uma vez. Mas não posso deixar de pensar no que temos que aprender com tudo isso, nem mesmo deixar de enfatizar que o povo brasileiro ainda tem que aprender no que diz respeito à defesa dos seus direitos e da sua própria cidadania. Demoramos muito para tomar as ruas. Demoramos demais para reagir às arbitrariedades (as visíveis e escandalosas) que começaram com o fatiamento do impeachment de Dilma Rousseff e culminaram na soltura, na descondenação, na habilitação para concorrer à presidência e na eleição de Lula. Vimos tudo acontecer diante dos nossos olhos, um cronograma previsível desde o início, um desfecho mais previsível ainda. Contudo, preferimos acreditar que alguém resolveria por nós - e até o presente momento, tardiamente despertos, continuamos acreditando.

De fato, é difícil não crer em tantos movimentos, indícios, evidências, decretos, manejos, charadas, enigmas, boatos e até nas fofocas, tais são os significados que têm, ou ao menos aparentam ter. Mas onde está a concretude disso tudo aos 45 minutos do segundo tempo? Será nos acréscimos? Haverá prorrogação? Precisaremos chegar aos pênaltis? Por mais que consideremos que tudo está pronto para acontecer, a ânsia pelo acontecer tira o sono de milhões de brasileiros que não aceitam o resultado das eleições, não apenas pela fraude que o originou, mas fundamentalmente pelo eleito ser quem é. O povo brasileiro não quer Lula na presidência, não quer o PT no governo. E se isso não bastasse, a quadrilha de vagabundos, oportunistas e incompetentes indicados para compor os 37 ministérios (sem sabermos ainda os nomes dos que vão dirigir as principais estatais do país) é um chute na cara do povo brasileiro.

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Concretizados os nossos sonhos, teremos resolvido parte do problema. Mesmo que o milagre que esperamos impeça Lula de tomar posse, e com isso desmonte toda a farsa que resultou na sua eleição, não ficará barato. Antes mesmo de Lula tomar posse vários têm sido os episódios que nos dão a noção do que poderá acontecer caso ele suba a rampa. E se não tomar posse mesmo veremos o Brasil pegar fogo; e aí me lembro de uma fala do próprio na campanha de Dilma Rousseff em 2014 quando disse ser o único capaz de incendiar o Brasil. E não duvidem que fará. Os tumultos do dia 12/12 em Brasília, o falso atentado (mal) armado desse semana, a explosão da filial do Coco Bambu em Teresina e o incêndio na loja da Havan em Vitória da Conquista, as invasões de fazendas protagonizadas pelo MST desde o segundo turno, as invasões de edifícios pelo MTST, todos são provas contundentes que que a ação que esperamos gerará reações muito piores do que estas, tanto em volume quanto em violência e crueldade. Serão dias difíceis e sem prazo estimado para voltarmos ao mínimo de normalidade.

Imagem: reprodução Band TV
Imagem: reprodução Band TV

Entretanto, se o cenário a nosso favor é ruim, pior será se for contrário ao que queremos e desejamos. A posse de Lula e seus 37 bandidos será o fim do Brasil como conhecemos. Esqueça democracia, esqueça liberdade de ir e vir, de expressão, esqueça inclusive o significado da palavra liberdade, pois o inferno tomará conta do Brasil. Os atentados não serão mais falsos, Coco Bambu e Havan, se forem espertos, que fechem todas as suas lojas ou vendam para um grupo alinhado à esquerda e sumam do Brasil com seus dólares. E o mesmo conselho vale para qualquer empresário que seja declaradamente conservador e/ou de direita. Tumultos, explosões, incêndios, invasões de terra e propriedades serão parte do cotidiano, e nada será feito contra essas pessoas, inclusive o judiciário já vem agindo antecipadamente para facilitar invasões de propriedades rurais e urbanas. Todo e qualquer cidadão armado será alvo da Polícia Federal e tratado como inimigo do povo, terão seus portes de armas cassados, suas armas confiscadas, e rezem para não serem presos.

O ministro Paulo Guedes deu uma declaração dizendo que com o projeto de governo petista viraremos Argentina em seis meses e Venezuela em um ano. Pois discordo de Paulo Guedes. Seremos Argentina nos dois primeiros meses e não demoraremos seis meses para virar Venezuela, e não digo isso pelo desastre que poderá ser este governo, mas porque o objetivo é exatamente este, destruir o Brasil o mais rápido possível, de tal maneira que a sociedade se ponha de joelhos em troca de cadernetas para pegar rações e bolsas esmolas para sobreviver. Enquanto isso, nossas riquezas serão partilhadas com chineses e europeus, nossos impostos distribuídos entre a esquerda sul americana e nosso sonho de Brasil evaporará diante dos nossos olhos sem que possamos fazer nada além de apreciar a própria desgraça. Aliás, talvez, pela primeira vez, o brasileiro nem conseguirá mais rir da sua desgraça.

Não teremos fronteiras terrestres para onde fugir; e mesmo quem conseguir fugir daqui por vias aéreas ou marítimas o fará deixando para trás quase tudo que conseguiu na vida. Se parece dramático demais para você, meu amigo, minha amiga, converse, pela ordem, com algum cubano, venezuelano, nicaraguense, argentino, boliviano, chileno ou colombiano. Duvido que me desmintam. Por mais assustador e hipotético que seja para nós, essa é uma realidade que vem sendo vivenciada desde 1959 pelos cubanos, e assim sucessivamente pelos outros povos onde o maldito Foro de São Paulo, ou Grupo de Puebla, como quiser, alcançou a presidência da república. O sonho da pátria grande só terminará quando o pesadelo esquerdista for exterminado da América Latina, e o Brasil é a última trincheira de resistência para que esse sonho se realize ou para que o pesadelo acabe de vez. O que acontecer no Brasil será determinante não apenas para o resto do continente, mas para a própria sobrevivência da democracia que conhecemos no resto do mundo.

O quadro não é animador, mas também não é definitivo. Nas próximas 48 horas tudo pode acontecer, e podem ser as últimas 48 horas nas quais a liberdade terá seu significado literal praticado ao máximo. Resta então nos juntarmos aos milhões de brasileiros que estão nas ruas e lutar por ela até o último minuto, porque é a única coisa que podemos fazer. Então volto à conversa com minha amiga Cândida, e deixo para que você pense se quer ficar 40 anos andando pelo deserto ou se prefere fazer a caminhada de 6 dias em linha reta até a terra prometida. Como ela, também penso que Deus não quer o pior para os brasileiros. Mas temos que fazer a nossa parte de verdade, lembrando novamente da minha terapeuta: instantâneo só Nescau, final feliz só existe em novela.

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