Só na última semana a Argentina acertou com a China investimentos num total de 31 bilhões de dólares.
A rivalidade futebolista que sempre alimentou o imaginário de brasileiros e argentinos já não é mais a mesma. Antes ela era forte o suficiente para que praticamente não houvesse muita empatia de lado a lado. Mas, isso ficou no passado e hoje se restringe apenas ao futebol. Quando o juiz apita o fim da partida voltamos a lembrar a desgraça pela qual passam los hermanos nas mãos dos comunistas Alberto Fernandez e, principalmente, Cristina Kirchner. | ||
Desde que o kirchnerismo assumiu o controle da Argentina, ainda com Nestor Kirchner, e depois com Cristina, vimos o país vizinho descer ladeira abaixo, caminho que teríamos seguido se Dilma Rousseff não tivesse sofrido o impeachment. As mesmas fracassadas práticas e políticas econômicas que nos levaram à maior recessão de nossa história foram implementadas com sucesso pelo kirchnerismo. As mesmas péssimas alianças feitas pelo petismo com Venezuela, Cuba, Irã e demais países alinhados à esquerda foram aprofundadas de maneira quase irreversível no país portenho. | ||
A esperança acenada com a vitória de Maurício Macri não passou mesmo de esperança. Além de politicamente fraco, acabou cedendo ao poder do kirchnerismo que domina o congresso argentino, a justiça e a cabeça do povo, que ao invés de renovar a apostar em Macri para a reeleição preferiu dobrar a aposta e recolocar Cristina Kirchner no poder como vice-presidente de seu poste Alberto Fernandez. E o resultado está aí, uma país debilitado economicamente, um povo moralmente abatido, sem força e perspectivas de sair do jugo daqueles que eles mesmos colocaram no poder. | ||
Mas a situação é ainda pior. Basicamente não existem políticos capazes de despertar o povo argentino do pesadelo que vive. A esmagadora maioria dos políticos que tem visibilidade são ligados ao peronismo, um movimento que não é de esquerda, não é de centro, não é de direita, mas que é qualquer um deles em época de eleições para conquistar os eleitores. De ideário político o peronismo se transformou em uma espécie de maldição que passa de geração para geração e que tornou os argentinos incapazes de reagir por mais que saibam a realidade em que vivem. | ||
Com as suas forças armadas sucateadas e comandadas por militares fiéis ao kirchnerismo, não resta aos argentinos nem a esperança vã de que eles possam tirar o país do caminho da venezuelização. A justiça também não se mostra uma via que possa pôr ordem nas coisas. A imprensa já não ousa mais falar ou denunciar. A maioria dos que ousaram enfrentar o establishment portenho na última década encontra-se debaixo de 7 palmos, tendo como melhor exemplo o promotor Nisman, acusador do esquema de corrupção, que foi "suicidado" no dia anterior à audiência na qual apresentaria provas que incriminariam Cristina Kirchner. | ||
O mais grave da situação, porém, é a invasão chinesa na economia dos nossos vizinhos, que agora também aderiu à chamada nova rota da seda, juntando-se a outros 150 países, muitos de viés socialista/comunista, que abriram mão de suas soberanias em troca dos bilhões de dólares que vêm sendo despejados por Xi Jinping para a consolidação de seu projeto imperialista na Ásia, na África e agora com força total na América Latina. Hoje, no sul da Argentina, há uma área que abriga um suposto observatório espacial chinês no qual ninguém, nem as autoridades argentinas, podem se aproximar num raio de 100 quilômetros. Uma concessão de 50 anos. Estratégia que se repete em diversos outros países que fazem parte desse nova rota da seda. Só na última semana a China acertou com a Argentina investimentos em energia nuclear, infraestrutura e transporte no montante de 31 bilhões de dólares, o que pode-se considerar um valor impagável dada a situação econômica do país, ainda mais nas mãos de Fernandez e Kirchner. | ||
Caro amigo, cara amiga, tivemos sorte. Se não tivesse havido a Lava Jato e Dilma Rousseff tivesse completado seu mandato, dificilmente teria acontecido o fenômeno Bolsonaro. Pior. Lula provavelmente teria sido eleito para um novo mandato, e, a essa altura, o imenso mastro na Praça dos Três Poderes já estaria hasteando uma bandeira vermelha com uma foice e um martelo no lugar do nosso panteão estrelado. Contudo, o risco ainda é muito grave e encontra na aptidão pela corrupção de muitos de nossos políticos um caminho de convencimento pelo qual o governo chinês sabe caminhar muito bem. | ||
A presença chinesa no comércio, no agronegócio e na infraestrutura brasileiros não é pouca coisa não. E perigosamente na imprensa, através de acordos com os principais grupos de comunicação do nosso país. São bilhões de dólares investidos aqui através de muitas facilidades concedidas pelos governos petistas e pelo Congresso Nacional que, mesmo em uma escala menor que na Argentina, já nos torna bastante dependentes dos dólares chineses. A China é hoje um dos principais parceiros de negócios do Brasil e seu principal foco é o agronegócio e toda a cadeia produtiva e logística em torno dele. Por mais que invistam em diversos outros segmentos, o que, de fato, lhes interessa é a comida que produzimos e que eles tanto precisam para alimentar o 1 bilhão e 300 milhões de bocas que hoje em dia querem comer mais do que cachorros e insetos. | ||
O que temos que aprender com a situação da Argentina e demais países cujas economias hoje dependem do dinheiro chinês para sobreviver é que não se pode abrir mão da soberania nacional em troca de nenhum tipo de investimento predatório. Menos ainda quando se trata da nossa própria segurança alimentar e do nosso principal trunfo no cenário econômico mundial. E para que isso não aconteça temos que prestar atenção nas intenções e nas ligações que nossos políticos estabelecem com regimes de governo como o chinês, que usam da corrupção como método para conseguir concretizar a expansão de seu projeto de domínio da economia mundial e se consolidar como a primeira economia do planeta. | ||
Outro ponto importante é que não podemos deixar que nossas instituições sejam sucateadas como aconteceu com as Forças Armadas e o judiciário argentinos, observando que esse segundo, também aqui, já se encontra em avançado estado de putrefação. E isso tudo será possível caso a esquerda volte a comandar o Brasil, o que nos levaria não apenas ao socialismo, mas a uma rápida "argenchinação", tão irreversível como a que vimos e vemos acontecer com nossos vizinhos. | ||
Rivalidades podem sempre existir, mas não podem, de maneira alguma, ser fraticidas, e a direita brasileira precisa logo aprender que a desunião por meia dúzia de mimimis é terreno fértil para a produção de espaços a serem ocupados pela esquerda. Qualquer projeto precisa de prioridades, e o maior projeto que podemos ter hoje é inviabilizar o retorno da esquerda e acabar com o aparelhamento das instituições promovido pelos governos do PSDB e do PT durante 25 anos. | ||
Na situação em que se encontra, não será fácil a Argentina sair do buraco no qual se enfiou. Ao contrário de nós, o povo argentino não tem nenhum partido ou político conservador ou de direita, nem mesmo políticos capazes de entusiasmar o eleitorado com alguma proposta que pelo menos se pareça com uma luz no fim do túnel. Nós, ao contrário, saímos da escuridão, sabemos quem é bandido e quem é mocinho na nossa história, e temos um presidente que vem bravamente nos mostrando que podemos fazer o Brasil voltar a ser um país impulsionado por valores e não por dólares chineses. Mas que só dará certo se fizermos isso juntos. | ||
Gostou? Compartilhe! Ajude este conteúdo a chegar em mais pessoas. Inscreva-se na coluna. É de graça. | ||
Twitter - @nopontodofato | ||
GETTR - @nopontodofato | ||
Instagram - @nopontodofato | ||
Telegram - t.me/nopontodofato |