Festa do diploma é uma ode ao escárnio à justiça brasileira
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Festa do diploma é uma ode ao escárnio à justiça brasileira

A festa de ontem será o velório de amanhã. Quanto maior a soberba destas figuras nefastas, maior será a queda, de todas elas.

HS Naddeo
9 min
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Imagem: reprodução/Instagram
Imagem: reprodução/Instagram

Missão dada é missão cumprida. A frase ficou famosa nas falas do Capitão Nascimento, personagem interpretado pelo ator Wagner Moura em tropa de elite. Mas, dessa vez, ela não foi dita por nenhum ator ou militar, mas pelo juiz corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Benedito Gonçalves, sorrateiramente, dita ao ouvido do presidente da casa, Alexandre de Moraes, e não era para ninguém ouvir. Foi dita de passagem, numa abaixadinha sem vergonha de quem não se contém a demonstrar subserviência, quando Benedito Gonçalves, ao lado de Ricardo Lewandowski, se encaminhava para trazer aos holofotes o eleito Lula, que se encontrava ainda nos bastidores. Acontece que o distraído Alexandre de Moraes tinha deixado seu microfone aberto, de modo que o também distraído Benedito fez soar em alto e bom som o sincericídio daquilo que todos, ali e fora dali, já sabiam: missão dada é missão cumprida.

Se alguém ainda tinha dúvidas dos papéis exercidos pelos ministros do TSE durante o processo eleitoral de 2022, a "fala escapada" de Benedito Gonçalves, por si só, já serviria como prova cabal de que aquela cerimônia era tão somente o penúltimo ato da maior farsa já encenada na república brasileira. A missão a qual Benedito se referia não era ir buscar Lula nos bastidores, como quer fazer crer a imprensa militante que também participou ativamente da encenação. Foi a fala de um servo que viu na diplomação de Lula a consumação de um trabalho que o tempo todo visou eleger Lula e impedir que Bolsonaro pudesse fazer sua campanha com os mesmos direitos que Lula teve. Benedito Gonçalves expressou naquele momento, para um constrangido Alexandre de Moraes que percebeu que a fala foi amplificada pelos alto falantes do TSE, a confissão de que o tribunal cumpriu seu papel de eleger Lula, e que ele, Benedito, cumpriu sua parte com louvor.

Poderia encerrar o comentário sobre o escárnio ao povo brasileiro e à justiça nestes dois primeiros parágrafos. Mas eles não se contentaram com a cerimônia de diplomação do condenado. Era preciso uma festa para, de fato, comemorem a trapaça em alto estilo, e nenhum lugar seria mais preciso para essa comemoração do que a casa do advogado criminalista Antônio Carlos Kakay, o maior defensor de corruptos e bandidos de alta periculosidade, também ex-proprietário do famoso restaurante Piantello em Brasília, onde outras tantas maracutaias foram engendradas quando bandidos ainda não tinham medo da justiça, e único advogado a entrar de bermuda no Supremo Tribunal Federal, local onde, até a ministra Cármen Lúcia assumir a presidência, mulher só podia entrar de saia. Disse ele após a foto que não quis desdenhar do STF, mas fez questão de registrar o momento.

Imagem: Arquivo pessoal/Kakay[/fotografo]
Imagem: Arquivo pessoal/Kakay[/fotografo]

No covil de Kakay

Será difícil relacionar todos os presentes, afinal eu não estava lá e os nomes que sei que estavam são os que a imprensa divulgou. Mas dá para afirmar com certeza quem não estava: os representantes do povo e da justiça, a de verdade. Como diz o jornalista Augusto Nunes, não por acaso chamado de meste, qualquer um que, ao ter que responder um processo criminal, contrate Kakay é culpado com certeza. E a contratação não se dá pela sua competência como advogado, mas pela maneira subterrânea como ele pratica a advocacia criminal. E exemplifico isso relacionando algumas presenças ilustres na festa da diplomação do escárnio à justiça: Alexandre de Moraes, Benedito Gonçalves, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e do presidente do TCU Bruno Dantas. Esses para ficar na esfera da justiça - ou o que deveria ser a justiça. Além deles, os nada pouco influentes no judiciário Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues e os paus mandados José Múcio, indicado por Lula para o Ministério da Defesa e o eterno poste Fernando Haddad, indicado por Lula para a Fazenda, só não sabemos com certeza se para o ministério ou o reality show da Record. E, claro, não poderia faltar Geraldo Alckmin, sem o qual a cena do crime não seria completa.

A reunião desta pessoas, mais ilustres nas notícias criminais do que como pessoas, demonstram com exatidão no que se transformou a república brasileira após a redemocratização em 1987. Não são incomuns esses convescotes que reúnem membros do alto judiciário, advogados cujos clientes tem causas a serem julgadas por este alto judiciário e os réus que serão defendidos por estes advogados e julgados por este alto judiciário, o que em qualquer país minimamente civilizado do mundo seria um escândalo de proporções para derrubar governos, cassar autorizações para advogar e pedidos envergonhados de demissão de juízes tal o absurdo que isso representa diante da ética, da moral, dos bons costumes e, principalmente das leis. Mas não no Brasil. Aqui eles se reúnem rotineiramente e não se importam com a publicidade que se dá ao fato, porque estão se lixando para a ética, para a moral, para os bons costumes, e principalmente para as leis.

Entre whiskies, champanhes, vinhos caríssimos e canapés que só se consome em festa de gente muita rica, certamente eles riram muito, da Lava Jato, de Sérgio Moro, de Deltan Dallagnol, de Bolsonaro, da justiça, de você, de mim, e de todos que um dia acreditaram que o Brasil caminhava para se ver livre desses personagens medíocres enquanto pessoas, alçados ao poder e à riqueza através de fraudes à Constituição Federal, aos princípios da democracia e aos direitos do povo. E talvez você possa se perguntar se com isso eu me dou por vencido, deixando de acreditar que ainda podemos ou devemos ter alguma esperança, e eu respondo que não, continuo firme na convicção de que Lula não subirá a rampa do Planalto no próximo dia 1º de janeiro. E digo mais. A festa de ontem será o velório de amanhã. Quanto maior a soberba destas figuras nefastas, maior será a queda, de todas elas.

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Firmo minha convicção em elementos e evidências que estão aí para qualquer um que se interesse a olhar para o conjunto ao invés de ficar olhando os fatos isoladamente.

  • o presidente e os militares não seria cruéis de deixar o povo nas ruas, debaixo de sol e chuva, noite e dia, já há 44 dias, se não houvesse a menor pretensão de fazer nada;
  • nunca houve no Brasil movimentações militares de tal magnitude, ao custo que isso representa para o país, apenas para treinamento;
  • apesar da festa, em todos os outros momentos os semblantes dos supostos vencedores da eleição apresentam apreensão e não felicidade;
  • a escalada do autoritarismo de Alexandre de Moraes representa resistência e não comportamento de quem se dá por vencedor;
  • a imprensa se nega a divulgar as gigantescas manifestações pelo país, para não acovardar a parte do povo que se considera vencedora, para não encorajar quem tem vontade de apoiar mas tem medo, e para não fortalecer a coragem de quem está há 44 dias se recusando a aceitar o resultado das eleições;
  • e por último, a confiança e serenidade inabalável de Bolsonaro, que não jogaria sua credibilidade diante de milhões de brasileiros dando esperanças de algo impossível.

Não será fácil

Posso estar errado? Sim, posso. Mas além das evidências que considero favoráveis, o quebra-quebra de Brasília na noite de ontem, 12/12/2022, é uma evidência desfavorável que justifica o medo que os bebedores de whisky, champanhe e vinho da casa do Kakay demonstram ter da força do povo, a ponto de infiltrarem black blocs para causar terror e tentar culpar os manifestantes pacíficos pela destruição. E que não se engane quem achar que foi um evento isolado. Daqui até o que espero que aconteça outras ações como essa acontecerão pelo Brasil tentando criminalizar as manifestações pacíficas. Não existe maneira de sairmos da situação em que o Brasil se encontra de maneira apenas pacífica. Todos temos que estar atentos e preparados para dias complicados, enfrentamentos, disseminação de terror e medo na população, pois estas são as únicas ferramentas que a esquerda tem nas mãos e vai usá-las à exaustão, pois, como disse em outro artigo, todo porco grita quando sabe que vai morrer. E eles sabem que o enfrentamento final não demora.

Não sou ninguém para dar conselhos a ninguém, mas me atrevo a sugerir que devemos nos manter firmes em nossas convicções a despeito de notícias da grande imprensa, de influenciadores e celebridades que muitas vezes sugerem ter informações privilegiadas que não têm, porque ninguém tem. Na cúpula do governo estão sendo tomadas as decisões mais importantes da história do nosso país, que deixarão inevitáveis sequelas na nossa sociedade, e pelas quais todos nós que pedimos ao governo uma solução temos que nos responsabilizar. O que queremos agora é muito maior do que Bolsonaro, trata-se de Brasil e não da manutenção ou não dele na presidência. É mais simples, inclusive, pensar que lutamos, realmente, pelo que não queremos, que é Lula subindo a rampa no dia 1º de janeiro, que são estes ministros canalhas que ocupam e se locupletam de seus cargos na justiça em prol da bandidagem, e pela não implantação do socialismo/comunismo que está destruindo a América Latina.

Somos a última trincheira de resistência ao socialismo/comunismo e ao globalismo. Ainda que não pareça, o movimento de ocupação pacífica nas portas dos quartéis está dando um exemplo ao mundo e aos nossos países vizinhos, muitos dos quais já sofrem os efeitos avançados destes sistemas malignos e se encorajam através da nossa demonstração de coragem.

Soldado não entra na guerra contando com a hipóteses de se render ao inimigo. As únicas hipóteses para um soldado são matar ou morrer. Ninguém deixa ninguém para trás. Ninguém solta a mão de ninguém. Ninguém disse que seria fácil.


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